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O Museu Nacional é literalmente a segunda casa de Vera Huszar. Dos seus 67 anos, 40 são dedicados a pesquisas e ensino no antigo palácio imperial. Hoje professora Titular, ela ingressou em 1979. “Toda a minha vida de produção e orientação científica foi aqui”, diz a docente, primeira personagem da série “Talismã, publicada a partir desta edição no Boletim da Adufrj. A ideia é homenagear e resgatar as histórias das pesssoas que dedicam suas vidas ao Museu. “Eles são o nosso maior patrimônio. Perdemos parte da construção, mas os cérebros continuam contribuindo para a nação”, resume o diretor Alexander Kellner. Vera Huszar se emociona ao contar sua trajetória. “Meu envolvimento é com cada pedacinho do palácio”, destaca. “Foi uma perda enorme de um acervo insubstituível”, lamenta. Graduada em Licenciatura em História Natural, pela Universidade Católica de Pelotas, Vera é mestre em Botânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutora em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos. Tem pós-doutorado no Institute of Ecosystem Studies, em Nova York. Além de pesquisadora de Ecologia Aquática, ela é presidente da Associação Amigos do Museu Nacional, organização sem fins lucrativos criada em 1937 para apoiar projetos de conservação, educação, ciência e cultura do espaço. Apesar da dor pela tragédia, a professora enfatiza a solidariedade para superar a crise. “É um momento muito duro, mas de muita solidariedade, de receptividade e acolhimento”, conta. E indica os passos para seguir em frente: “O museu tem muitas parcerias internacionais, produção acadêmica relevante, coleções importantíssimas e únicas”, afirma. O futuro, para ela, será um cenário de descobertas. “Buscaremos repor o que foi perdido, mas, certamente, será um novo museu. O prioritário é estarmos juntos geograficamente e retomarmos nossa rotina acadêmica”, defende. (Colaborou Larissa Caetano)

“Partidos chamados ‘nanicos’ desempenham importante papel no sistema político brasileiro. São eles que evitam a formação de cartéis entre os grandes partidos”. Esta é a principal conclusão do novo livro do professor Wanderley Guilherme dos Santos. A obra, intitulada “A difusão parlamentar do sistema partidário: exposição do caso brasileiro”, foi lançada pela Editora UFRJ no IFCS, no dia 30 de agosto. O livro aborda a quantidade de legendas partidárias da atualidade. “Desde a Constituição de 1988 este número só cresce. As pessoas comumente colocam uma responsabilidade sobre os defeitos do processo eleitoral sobre a disseminação de partidos. Mas é preciso dizer que o sistema político se fortalece na medida em que mais partidos fazem política nos interiores do nosso país”, disse. Ele justificou sua posição: “Com as eleições, todo um sistema de direitos passa a integrar o centro-oeste, norte e nordeste brasileiros”. O professor aposentado da UFRJ explicou sua motivação para a pesquisa que resultou no livro: “Sempre me intrigou o fato de os partidos grandes não liquidarem os partidos pequenos, através do voto, nas eleições. Descobri que faz parte do jogo”. De acordo com seus estudos, os partidos pequenos são necessários aos grandes. “Eles fazem política nos rincões do país, onde não há interesse de atuação dos grandes partidos”, afirmou. O livro está à venda na livraria da Editora UFRJ, em Botafogo, e também nas principais livrarias do Rio de Janeiro. Participaram da cerimônia de lançamento os professores Michel Misse, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do IFCS, e Ivo Coser, do Programa de Pós-Graduação de História Comparada, do Instituto de História.

O incêndio do Museu Nacional não atingiu apenas o passado; incide sobre o presente e o futuro. Trata-se agora de minimizar perdas que não se resumem a um prédio e objetos, é preciso buscar a preservação da capacidade de interpretar e produzir conhecimentos sobre o país, seus povos e sua cultura. A AdUFRJ apoia todos os esforços da direção do Museu Nacional, seus professores, servidores técnico-administrativos e alunos, bem como da Reitoria para desencadear medidas de curto e médio prazo voltadas a garantir a continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Exigimos reconstrução do Palácio, reorganização de coleções e reinstalação imediata das pessoas que trabalham no Museu em condições dignas e adequadas. Estaremos acompanhando passo a passo a efetivação de propostas apresentadas pelo governo após a destruição do Museu, inclusive repasses de recursos, inicio de obras e cessão de terreno. A trajetória do Museu Nacional é intrinsecamente vinculada à da UFRJ; o que afeta o Museu diz respeito a todos nós. Ao longo de dois séculos, o Museu Nacional se inseriu com destaque entre as principais instituições de ciências naturais e antropológicas do mundo, e teve competência para se antecipar às transformações do país, sabendo se integrar à vida da cidade. Desde ontem milhares de crianças e adultos emitem depoimentos emocionados sobre suas visitas ao Museu. Essa onda de compreensão sobre a relevância de uma instituição pública evidencia que o descaso de órgãos governamentais com a UFRJ não encontra respaldo na sociedade. O Museu precisa mais do que declarações genéricas das autoridades públicas, necessita ações efetivas. A AdUFRJ está mobilizada para colaborar com toda e qualquer atividade de apoio objetivo ao Museu Nacional.

