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2º turno: os planos de Leher e Denise Não haverá continuidade de gestão

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Roberto Leher (Chapa 20) e Denise de Carvalho (Chapa 30) disputarão o segundo turno da consulta universitária para a reitoria 2015-2019. Os candidatos terão mais alguns dias de campanha antes que a comunidade universitária volte às urnas em 4, 5 e 6 de maio. Na UFRJ, a votação, além de separada por segmentos, é contabilizada de maneira ponderada, em que cada um dos grupos representa 1/3 no somatório final da eleição. Quanto menor o universo, mais força tem a categoria. Assim, o voto docente tem mais peso que os dos técnico-administrativos que, por sua vez, tem prevalência sobre o voto estudantil. Por isso, embora tenha sido a mais votada em números absolutos, a Chapa 20 foi para o segundo turno em segundo lugar na disputa.

A Chapa 30 ficou em primeiro lugar na consulta. Totalizou 5.398 votos, com 1.321 de professores, 1.667 de técnicos-administrativos e 2.410 de estudantes. A Chapa 20, encabeçada por Leher, obteve um total de 8.885 votos, dos quais 713 votos de professores, 1.576 de técnicos-administrativos e 6.596 de estudantes. Angela Rocha recebeu 3.219 votos no total, sendo 931 votos de docentes, 1.048 do segmento técnico-administrativo e 1.240 de estudantes. Em termos já ponderados, a Chapa 10 obteve 12,319% dos votos; a Chapa 20, 15,843% dos votos; e a Chapa 30, 18,560%.

Os números apontam que é preciso um esforço ainda maior para envolver a comunidade universitária no processo. De um universo de 4.078 docentes aptos a votar, compareceram às urnas 3.082. Entre os técnicos, pouco mais da metade compareceu: 4.502 de um total de 8.865. O percentual estudantil é ainda menor: de 53.766 aptos, apenas 10.445 participaram da consulta. Os números incluem votos brancos, nulos e votos em trânsito. 

Luciano Coutinho, presidente da Comissão de Coordenação do Processo Sucessório (CPPS), informou que houve um crescimento da participação dos estudantes na consulta: agora foram 19,427% em relação ao total, em comparação com 17% da consulta passada, em 2011, que elegeu Carlos Levi. Em contrapartida, diminuiu a presença de professores e técnicos. Os docentes compareceram em 75,576% e os técnico-administrativos tiveram percentual de participação de 50,637%. Para chegar aos números, a CPPS tem como critérios a consulta paritária, onde os votos de cada um dos segmentos têm o peso de 1/3 e o comparecimento às urnas em relação ao universo total de votantes em cada segmento.

Para o segundo turno, a CPPS pretende realizar mais treinamentos com os mesários: “Para o segundo turno, haverá novos treinamentos. Além disso, pedimos que a comunidade acadêmica se apresente para compor as mesas de votação”, destacou o professor.


Consulta para a reitoria da UFRJ continua nos dias 4, 5 e 6 de maio. Colégio Eleitoral forma as listas tríplices em 8 de maio. Resultado será enviado ao MEC

 

O que pensam os candidatos

Encerrada a apuração, a reportagem do Jornal da Adufrj entrou em contato com as candidaturas que continuam na disputa para saber como irão organizar a campanha de segundo turno e o que pretendem fazer para conseguir os votos atribuídos à chapa 10. Confira as respostas:

Qual a sua estratégia para o segundo turno?

DSC0096Foto: Marco Fernandes - 07/04/2015Chapa 20: A Chapa 20 foi legitimada por mais de 8 mil votos. Seguiremos buscando compreender os problemas da UFRJ, dialogando sobre as melhores alternativas, trabalhando uma agenda academicamente referenciada. Não reduzimos os enormes problemas da UFRJ a meras falhas de gestão, passíveis de serem resolvidas por “choques de gestão”. Estamos propondo mudanças relevantes na administração (melhor articulação entre planejamento e execução financeira, fortalecimento do setor de licitações, assessoria jurídica autônoma) e criação de uma divisão de infraestrutura para valorizar a prefeitura e o Escritório Técnico. Mas os problemas possuem raízes mais profundas, como a insuficiência das verbas para a assistência estudantil, o crescimento exponencial das terceirizações que corroeram os recursos de custeio e a redução dos recursos de investimentos. O dirigente não deve assumir o lugar de mero gestor, mas de reitor investido de autoridade por sua comunidade e que deve dialogar com os órgãos do Estado para repactuar os recursos disponíveis para as IFES. 

