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Barrados no baile
O consultor da ONU para a Copa do Mundo, Pedro Tengrouse, apresenta dados relevantes sobre a realização do torneio no Brasil. Ele informa que a Fifa arrecadou no país, com o evento, o maior volume de patrocínio e direitos de transmissão de sua história, R$ 5 bilhões. Aqui no Brasil, também se registrou a maior demanda por ingressos (especialmente para atender à plateia estrangeira). Na África do Sul, Tengrouse diz que a Fifa chegou a fazer até promoções para vender entradas. O consultor diz, ainda, que um grupo de empresas pagou para a Fifa US$ 21 milhões para que a entidade financiasse uma Fan-Fest em cada cidade-sede. E, mesmo assim, os executivos estão cobrando a conta das prefeituras. Pelos cálculos do consultor, dos 200 milhões de brasileiros, “com sorte”, 0,75 % conseguirá algum ingresso. Eis algumas das razões que podem explicar por que, na véspera do evento (para inquietação de patrocinadores e da máquina midiática), a adesão espontânea da massa que se viu em outras Copas foi trocada pela indiferença. Além, é claro, da opressão que resulta na remoção de comunidades pobres, dos bilhões despejados em obras superfaturadas, enquanto saúde, educação...
Ditadura nunca mais
A Comissão da Verdade do Andes-SN realizará nova reunião ampliada com entidades sindicais e movimentos sociais na quinta-feira, 8 de maio, às 13h, na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ – Rua Moncorvo Filho, nº 08, terceiro andar (Auditório Valladão), Centro. O objetivo da reunião é abrir espaço para que as seções sindicais tragam a sua contribuição para o debate. O encontro também servirá para que a Comissão da Verdade do Sindicato Nacional defina um conjunto de tarefas para avançar na sua missão.
Crise na USP
A USP suspendeu todas as novas contratações de pessoal, incluindo as substituições de aposentados ou demitidos. O aviso foi feito por meio de uma carta do reitor Marco Antônio Zago enviada nesta segunda (28) a professores, funcionários e alunos da instituição. A Adusp já havia alertado para a escassez de verbas para a instituição – que é estadual.
Manifestação. A marcha pela Av. Brasil começou na altura da Fiocruz e seguiu até a Maré. Foto: Samuel Tosta - 1º/05/2014 Até fevereiro, quase toda a categoria perdia da inflação, segundo levantamento feito pelo Dieese
Projeções até 2015 são desanimadoras
Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para o Andes-SN aponta que grande parte dos docentes das Instituições Federais de Ensino segue com a remuneração bastante corroída pela inflação. Ainda de acordo com esta análise, o reajuste, tão alardeado pelo governo em 2012 e parcelado em três anos, não recompõe o poder aquisitivo da categoria, muito menos reflete em ganho real para os professores.
As tabelas do Dieese – que podem ser conferidas em http://migre.me/iZNhC – confirmam estudo feito pela professora Maria Malta, do Instituto de Economia da UFRJ (e divulgado no Jornal da Adufrj nº 838, de 24 de março deste ano). A diferença é que a docente escolheu 2011 como ano-base do seu estudo, enquanto o Dieese tomou como suporte inicial o salário de julho de 2010, quando passou a vigorar a última tabela da Lei 11.784/2008 – também resultado de acordo não assinado pelo Andes-SN.
Vale lembrar que, de lá para cá, desapareceu a terceira linha do contracheque dos docentes, resultado de gratificação incorporada, fruto do termo firmado em 2011. Permaneceram o vencimento básico e a Retribuição por Titulação.
Índices inflacionários
As projeções trabalham com os índices inflacionários ICV/Dieese e IPCA/IBGE e foram realizadas tanto para os docentes do Magistério Superior quanto para os do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). Nos dois casos, as variações são semelhantes.
São apresentados quatro cenários, nos quais é comparado o reajuste no período analisado com a inflação acumulada. Para as projeções futuras, é utilizada a média mensal da inflação registrada nos últimos 30 meses.
Leia mais: Reajuste parcelado não recompõe poder aquisitivo dos professores
Setor das Federais do Andes-SN encaminha intenso calendário de mobilização até o fim de maio
Reunião com o MEC acontece no próximo dia 21
Uma agenda intensa de atividades, com paralisação nacional em 21 de maio, foi um dos encaminhamentos da reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do Andes-SN, em Brasília. Nesse dia haverá vigília para a reunião com o MEC, prevista para as 16h.
A Caravana da Educação Federal, nesta terça-feira (6) e a Marcha a Brasília, no dia seguinte, também integram o calendário de lutas aprovado. Para o período de 12 a 16 de maio, está prevista uma semana de mobilização local nas universidades.
A decisão sobre o período de deflagração da greve, com base no resultado da rodada de assembleias gerais das Seções Sindicais, foi remetida para a próxima reunião do Setor das Federais, que acontece em 24 e 25 de maio.
“Foi uma das maiores e mais densas reuniões do Setor das IFES. Fizemos uma cuidadosa avaliação da conjuntura, das audiências com o Ministério da Educação e do resultado das assembleias gerais. A orientação do Setor é intensificar a mobilização, fortalecendo as assembleias, aprofundando o debate sobre a greve, reforçando as pautas locais a partir da articulação com a pauta nacional de negociação em curso”, explicou Marinalva Oliveira, presidenta do Andes-SN. O encontro contou com a presença de 70 docentes, sendo 63 representantes de 43 seções sindicais e sete diretores nacionais.
