Ato critica ataques à Saúde pública
Manifestação ocorreu no último dia 6, no Centro do Rio
Samantha Su. Estagiária e Redação
Diversos sindicatos, partidos e movimentos sociais e estudantil participaram do Ato Nacional contra a Privatização da Saúde no último dia 6, na Praça da Cruz Vermelha, Centro do Rio. A atividade faz parte do calendário de lutas estabelecido pela Reunião Ampliada de Servidores Federais, no início de fevereiro.
Diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, Eduardo Côrtes denunciou o sucateamento da Unidade, durante o ato. Segundo ele, o HUCFF funciona com menos da metade de sua capacidade. Ele denunciou que as direções de HUs sofreram pressão para aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), proposta privatizante do governo para o setor. Côrtes defendeu a autonomia universitária para melhorar a gestão dos hospitais.
O presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, participou da manifestação e criticou os ataques aos direitos sociais dos trabalhadores: “Os ataques serão respondidos com mobilização, que começa com a brava luta dos professores e técnicos do Paraná e caminha hoje contra a privatização dos hospitais por uma saúde pública, gratuita e de qualidade”, afirmou, em referência à greve dos educadores no Sul do país.
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Charles Brasil, coordenador da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), condenou o ajuste fiscal promovido pelo governo Dilma Rousseff “nas costas dos trabalhadores”.
Eu tô na luta!
O grito ensurdecedor de 20 mil trabalhadores da rede pública de ensino do Paraná ecoou no estádio da Vila Capanema, em Curitiba
Plenária do DCE Mário Prata, no dia 2 de março, debateu cortes em programa de assistência estudantil
“Ataque” não será permitido, dizem alunos
Samantha Su. Estagiária e Redação
Após o anúncio do corte de R$ 7 bilhões na educação pelo governo federal, as universidades estão funcionando com aproximadamente 70% de seu orçamento. E, além dos trabalhadores terceirizados, a falta de dinheiro começa a prejudicar diretamente os estudantes carentes da UFRJ.
A Superintendência Geral de Políticas Estudantis (Superest) lançou no dia 27 de fevereiro uma nota comunicando mudanças no programa de Bolsa de Acesso e Permanência (BAP). Para o DCE da UFRJ, a medida transforma R$ 400 mensais até o fim do ano, benefício diretamente concedido a ingressantes cotistas, em uma parcela única de R$ 800. No rodapé da nota, a Superest indicava que quaisquer estudantes, cotistas ou não, ainda poderiam concorrer à bolsa-auxílio (BAUX) através de edital de seleção. A notícia mobilizou os estudantes que, em 2 de março, se reuniram no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) para discutir a situação.
Dois dias depois, foi postada uma nota de esclarecimento assinada pelo novo superintendente Helio Mattos e o reitor Carlos Levi, no site da Superest. A alteração da bolsa, segundo a nota, serviria para que assistentes sociais pudessem “garantir a realização de um trabalho sério e consequente para a avaliação e confirmação das condições socioeconômicas dos alunos ingressantes elegíveis ao Programa” — há um limite de até 1,5 salário mínimo per capita para receber o auxílio.
O comunicado não indica se a adoção de uma forma mais criteriosa de seleção reduzirá o número de beneficiados ou se exigirá mais do que a documentação de comprovação de cotista, como era feito até então pelo programa. Não há também menção à manutenção do auxílio-transporte que acompanhava a bolsa. A reportagem do Jornal da Adufrj tentou contatar o professor Helio Mattos para esclarecer essas dúvidas, mas não conseguiu resposta até o fechamento dessa edição.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE Mário Prata) criticou, na mesa do dia 2 , a ausência de diálogo sobre as alterações: “Muito nos espantou a forma como a reitoria apresentou isso. No último Consuni do ano passado, saímos com a promessa do reitor de que esse ano ele iria a Brasília, junto do Movimento Estudantil, para conseguir uma verba extra e garantir mais mil bolsas. Além do compromisso com a inauguração do bandejão da Praia Vermelha e de Macaé. Só que nenhuma dessas promessas foi honrada e, agora, ainda há um retrocesso a ponto de termos de fazer essa reunião emergencial. Esse ataque aos nossos direitos não será permitido”, afirmou Luiza Foltran, uma das diretoras do DCE.
