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No Dia Mundial sem Tabaco, núcleo de estudos promove ações para alertar sobre riscos do uso de cigarro Texto e fotos: Isabella de Oliveira Estudante da UFF e estagiária da Adufrj No Dia Mundial sem Tabaco, núcleo de estudos promove ações para alertar sobre riscos do uso de cigarro [caption id="attachment_7632" align="alignleft" width="401"] Alberto Araújo, coordenador do NETT/UFRJ[/caption] O Brasil hoje é o segundo maior produtor de folhas de tabaco. Cerca de 85% da produção é exportada, rendendo R$ 7 bilhões ao ano. É uma falsa riqueza para o país: “Gastamos R$ 23 bilhões para tratar as doenças relacionadas ao tabaco”, pontua Alberto Araújo, coordenador do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo (NETT), da UFRJ. Na semana do Dia Mundial sem Tabaco (comemorado em 31 de maio), o NETT preparou atividades para enfatizar a prevenção e tratar dos efeitos do cigarro. “O grande desafio do fumante é saber o momento de procurar ajuda”, diz Araújo.

O país também é um dos líderes no controle ao vício. A proporção de fumantes na população caiu mais da metade entre 1990 e 2015: de 29% para 12,6% entre eles e 18,6% para 8,2% entre elas Hoje, estima-se que sejam 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens.

Uma exposição do Núcleo, que está completando 15 anos, chamou-se “Tabaco & Saúde: mitos & fatos”. No hall do Hospital Universitário até sexta-feira (2), alertou sobre os danos que os diversos tipos de substâncias causam ao organismo. “Algumas pessoas ainda acham que existem formas inofensivas de fumar, como o cigarro eletrônico”, afirma Araújo. A semana contou com a participação de estudantes no NETT, da Liga Acadêmica de Oncologia, com a parceria da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) e com a Secretaria Municipal de Saúde.

Comissão de especialistas indica como devem ser taxadas as emissões de gases de efeito estufa Comissão de especialistas indica como devem ser taxadas as emissões de gases de efeito estufa Taxar a poluição é uma das formas apresentadas pelos cientistas para combater o aquecimento global. “Das emissões de gases de efeito estufa no planeta, 87% não estão sujeitas a nenhuma penalização monetária”, explica o professor Emilio La Rovere, do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ. Pior: boa parte das emissões ainda é subsidiada por políticas econômicas equivocadas, como as que barateiam o preço do gás ou da gasolina. Mesmo entre os 13% das emissões que sofrem alguma taxação, a maioria dos governos cobra muito pouco. São valores menores que US$ 10 por tonelada de “dióxido de carbono equivalente”, medida internacional que expressa a quantidade de gases de efeito estufa. “Dez dólares corresponderia, na nossa realidade,  a cinco centavos de real por litro de gasolina. É muito pouco”, completa La Rovere. No último dia 29, uma comissão de alto nível coordenada pelo vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2001, o americano Joseph Stiglitz, e por Lord Nicholas Stern, presidente da British Academy, divulgou um relatório sobre os preços de carbono necessários para que sejam atingidas as metas climáticas do Acordo de Paris. O objetivo é impedir que a temperatura do planeta aumente mais de 2ºC no final de século em relação à era pré-industrial. Os países signatários deverão estabelecer preços para o carbono, com metas de US$ 40 a US$ 80 por tonelada emitida, até 2020, e US$ 50 a US$ 100 por tonelada, até 2030. A política deve ser combinada com medidas de incentivo ao uso de tecnologias limpas. [caption id="attachment_7651" align="alignleft" width="300"] Professor Emilio da Rovere, da Coppe[/caption] Emilio La Rovere é o único brasileiro a integrar a comissão internacional, apoiada pelo governo da França e pelo Banco Mundial: “Estas faixas de preços permitem uma margem de manobra, principalmente aos países em desenvolvimento”, esclarece. Os países mais ricos, que emitiram mais gases de efeito estufa, têm responsabilidade histórica e devem cobrar mais, segundo o professor da Coppe. “Quem sofre mais com as mudanças climáticas são os países mais pobres. E dentro dos países em desenvolvimento, sofrem ainda mais as populações pobres. São as periferias ou os agricultores no semiárido nordestino, por exemplo”, conta. O relatório aponta, ainda, que a taxação das emissões de carbono não deve servir para os governos arrecadarem mais e encobrirem seus déficits. Deve haver a chamada neutralidade fiscal: “A receita advinda desta taxa deve ser devolvida à economia, reduzindo outros impostos. O governo pode desonerar a folha salarial das empresas e estimular a criação de empregos”, exemplifica La Rovere. Trump e a Convenção do Clima Antes do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a saída dos EUA da Convenção do Clima, o professor minimizou a decisão: “Não é o ideal, mas (a saída dos EUA) não quer dizer que acabou a Convenção do Clima. Muita gente acha até que é pior os EUA ficarem, se ficarem só para boicotar e atrasar as negociações". La Rovere valoriza o que está feito em outras regiões do mundo:  “A China está tomando medidas para cortar o seu consumo de carvão mineral. Lá, já havia precificação (do carbono) pelas províncias. Agora, estão unificando”. Um sinal de que finalmente há mudança de postura em relação ao clima: “Em 2014, o total das emissões no mundo foi menor do que em 2013, pela primeira vez, apesar de a economia mundial ter crescido 3%”. La Rovere explica que, antes, quando havia uma queda das emissões, isso ocorria em função de uma recessão mundial — com menos atividade econômica, emite-se menos. “Isso (a queda das emissões) foi puxado principalmente pela China e pela União Europeia”, afirma.