DSC0098Foto: Marco Fernandes - 07/04/2015Chapa 30: A equipe da Chapa 30 – SOMOSTODOSUFRJ agradece a todos que compareceram às urnas e contribuíram para a nossa vitória neste 1º turno. Cada voto que recebemos nos trouxe ainda mais convicção de que estamos trilhando o caminho certo. Reafirmaremos que o nosso Programa para a UFRJ é o mais aceito pela comunidade. A nossa principal estratégia para o segundo turno será a de reforçar as nossas propostas de resgate acadêmico-administrativo, buscando maior interlocução com os eleitores que compartilham conosco dos mesmos ideais de luta pelo ensino público de qualidade. Traremos mais membros da Comunidade Acadêmica para participarem da consulta neste 2º turno. Nesta conjuntura de crise, é preciso que a Reitoria eleita tenha grande legitimidade diante da comunidade acadêmica e da sociedade como um todo.

 
A que argumentos irá recorrer para atrair os votos dados à chapa que ficou fora da disputa?

Chapa 20: Todos os que acompanharam os debates conhecem nossa posição em relação a Chapa 10. Em nenhum momento concebemos a mesma como uma força antagônica ao projeto de universidade que defendemos. A situação é distinta em relação a outra chapa que está concorrendo conosco no segundo turno. As divergências com a Chapa 10 estavam concentradas no modo como podemos melhorar a organização acadêmica e administrativa da UFRJ, ampliando a participação da comunidade, por meio de um congresso universitário  e do processo estatuinte. A perspectiva de que a UFRJ deve ser uma instituição democrática, comprometida com os problemas dos povos e protagônica na melhoria das formas de ingresso, possibilitando a ampliação de estudantes provenientes dos setores mais explorados, por meio de políticas de afirmativas e de novas formas de articulação das universidades com a educação básica nos unifica. As convergências estão sendo construídas por meio do diálogo que se dá no âmbito de um mesmo campo acadêmico.

Chapa 30: A equipe da chapa 30 atuou como forte apoiadora dos projetos de democratização do acesso, reestruturação da universidade e fortalecimento do ensino público que aconteceram na última década. Fomos partícipes deste sonho de universidade mais inclusiva e socialmente referenciada. Lutamos contra as forças conservadoras que elevaram a voz contra as ações afirmativas, o Reuni e os novos cursos e campi. A Universidade precisa avançar e esses ideais progressistas são compartilhados entre a chapa 30 e a chapa que ficou fora da disputa. Divergíamos no modelo de administração subserviente da UFRJ e pretendemos resgatar o seu protagonismo nacional. Temos no 2º turno uma disputa entre dois modelos de universidade muito diferentes. O modelo que defendemos se baseia na formação do cidadão crítico e competente.

 
 
Chapa 10 vai se pronunciar sobre segundo turno nesta segunda, 27
A professora Angela Rocha foi procurada pela reportagem para fazer uma avaliação sobre o processo eleitoral e comentar se sua chapa, que ficou fora da disputa do segundo turno, apoiará alguma das candidaturas. Ela informou que nesta segunda-feira, 27, haverá uma reunião da Chapa 10 (encabeçada por ela) e, logo após, será feito um pronunciamento oficial.
 
 
UrnaNo meio da tarde, já eram conhecidas as chapas que iriam para o segundo turno, graças à agilidade de apuração com as urnas eletrônicas. Mas a conferência das cédulas em papel atrasou os resultados finais até o fim da noite de 17 de abril. Foto: Marco Fernandes - 17/04/2015

Por que segundo turno?
Para que a consulta tivesse sido encerrada no primeiro turno, era necessário que uma das chapas obtivesse mais votos que o somatório da segunda e terceira colocadas, acrescidos os votos brancos e nulos. 
A semana do dia 27 de abril está reservada para a campanha eleitoral do segundo turno.