Prédio foi interditado pela Defesa Civil, mas técnicos da universidade puderam entrar para retirar peças. Dirigentes da UFRJ responsabilizam governo federal pelo incidente Depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional, a segunda-feira foi de lágrimas, mas também de revolta e muito trabalho, para professores e técnicos da instituição. O prédio foi interditado pela Defesa Civil. Com apoio dos bombeiros, técnicos conseguiram entrar no edifício, cujo interior foi praticamente destruído, para retirar algumas peças. Até agora não há um inventário completo do que pôde ser salvo. Com o auxílio dos bombeiros, a professora Elizabeth Zuccolotto, curadora da coleção de meteoritos, resgatou 18 fragmentos de meteoritos. “Eles vieram do espaço, são meteoritos brasileiros cobiçadíssimos”, afirmou. O meteorito do Bendegó, uma das peças-chave do Museu, que ficava na entrada do prédio, também sobreviveu ao fogo. Sob coordenação do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), uma força-tarefa formada por profissionais de várias instituições ficará à disposição do Museu Nacional para ajudar no que for preciso. Ainda não há notícias seguras sobre outras peças do acervo, como o crânio de Luzia, primeira mulher das Américas, e o imenso acervo de fósseis. O diretor do Museu, Alexander Kellner, e o reitor da UFRJ, Roberto Leher, responsabilizaram o governo federal pelo ocorrido, por causa do sucessivo corte de verbas para a UFRJ. “Estávamos com um projeto do BNDES que daria o auxílio para um projeto de prevenção de incêndio e segurança, mas não houve tempo de ser implementado”, lamentou Kellner. O diretor admitiu que o serviço de prevenção de incêndios do prédio estava longe do ideal. Kellner disse que o plano de reconstrução do Museu é urgente e inclui a cessão de um terreno do governo federal, próximo ao prédio, que vinha sendo requisitado pela administração da instituição para guardar parte do acerto. “Precisamos de dinheiro para a reconstrução, de contêineres para manter nossas atividades e apoio para análise do que restou”, afirmou. “Já perdemos parte do nosso acervo, não vamos deixar que nos destruam por completo. O Museu resiste”, disse Kellner. O vice-diretor do Museu, Luiz Fernando Dias Duarte, disse que há algum tempo falta apoio financeiro dos governos brasileiros. “O meu sentimento é de desânimo profundo e muita raiva”, afirmou Duarte, lembrando que nenhum ministro foi à festa de 200 anos do Museu. Segundo ele, o Museu conseguiu algumas emendas parlamentares que liberariam verbas para a instituição, mas todas foram contingenciadas. Tensão em ato de solidariedade ao Museu Um ato previsto para as 9h, em solidariedade ao Museu Nacional, acabou se transformando num ponto de tensão. O acesso à Quinta da Boa Vista foi controlado, e o portão principal fechado, impedindo a passagem dos manifestantes. Estudantes e associações variadas, entre elas a Adufrj, participavam da manifestação. O grupo reivindicava entrar na Quinta da Boa Vista e ir até a frente do Museu, onde seria feito um abraço ao prédio. A Guarda Municipal não permitiu, e a tensão aumentou. Por volta das 12h, o portão foi aberto para que um carro da Polícia Federal entrasse. Um manifestante tentou passar, a Guarda Municipal não deixou, e o confronto se instalou. A Guarda Municipal usou gás de pimenta e cassetetes contra o grupo. Pró-reitores da UFRJ estavam no local e, junto com o DCE, tentavam acalmar os ânimos, negociando com a Guarda Municipal. Uma grade foi colocada diante do jardim do Museu, à frente da estátua de Dom Pedro II, e só assim os manifestantes puderam entrar na Quinta. O grupo cantou e discursou no local. Depois houve um abraço ao prédio, e o ato se dispersou. Novo ato ocorre nesta tarde, na Cinelândia, centro do Rio.

Diretoria cobra medidas imediatas do governo: "O Museu precisa mais do que declarações genéricas das autoridades públicas, necessita ações efetivas", diz trecho O incêndio do Museu Nacional não atingiu apenas o passado; incide sobre o presente e o futuro. Trata-se agora de minimizar perdas que não se resumem a um prédio e objetos quaisquer. O edifício possuía imenso valor histórico e continha arquivos, peças museológicas, exemplares da fauna e flora histórica e pré-histórica, testemunhas da paleontologia. Os prejuízos são incomensuráveis e abalam as perspectivas de manter a  capacidade de interpretar e produzir conhecimentos sobre o país, seus povos e sua cultura. A AdUFRJ apoia todos os esforços da  direção do Museu Nacional, seus professores, servidores técnicos-administrativos e alunos , bem como da Reitoria para desencadear medidas de curto e médio prazo voltadas a garantir continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Exigimos a reconstrução do Palácio, reorganização de coleções e reinstalação imediata das pessoas que trabalham no Museu em condições dignas e adequadas. Estaremos acompanhando passo a passo a efetivação de propostas apresentadas pelo governo após a destruição do Museu, inclusive repasses de recursos, inicio de obras e cessão de terreno. A trajetória do Museu Nacional é intrinsecamente vinculada à da UFRJ;  o que afeta o Museu diz respeito a todos nós.  Ao longo de dois séculos, o Museu Nacional se inseriu com destaque entre as principais instituições de ciências naturais e antropológicas do mundo, e teve competência para se antecipar às transformações do país, sabendo se integrar à vida da cidade. Desde ontem, milhares de crianças e adultos emitem depoimentos emocionados sobre suas visitas ao Museu. Essa onda de compreensão sobre a relevância de uma instituição pública evidencia que o descaso de órgãos governamentais com a UFRJ não encontra respaldo na sociedade. O Museu precisa mais do que declarações genéricas das autoridades públicas, necessita ações efetivas. A AdUFRJ  está mobilizada para colaborar com toda e qualquer atividade de apoio objetivo ao Museu Nacional.

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