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Aulas da fisioterapia ameaçadas

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Mais incertezas sobre o primeiro semestre de 2017. Depois da Arquitetura, é a vez do curso de Fisioterapia anunciar que suas atividades poderão ser suspensas por falta de estrutura. A medida afeta 450 alunos. O início das aulas está previsto para 13 de fevereiro.

 “A decisão foi tomada quando soubemos que mais uma vez não será cumprido o prazo de entrega de laboratórios para as aulas práticas. O prazo era 20 de janeiro”, explica a professora Sara Menezes. Ela afirma que os laboratórios de didática são “o coração do curso”. “Não há como formar alunos de um curso essencialmente prático sem atuação prática. É como graduar um cirurgião sem ter feito nenhuma cirurgia”

 A Fisioterapia perdeu seu espaço didático com a implosão da perna seca do Hospital Universitário em dezembro de 2010. De acordo com o curso e a reitoria, uma medida paliativa foi pactuada em reunião com a direção do Hospital, no final de 2016. “A solução definida foi o uso do quinto andar do hospital para o curso. A Fisioterapia iria ocupar três salas da ala 5C”, informou a assessoria da reitoria. Até agora, no entato, a entrega da área não se concretizou. 

 O diretor do hospital, Eduardo Côrtes, nega que tenha concordado com prazo de 20 de janeiro. Ele afirma que se comprometeu apenas em verificar a viabilidade da liberação do local, o que não se confirmou em fun- ção da área oferecer risco de infecção. A alternativa seria uma ala vizinha, que depende da mudança do setor que lá está e de recursos da universidade para uma reforma de adequação. 

 Côrtes afirmou que o “HUCCF cumpre sua responsabilidade no treinamento de práticas com pacientes. Mas montar laboratório didático não é atribuição do hospital”, citando a reitoria e a Faculdade de Medicina.

Direção do Andes quer greve geral

  


Kelvin Melo
Enviado Especial

CUIABÁ - Construir uma greve geral, defender a saída do presidente Temer, lutar contra o aprofundamento da retirada de direitos trabalhistas e previdenciários e combater a criminalização dos movimentos sociais. Estas serão as principais tarefas do movimento docente em 2017, segundo debate realizado ontem durante o 36º Congresso do Andes, que se realiza em Cuiabá (MT) até o próximo sábado.

Não foi, porém, uma discussão tranquila. Um numeroso grupo de professores questionou a forma do texto final aprovado, que não apresentou a qualificação de “golpista” ao atual presidente. Estes docentes também atacaram o discurso de cobrar unidade na luta, uma vez que, ao longo do debate, muitas críticas foram feitas especialmente à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ao PT.https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif

Para Antonio Eduardo Oliveira, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no ano que passou, o Andes seguiu “uma política ultraesquerdista que se afastou dos interesses da categoria”. Celi Taffarel, da Universidade Federal da Bahia, reforçou a tese do grupo intitulado “Renova Andes”: “A centralidade da luta é contra o golpe, fora Temer e nenhum direito a menos”.

Já de acordo com Luis Acosta, da diretoria do Andes, um grupo tenta fazer o Sindicato, vinculado à CSP-Conlutas, voltar à órbita de influência da CUT. Maíra Tavares Mendes, da Universidade Estadual de Santa Catarina, foi enfática: “A nossa luta não é ‘fica Dilma’. É contra as reformas. Esta é a nossa luta prioritária”, apontou.

Movimentos sociais participam de debate sobre conjuntura

A última atividade do primeiro dia do 36º Congresso do Andes contou com a economista Maria Lucia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida e com o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.

Fatorelli mostrou que o sistema de endividamento da União, dos estados e municípios serve à subtração de recursos que deveriam beneficiar toda a população. Na prática, o esquema só favorece o setor financeiro.  “E a emenda constitucional do teto de gastos vai aprofundar isso”, observou.


Boulos, preso e liberado recentemente após uma reintegração de posse realizada pela PM paulista, falou sobre a luta pela moradia no país. Explicou que a construção de novas unidades populares pelo programa Minha Casa Minha Vida não acompanhou o crescente déficit habitacional provocado pela especulação imobiliária. Ele agradeceu o apoio ao movimento recebido pelo Andes e declarou que o MTST continuará ao lado do Sindicato na defesa da universidade pública.

Começa Congresso do Andes: professores buscam unidade

A palavra unidade foi a mais falada na abertura do 36º Congresso do Andes, hoje em Cuiabá. Ao todo, 471 docentes das principais universidades brasileiras participam do encontro.  Setenta seções sindicais, entre elas a Adufrj, enviaram representantes ao evento. Fórum máximo de deliberação do Sindicato, o evento tem a tarefa de decidir o plano de lutas da categoria para este ano.

No entendimento da diretoria do Andes e dos representantes de outras entidades e movimentos sociais convidados, somente a união de todos os trabalhadores e trabalhadoras poderá fazer frente à perda de direitos conduzida pelo governo de Michel Temer.

Nos discursos, a reforma da previdência, que endurece as regras da aposentadoria, já é tratada como a grande batalha de 2017. Mas os reflexos da emenda constitucional dos gastos, aprovada ano passado, também foram mencionados.