No dia 6 de junho, às 14h, será promovida na Coppe a segunda edição do “Ciclo Brasil e suas perspectivas”, com o professor emérito da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Fazenda e da Administração Federal e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser-Pereira.

Escola de Química inicia seu primeiro curso pré-vestibular destinado a estudantes de escola pública     Texto e fotos: Silvana Sá Começou no dia 12 de maio a primeira turma do pré-vestibular social “Nós no CT”. A iniciativa é de professores da Escola de Química e tem a participação de estudantes de graduação e pós-graduação da universidade. “A Pró-reitoria de Extensão acolheu nosso projeto”, explica a professora Raquel Massad, uma das coordenadoras da iniciativa. “A partir deste ano, todos os alunos precisam destinar pelo menos 10% de sua carga horária de aulas para projetos de extensão. Achamos que o curso seria uma ótima oportunidade de envolver a Escola de Química mais ativamente na Extensão, um dos tripés fundamentais da universidade pública”, considera a docente. A turma é composta por 60 estudantes de ensino médio da rede pública situada no entorno do Fundão, especialmente Ilha do Governador, Penha, Maré e Ramos. As aulas acontecem todos os dias, das 18h30 às 21h30, na sala I-119, no Centro de Tecnologia. Os professores e os tutores das disciplinas necessárias ao Enem são os estudantes da universidade. “Achamos que a procura seria só daqui dos estudantes do Centro de Tecnologia, mas eles vieram de muitos outros cursos. O que, para nós, é muito gratificante”, afirma Raquel. O projeto prioriza alunos de baixa renda. Professor da Escola de Química e um dos idealizadores do pré-vestibular, Fábio Pereira justifica a preferência. “Há pouquíssima diversidade na área de exatas entre os estudantes e menos ainda entre professores”. Sua experiência em outros pré-vestibulares sociais, como o do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré e o Pré-Vestibular Para Negros e Carentes, na Baixada Fluminense, ajudou a formatar o projeto da Química. Raquel Massad e Fábio Pereira, da Escola de Química, coordenadores do CPVFábio foi professor de Matemática no CPV da Maré em 2016, mas precisou abandonar o projeto por conta da violência. “É uma realidade muito hostil. A truculência policial naquele ano foi muito forte, por isso resolvi não continuar lá”. Ele revela que isto colaborou para que surgisse a ideia do pré-vestibular na própria UFRJ. “ Para mim, a violência na Maré foi determinante para trazer o pré-vestibular para a universidade, mas não se restringe a isso. A nossa ideia é fazer as pessoas se sentirem pertencentes a este espaço. Sentirem que podem ser UFRJ”. Ajuda para continuar [caption id="attachment_7648" align="alignleft" width="389"]Raquel Massad e Fábio Pereira, da Escola de Química, coordenadores do CPV Raquel Massad e Fábio Pereira, da Escola de Química, coordenadores do CPV[/caption]   A principal dificuldade enfrentada pelo projeto é conseguir financiamento para imprimir materiais. “Precisamos disso para os simulados, para montar apostilas, enfim, para dar aos alunos um material de suporte aos estudos. O custo é muito alto. Pedimos o engajamento de outros professores e de organizações na própria universidade para que nosso projeto siga e dê bons frutos”, revela Raquel Massad. A coordenação do projeto é dividida também com os professores Luiz Fernando Lopes, Ana Maria Rocco e Susanne Hoffmann. E com os técnico-administrativos Marcos Bonfim e João Paulo Pontes. Satisfação em fazer parte Estudante de Engenharia Mecânica, Gabriel de Freitas é monitor de Física e Redação. Ele não esconde o entusiasmo em pertencer ao projeto. “É bastante gratificante. Sempre tive o propósito de ajudar as pessoas que não têm tanto acesso à educação e ficam em grande defasagem de concorrência com quem estuda em escolas particulares. Aqui tenho a oportunidade de realizar isso”. Apesar do desafio de preparar jovens como ele para o vestibular, Gabriel, que tem apenas 19 anos, destaca a vivência rica em sala de aula. “É difícil tentar recuperar toda essa defasagem, mas há muita troca de experiência. A gente ensina o conteúdo, conversa sobre toda essa fase do vestibular, mas também aprende muito sobre a realidade deles”. Iniciativas semelhantes Na UFRJ, há três outras iniciativas de pré-vestibulares sociais. A mais antiga delas é o Samora Machel, realizado em parceria entre o Sintufrj e o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. Além do público externo, atende também a servidores da universidade e seus dependentes. Tem o apoio da PR-5. Na Faculdade de Letras funciona o Ação, criado por ex-alunos do Samora Machel como forma de ampliar o número de pessoas atendidas. No CCS, o Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves iniciou suas atividades em 2003 e também é um projeto de Extensão universitária. Por meio de uma taxa de matrícula (única contribuição paga no ano), o projeto consegue imprimir materiais e simulados para os estudantes. As aulas são realizadas aos sábados e domingos.