Rodízio na Superintendência
A assessoria do Gabinete do Reitor publicou, no mesmo dia da reunião estudantil (2), um novo nome para assumir a Superintendência Geral da SuperEst. Professor da Faculdade de Farmácia, Hélio Mattos — prefeito universitário entre 2004 e 2011 — assume o lugar de Ericksson Almendra. O cargo, durante apenas três anos de criação da Superintendência, apresenta, em Helio, sua terceira coordenação. O primeiro superintendente, o professor Antonio José Barbosa, gestor em 2012 e 2013, pediu afastamento em meio a uma conjuntura de crise dos servidores no setor.
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Voltando do 34º Congresso, por Diego Novaes
Atividade denunciou a indefinição sobre limpeza da escola
Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Vassouras, baldes, pás e todo tipo de instrumentos de limpeza foram utilizados pela comunidade do Colégio de Aplicação da UFRJ para um protesto criativo na terça-feira, 3 de março. A atividade denunciou a indefinição sobre a limpeza da escola que motivou a segunda postergação, desde 23 de fevereiro, do retorno às aulas — o primeiro adiamento, a partir de 9 de fevereiro, ocorreu por atraso na obra dos banheiros coletivos do térreo. Com o mote “Vassouraço no MEC e nos cortes da Educação! Queremos aulas! Em defesa da Educação Pública!”, a Adufrj-SSind acompanhou a mobilização, convocada pela Associação de Pais e Alunos do Colégio (APACAP). O ato repercutiu em diferentes mídias.
Reivindicando respeito e recursos para pagamentos dos funcionários da limpeza da empresa Qualitécnica, que presta serviço na escola, cerca de 100 pessoas participaram do Vassouraço: “A terceirização é péssima para o CAp-UFRJ e é péssima para universidade. Ela desestrutura completamente o serviço e penaliza o trabalhador. Estamos pedindo formalmente uma audiência com o reitor para que nos explique por que terceirizar, se é uma maneira que não privilegia o funcionamento do colégio”, avaliou Patrícia Hadad, mãe de Marina (4º ano) e integrante da APACAP.
Patrícia cobrou mais transparência da administração, com apresentação dos contratos dos terceirizados à comunidade: “É importante conhecer até para ajudar. Neste momento, é muito importante a mobilização das famílias”.
Pais movimentam-se pela recuperação do CAp
Segundo o presidente da associação, Cássio Kuchpil, uma reunião com 57 responsáveis, em 28 de fevereiro, avaliou o quadro político de corte de repasses e as consequências da terceirização para universidade. “Não é aceitável que esses trabalhadores sofram descontos ou fiquem sem receber”, disse o pai de Francisco (8º ano). Do encontro, foram encaminhados: a realização do Vassouraço, o agendamento de um encontro com o reitor Carlos Levi e ações de solidariedade aos terceirizados, o que inclui assessoria jurídica e doações de cestas básicas. Está na pauta, ainda, a possibilidade de participação da APACAP no Conselho Pedagógico, colegiado de decisão do CAp-UFRJ.
Retorno “em caráter experimental”
Até o fechamento desta edição, as turmas iniciais do ensino médio haviam retornado às aulas em 5 de março, em caráter experimental (os do último ano, cerca de 90 alunos, desde 26 de fevereiro). As demais séries iriam começar o ano letivo neste dia 9 de março, situação modificada pelo adiamento geral da UFRJ para 16 de março.
Confira mais imagens do protesto na seção “fotogaleria” do site da Adufrj-SSind.
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