Debates do segundo turno
Nesta segunda-feira, dia 27, acontecerá o primeiro debate do segundo turno. Será realizado na Praia Vermelha, no Auditório Manoel Maurício de Albuquerque, ao meio-dia. Inicialmente o debate estava programado para acontecer no Salão Pedro Calmon, mas a Comissão de Coordenação do Processo Sucessório (CCPS) foi informada de que o salão está interditado. Por isso, o debate foi transferido para o auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas.

O segundo debate ocorre no dia 28, também ao meio-dia, no auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), no Centro de Ciências da Saúde, campus Fundão.

Um terceiro ainda pode ser agendado. 


Consulta para a reitoria da UFRJ continua nos dias 4, 5 e 6 de maio. Colégio Eleitoral forma as listas tríplices em 8 de maio. Resultado será enviado ao MEC

Não haverá continuidade de gestão

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Roberto Leher (Chapa 20) e Denise de Carvalho (Chapa 30) disputarão o segundo turno da consulta universitária para a reitoria 2015-2019. Os candidatos terão mais alguns dias de campanha antes que a comunidade universitária volte às urnas em 4, 5 e 6 de maio. Na UFRJ, a votação, além de separada por segmentos, é contabilizada de maneira ponderada, em que cada um dos segmentos representa 1/3 no somatório final da eleição. Quanto menor o universo, mais força tem a categoria. Assim, o voto docente tem mais peso que os dos técnico-administrativos que, por sua vez, tem prevalência sobre o voto estudantil. Por isso, embora tenha sido a mais votada em números absolutos, a Chapa 20 foi para o segundo turno em segundo lugar na disputa.

A Chapa 30 ficou em primeiro lugar na consulta. Totalizou 5.398 votos, com 1.321 de professores, 1.667 de técnicos-administrativos e 2.410 de estudantes. A Chapa 20, encabeçada por Leher, obteve um total de 8.885 votos, dos quais, 713 votos de professores, 1.576 de técnicos-administrativos e 6.596 de estudantes. Angela Rocha recebeu 3.219 votos no total, sendo 931 votos de docentes, 1.048 do segmento técnico-administrativo e 1.240 de estudantes. Em termos já ponderados, a Chapa 10 obteve 12,319% dos votos; a Chapa 20, 15,843% dos votos; e a Chapa 30, 18,560%.

Veja a tebela de votação

Os números apontam que é preciso um esforço ainda maior para envolver a comunidade universitária no processo. De um universo de 4.078 docentes aptos a votar, compareceram às urnas 3.082. Entre os técnicos, pouco mais da metade compareceu: 4.489 de um total de 8.865. O percentual estudantil é ainda menor: de 53.766 aptos, apenas 10.445 participaram da consulta. Os números incluem votos brancos, nulos e votos em trânsito. 

Luciano Coutinho, presidente da Comissão de Coordenação do Processo Sucessório (CPPS), informou que houve um crescimento da participação dos estudantes na consulta: agora foram 19,427% em relação ao total, em comparação com 17% da consulta passada, em 2011, que elegeu Carlos Levi. Em contrapartida, diminuiu a presença de professores e técnicos. Os docentes compareceram em 75,576% e os técnico-administrativos tiveram percentual de participação de 50,637%. Para chegar aos números, a CPPS tem como critérios a consulta paritária, onde os votos de cada um dos segmentos têm o peso de 1/3 e o comparecimento às urnas em relação ao universo total de votantes em cada segmento.

Para o segundo turno, a CPPS pretende realizar mais treinamentos com os mesários: “Para o segundo turno, haverá novos treinamentos. Além disso, pedimos que a comunidade acadêmica se apresente para compor as mesas de votação”, destacou o professor.

 

Por que segundo turno?