Diretor do DCE lamenta demora para encerrar a construção, que é feita em módulos Em 2016, a reitoria prometeu entregar um novo alojamento estudantil no primeiro semestre deste ano. Feita a partir de módulos, a construção entre o Cenpes e o CCMN deveria ter sido concluída rapidamente. Segundo o pró-reitor de Gestão e Governança, Ivan Carmo, o trabalho “avançou bem até abril”. Depois, empacou. O motivo é o de sempre: falta de pagamento. Estudante da Psicologia e diretor do DCE Mário Prata, Caíque Azael lamenta a demora da obra: “A promessa era ganhar tempo, aproveitando a proximidade da estrutura básica (de luz, água e rede de dados) do CCMN”, além do terreno plano e cimentado, que já foi utilizado como estacionamento dos ônibus da Petrobrás. O aluno ressalta que a expansão e a diversificação regional da universidade, via Reuni e o Enem, aumentaram a pressão por moradia oferecida pela universidade. “Para nós, o mais adequado seria uma estrutura fixa de alvenaria e não módulos temporários. Mas aceitamos como medida emergencial”, afirma. Contrato de R$ 7,6 milhões O contrato, no valor de R$ 7,6 milhões, com a Innova Rio Engenharia e Construções LTDA, tinha cronograma de 270 dias, entre 26 de agosto e 22 de maio. Até aqui, segundo a reitoria, só acabou a primeira etapa da obra, correspondente a fundações e estrutura. Ao todo, foram executados pela firma 50% do valor do contrato. O passo seguinte corresponde aos “fechamentos”, com a instalação de portas e esquadrias. O pró-reitor Ivan explica que o financiamento da obra tem um complicador extra: a previsão orçamentária “meio a meio” entre recursos próprios da universidade e os obtidos por emendas parlamentares, que foram contingenciados em grande parte pelo governo federal. A universidade negocia para tentar salvar o contrato. De acordo com o pró-reitor de Gestão e Governança, “a empresa já manifestou interesse em seguir desde que haja algum repasse”. A Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3) informou ter realizado, dia 11, o pagamento de R$ 470 mil. Demanda reprimida De acordo com a Superintendência Geral de Políticas Estudantis (Superest), como medida emergencial, a UFRJ oferece hoje “cerca de 440 bolsas de auxilio moradia”. O valor do benefício é de R$ 1.200,00. A Superest informou, por email, que “a demanda por auxílio moradia é bem maior do que a que a universidade consegue atender num cenário de asfixia orçamentária”. Como exemplo desta limitação, no primeiro semestre de 2016, apenas 100 dos 461 estudantes que solicitaram, e tinham perfil socioeconômico pare fazer jus à bolsa, chegaram a receber o benefício. “Portanto, 21,69% da demanda”, confirmou a superintendência. No semestre seguinte, foram contemplados 40 dos 113 requerentes na mesma situação, “35% da demanda”. Em relação às vagas do alojamento em módulo, quando forem abertas, a superintendência respondeu que “resolução do Consuni estabelece prioridade para os estudantes que recebem a bolsa emergencial há mais tempo”.  As obras de reforma da segunda ala do alojamento mais antigo ainda não começaram. O projeto Segundo o arquiteto do Escritório Técnico da Universidade (ETU), Alexandre Martins, o conjunto do alojamento é constituído por três blocos em módulos habitacionais metálicos, fechados por painéis termoacústicos e tela metálica. O maior deles, o Bloco I é onde está o alojamento propriamente dito. Mas ainda há a previsão de estruturas coletivas como sala de estar e de jogos, lavanderia, uma minicozinha e ambiente de refeições. Além da administração, depósito e outras salas (da lixeira, por exemplo). “O alojamento é dividido em cinco alas interligadas, tem dois pavimentos e possui 80 quartos convencionais para dois estudantes em cada um”, informa o arquiteto. Cada quarto tem 17,71 m2. Outros dois quartos são adaptados para portadores de necessidades especiais (PNE). No terceiro bloco, está planejado um bicicletário. “Todos os quartos têm banheiro. Portanto, são 82 quartos e 82 banheiros para 164 estudantes”, resumiu. O projeto prevê um elevador para cadeirantes ou pessoas com dificuldade de locomoção e captação de águas pluviais dos telhados para reuso nas áreas externas.

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