“Sem liberdade, a universidade não estará à altura dos desafios do século XXI”, sublinhou António Sampaio da Nóvoa ao receber o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ. O professor português foi homenageado por sua tríplice faceta: notória referência acadêmica no campo da Educação, liderança na formação da nova Universidade de Lisboa e segunda colocação, como independente, na última eleição presidencial de Portugal, em 2016. A cerimônia aconteceu na quarta-feira, 29, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE).
O ex-reitor da Universidade de Lisboa (ULisboa) hoje atua como professor visitante da Faculdade de Educação da UFRJ. Associado ao campo pedagógico de Paulo Freire, Sampaio da Nóvoa traz como marca a valorização da escola pública, de seus protagonistas estudantes e educadores e das utopias para o conhecimento.
No Honoris Causa, Sampaio da Nóvoa falou de crise como um combustível para mudanças nas universidades: “Portugal vivia talvez seu pior momento de crise profunda, desde a redemocratização, quando fizemos o impossível”, disse Nóvoa, referindo-se à fusão da Universidade Técnica com a antiga Universidade de Lisboa, em 2013.
Seu colega de empreitada, e atual reitor da ULisboa, António Cruz Serra compareceu à reunião solene na UFRJ. Juntos, os portugueses incentivaram com entusiasmo uma parceria institucional além-mar. “Mais do que uma colaboração, podemos falar em uma verdadeira união”, frisou António Cruz.
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, respondeu com animação sobre a “desburocratização da dupla-diplomação”. E fez menção à ampliação da parceria para “além das áreas clássicas”, e também para mais instituições portuguesas, “como a Universidade do Porto”.
“Sentimos-nos honrados com a opção e a dedicação do professor Nóvoa pela UFRJ”, destacou o dirigente da UFRJ. “Sabemos que havia convite de outras universidades nos Estados Unidos e na Europa quando ele optou pelo Brasil a despeito de todas as dificuldades vividas pela universidade”.
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