Além de diretores do Andes e do presidente da Adufmat, seção sindical que sedia o congresso, prestigiaram a cerimônia de abertura representantes da CSP-Conlutas, do Conselho Federal de Serviço Social, da Auditora Cidadã da Dívida, da Fasubra, do Sinasefe, do DCE local, do MST e do MTST, além do reitor da universidade.


Foto: Kelvin Melo

UERJ: de luto na luta

Fernanda Oliveira
Estudante da ECO-UFRJ e estagiária


Decorada com cruzes, velas e cartazes a Universidade do Estado do Rio de Janeiro amanheceu de luto nesta terça-feira, (24). Em ato convocado pelo movimento UERJ Resiste, centenas de pessoas se reuniram para um enterro simbólico da crise que atinge a instituição e todo o estado do Rio.  


Segundo Alice Carneiro Lopes, professora da Faculdade de Educação o objetivo do movimento é mostrar que apesar de todos os problemas a UERJ segue viva: “o luto simboliza a situação de descaso que passamos, mas estamos aqui para mostrar que seguimos na luta pelo objetivo maior que é reverter essa situação e que a UERJ segue viva”.  


A reitora em exercício Maria Georgina Muniz Washington agradeceu a presença de todos e reforçou o discurso: “Não estamos pedindo nada demais, estamos pedindo somente para trabalhar. A UERJ vive, a UERJ é vida”. 

 

O ato contou com apresentações artísticas e muita música. Além disso, foi realizada uma exposição com desenhos e trabalhos de alunos do Colégio de Aplicação. Para Maria Del Carmem Corrales, técnica universitária, a presença de todos os seguimentos da universidade é fundamental para mobilização: “a UERJ é nossa, é da sociedade e precisamos da presença de todos. Estive nos atos que fizemos até hoje fazendo cartazes, faixas e vou continuar lutando pela nossa universidade”.


Abraço cerca UERJ de solidariedade 
 

 

Elisa Monteiro
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Fotos: Fernando Souza 


Em menos de quinze minutos, cerca de duas mil pessoas formaram uma corrente humana de quase duas voltas em torno do prédio principal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no Maracanã. A manifestação, realizada na parte da tarde, foi encerrada com apresentação do Bloco Carnavalesco Discípulos de Oswaldo (da Fiocruz), sem conflito com a polícia. A diretoria da Adufrj marcou presença no ato e ofereceu apoio à Asduerj.


Muita gente de fora da universidade compareceu para se manifestar contra a ameaça de fechamento da universidade por falta de recursos. A associação dos servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc) participou diretamente da organização. “Temos pesquisadores formados pela UERJ e uma cooperação direta. Acompanhamos de perto e com preocupação a situação da universidade”, disse Paulo Henrique, analista da Fiocruz.


Um número expressivo de entidades sindicais e instituições como a Fiocruz, UFRJ, UFF, UniRio, Colégio Pedro II, Museu Nacional, e Centrais Sindicais como a CUT, CTB e CSP-Conlutas fizeram falas contra os cortes orçamentários que colocam em xeque as universidades estaduais. Além da UERJ, a Uezo e a Uenf também foram lembradas. Artistas como Osmar Prado e Wagner Moura 
mandaram seus apoios. 

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Parlamentares do Rio de Janeiro compareceram em peso. Os deputados estaduais Waldeck Carneiro (PT), Eliomar Coelho (PSOL), Flavio Serafini (PSOL), além dos vereadores Reimont (PT) e Tarcísio Motta (PSOL), criticaram o “ajuste fiscal” proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão, que penaliza serviços e servidores públicos.


“Pelo seu potencial de desenvolvimento econômico e de cidadania, a UERJ deveria ser considerada como um diamante do estado do Rio de Janeiro”, afirmou a deputada federal e ex-aluna da Medicina da universidade, Jandira Feghali (PCdoB). “Estivemos à frente das iniciativas para renegociação da crise do estado sem contrapartida. Mas, na atual situação, tenho dúvidas se, mesmo com mais recursos, as universidades seriam prioridade para esse governo. Por isso, a pressão popular é fundamental’, completou.


Ex-reitora da universidade, Nilcéa Freire fez uma fala emocionada sobre o papel das universidades estaduais para o desenvolvimento e redução de desigualdades sociais na Baixada Fluminense e no interior do estado. O papel dos projetos de extensão da UERJ, o pioneirismo nas cotas e ensino noturno foram citados em grande parte das intervenções: “Não é qualquer coisa que essa ameaça venha sobre a universidade com 8 mil cotistas. O movimento negro nacional está de olho no que se passa por aqui”, disse Cláudia Vitalino (Uninegro).


A iniciativa do “abraçato” partiu de uma página da comunidade da Escola de Belas Artes da UFRJ (EBA). Formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ (ESDI), o professor Carlos Azambuja idealizou a atividade. “É claro que sempre há um componente afetivo, mas a motivação do ato foi política. Hoje, a UERJ é o campo de batalha de resistências em defesa de tudo que significa o serviço e a universidade pública. Ela é um laboratório onde estão testando a possibilidade de privatização para o ensino superior. Mas amanhã pode ser a UFRJ ou qualquer outra federal”.


Mesmo aposentada, a professora e ex-integrante do Consuni da UFRJ, Diana Maul não perdeu o encontro. “Temos grande ligação com a UERJ e o Hospital Pedro Ernesto. Não deixaria de vir me solidarizar. A UERJ não pode fechar”.

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