Para que a consulta tivesse sido encerrada no primeiro turno, era necessário que uma das chapas obtivesse mais votos que o somatório da segunda e terceira colocadas, acrescidos os votos brancos e nulos. 

A semana do dia 27 de abril está reservada para a campanha eleitoral do segundo turno. Dois debates já estão programados: dia 27 de abril, na Praia Vermelha, ao meio-dia; e dia 28 de abril, no Quinhentão, campus Fundão, também ao meio-dia. Um terceiro ainda pode ser agendado. 

 

 

O que pensam os candidatos

LeherRoberto Leher. Foto: Marco Fernandes - 17/04/2015Os candidatos conversaram rapidamente com a reportagem do Jornal da Adufrj sobre suas impressões a respeito da campanha, o resultado e as estratégias para o segundo turno. Denise de Carvalho, da Chapa 30, afirmou que o resultado das urnas mostra “que as propostas de efetiva mudança da chapa para a UFRJ estão sendo bem aceitas pela comunidade universitária”: “Estamos muito felizes com o resultado que nos coloca em primeiro lugar na disputa pelo segundo turno. Tivemos muitos votos das diferentes categorias, o que legitima nossa candidatura, nossa trajetória”.

Denise também aproveitou o momento para agradecer à equipe que “vem trabalhando há algum tempo” para a candidatura. Ela afirmou que, nas próximas semanas, a chapa fará diversas reuniões em diferentes unidades para ampliar a base de apoio para o segundo turno. “Já temos uma série de reuniões marcadas e já hoje ligaremos para os amigos para que mantenham seu apoio na nossa chapa, para que estejam conosco e continuem nos ajudando”.

Roberto Leher afirmou que este processo eleitoral ficará para a história da universidade pelo engajamento dos segmentos universitários na discussão da UFRJ que se quer para os próximos quatro anos. “Muitos professores, técnico-administrativos e estudantes entenderam que era preciso apoiar um projeto que fortalecesse a democracia interna na UFRJ, que avaliasse e discutisse de forma sistemática a função social da universidade e, particularmente, se dispuseram a refletir de forma muito viva sobre a autonomia universitária. Ou seja: para que a universidade possa exercer suas funções, ela precisa ser, de fato, autônoma. Este foi o tom do debate”.DeniseDenise Carvalho. Foto: Marco Fernandes - 17/04/2015

Ele agradeceu o engajamento dos segmentos e se disse otimista: “Percebemos que a universidade problematiza suas questões e deseja uma mudança real, não uma mudança tecnocrática, da lógica gerencial”. Para o segundo turno, o professor afirmou que buscará o diálogo com todos os setores da universidade e o apoio de eleitores da Chapa 10. “O que nos aproxima, e isso é uma trajetória de anos, é a compreensão da necessidade de uma universidade pública, que não seja atrelada a interesses mercantis e particularistas”. Disse, ainda, que não abre mão da militância universitária. “Fizemos uma campanha muitíssimo modesta, que veio da solidariedade de colegas, de estudantes. Não utilizamos militância paga, não contratamos entregadores de panfletos. Toda a campanha foi de militância universitária”. 

A reportagem não conseguiu entrar em contato com a candidata Angela Rocha até o fechamento desta edição.

O Congresso nas trevas

O professor Ricardo Antunes, da Unicamp, um dos mais importantes pensadores brasileiros sobre o mundo do trabalho, diz que o projeto de expansão da terceirização, aprovado na quarta-feira 8, representa “uma tragédia” para a classe trabalhadora.  A votação da Câmara, avalia, se encaixa neste ambiente de “retração da esquerda” e ofensiva da direita. O professor de Ciência Política da FGV-SP, Francisco Fonseca, afirma que o país vive um momento perigoso, com a ascensão de personagens como Eduardo Cunha e manifestações da direita nas ruas, eventos fortemente amplificados pela mídia.  

Há duas décadas, dormia no baú da Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que diminui a maioridade penal de 18 para 16 anos. Ressurgiu com força e acaba de ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça. Observadores das inflexões do parlamento brasileiro dizem que o Congresso Nacional, contaminado de conservadorismo, encontra na conjuntura a correlação de forças para se aproximar das teses mais atrasadas, a serviço do grande capital e, em alguns casos, do fundamentalismo religioso. 

Cândido Grzybowski, diretor do Ibase, vai ao ponto: “Nosso Congresso não representa a sociedade, mas interesses corporativos e religiosos”, diz. O professor Francisco Fonseca concorda. Ele adverte que “algo muito grave” está acontecendo e que a sociedade não se deu conta. “Esse projeto de terceirização representa o fim da CLT. Somando a temas como da maioridade e outros, tudo isso aponta para uma direção: o domínio do capital sobre o trabalho e o domínio de teses conservadoras, religiosas inclusive, do ponto de vista comportamental, no Congresso”.

A próxima ofensiva do conservadorismo no Congresso Nacional é a reforma política. Os porta-vozes mais influentes do parlamento ecoam os interesses da grande burguesia e já avisam que não aceitarão a ideia de acabar com o financiamento das campanhas por empresas. Mesmo diante dos escândalos de corrupção que têm origem precisamente no sequestro da política pelo poder econômico.

De acordo com o Diap, o congresso eleito em 2014 é o mais conservador desde 1964. Aumentou o número de deputados militares, religiosos, ruralistas e outros vinculados claramente a interesses das corporações empresariais. Parlamentares associados à agenda progressista caíram pela metade. Pautas relacionadas ao direito ao aborto, criminalização da homofobia e a questões raciais tendem a ser marginalizadas. Tendência, aliás, afirmada pelo presidente da Câmara, membro da Assembleia de Deus, que disse que só por cima do seu cadáver a legislação que criminaliza o aborto seria modificada.

Antes de chegar à presidência da Câmara, Eduardo Cunha foi recebido por Roberto Irineu Marinho, chefão do grupo Globo. Deu garantias de que também nem por cima do seu cadáver colocaria na pauta qualquer projeto relacionado com a regulação da mídia. (fontes: site Esquerda Diário, Diap e Repórter Brasil).

NOVOcartaz 17 de abril

Je suis (un peu) Eduardo

Ato contra a política de extermínio do Estado, em 8 de abril, expõe contradições da sociedade carioca

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

O volume de pessoas que se reuniam às 17h ao redor do chafariz do Largo do Machado na última quarta-feira, dia 8, era tímido. A aglomeração foi em memória e luto por Eduardo de Jesus, 10 anos, executado com um tiro de fuzil na nuca durante operação policial no Complexo do Alemão em 2 de abril.

Depois de uma hora de concentração, o ato organizado pela Frente Independente Popular (FIP) que exigia o fim da guerra aos pobres e a retirada imediata das Unidades de Polícia Pacificadora foi inflado de súbito. Em menos de 10 minutos, o aparelho de guerra estadual e federal deslocado para acompanhar o protesto cercou a praça como uma alcateia de hienas. A ação conjunta entre Bope, Grupo Tático Móvel, policiais à paisana, Força Nacional seguiu a cartilha de desfile de forças e intimidação.

Os organizadores contabilizaram um total de 800 manifestantes. As forças de repressão pareciam contar com a mesma quantidade de pessoas. O inchaço atiçou os presentes e o ato seguiu pela Rua das Laranjeiras em direção ao Palácio da Guanabara.

Apesar da barbárie diante do extermínio dos mais pobres — fato evidenciado pelas recentes declarações do governador Pezão, que prometeu atropelar a Justiça para endurecer a política de apartheid — alguns se solidarizavam com os agentes do Estado. “Vocês ganham muito mal e ainda assim nos defendem”, disse uma passante. “Desce o cacete nesses vagabundos”, bradou um grupo de senhoras que acompanhava a movimentação em frente ao prédio em que vivem.

Enquanto os 800 assumiam a dor dos oprimidos com frases como “Je suis Eduardo”, parte da população da zona sul parecia escolher o lado dos opressores. O vírus conservador, mais perigoso que o Ebola, parece se espalhar como o chumbo nas favelas. 

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