De acordo com Marinalva, o Setor das IFES também orientou a constituição de fóruns locais articulados, se possível, com os técnico-administrativos e estudantes, no que diz respeito à precarização das condições de trabalho e funcionamento. “Devem ser montados minidossiês contendo descrição sumária das carências locais de cada universidade e paralisação dos docentes no dia 21 de maio, com atividades de mobilização”.
Unidade na ação
Durante a reunião, representantes da Fasubra e Sinasefe apresentaram informes dos movimentos grevistas protagonizados pelas entidades. Os técnico-administrativos das universidades federais estão em greve desde 17 de março, enfrentando a truculência de alguns reitores, que cortaram ponto dos trabalhadores que aderiram ao movimento e judicializaram a greve da categoria.
Os docentes e técnicos das IFE representados pelo Sinasefe iniciaram a paralisação em 21 de abril. Segundo balanço da entidade, trabalhadores de instituições de mais de dez estados já integram a greve.
Comissão de garis do Rio marca presença
Uma comissão de garis, trabalhadores da Comlurb do Rio de Janeiro, também participou do Setor das Federais para compartilhar a experiência do movimento grevista organizado pela categoria, durante o carnaval. Eles declararam apoio à luta dos docentes. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)
Leia mais: Setor das Federais encaminha paralisação para o dia 21
Docente da EBA relata as precárias instalações do seu curso e as dificuldades de deslocamento até o Fundão
Depoimento inaugura seção especial dentro do Jornal da Adufrj
Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Na UFRJ, o desmonte da universidade pública é sentido diariamente nas diversas Unidades e Centros. Salas superlotadas, auditórios insuficientes ou inexistentes, poucos bebedouros (ou nenhum), banheiros depredados, saídas de emergência obstruídas, ausência de treinamento para casos de incêndio, precárias instalações e equipamentos para aulas... A lista de problemas é enorme.
Por isso mesmo, o Jornal da Adufrj inicia nesta edição uma série com depoimentos de professores sobre as suas condições de trabalho. A cada semana publicaremos um novo relato sobre as diferentes Unidades da UFRJ. Nesta edição, a professora Patrícia March, da Escola de Belas Artes, comenta os principais problemas vivenciados por professores, estudantes e servidores técnico-administrativos na EBA, com ênfase no Departamento de Desenho Industria, no qual está lotada. A Unidade se localiza no prédio da reitoria, no campus da Cidade Universitária (Fundão). O relato é separado por temas:
Acesso ao Fundão
“Moro em Niterói e trabalho na Escola de Belas Artes. O deslocamento, de carro ou de ônibus, é sempre marcado pela dúvida da chegada em tempo hábil. E piora quando uso transporte público, que torna meu itinerário muito mais longo. Acho que esta situação afeta a todos que se deslocam de diferentes partes do Rio até a Ilha do Fundão. O problema é agravado pela falta de outras formas de transporte público além do ônibus. É desgaste para chegar e desgaste para sair”.
Estacionamento
“Estacionar carro é um outro problema, pois a insegurança está sempre presente, mesmo quando existe estacionamento fechado. Apesar da presença de seguranças no local, que acho precária, é uma situação tensa, principalmente ao final da tarde, quando está mais vazio. Como ninguém quer parar muito longe do acesso ao prédio, muitas vezes ocorrem problemas para circular com o carro”.
Telefonia
“O serviço de telefonia eu considero muito ruim, a comunicação deveria ser melhor tratada em um lugar de difícil acesso e longe de tudo. O meu departamento, de Desenho Industrial, no sexto andar, ficou muito tempo sem telefone, cujo conserto demorou a ser providenciado”.
No prédio da reitoria, elevadores vivem parados. Foto: Silvana Sá - 30-04-2014Casos de emergência
“Nunca soube de treinamento para casos de emergência e nem da existência de brigadistas. Um problema que considero muito sério é a falta de um setor para atendimento de emergências médicas. Mais de uma vez tive que atender alunos que sofreram pequenos acidentes ao realizarem trabalhos práticos em sala de aula e nas oficinas do curso. Salvo melhor juízo, não existe nenhum setor no prédio com profissionais preparados para atendimento em caso de acidentes. Se precisar de medicamento, curativo, ou outra coisa relacionada a atendimento de saúde, não tem nada, nem um local preparado para primeiros-socorros”.
Instalações
“As oficinas localizadas no segundo andar (Madeira, Metal e Plástico), que atendem a cursos da EBA, incluindo os alunos de meu curso, Desenho Industrial – Projeto de Produto, possuem instalações precárias e insalubres. Maquinário e ferramental ultrapassados e em péssimas condições de uso. Nós, do Curso de Desenho Industrial, já tivemos, mais de uma vez, que suspender a oferta disciplinas de Oficina do curso visando proteger alunos, professores e funcionários que usam estes espaços. Não só a segurança, mas também a qualidade do ensino e aprendizado das disciplinas que usam estas oficinas, estão prejudicadas. Delas depende uma importante e significativa parte da formação de nossos alunos, que estão recorrendo a alternativas fora da universidade para realizar trabalhos práticos de finalização de curso”.
Refeições
“Não existem copas para a realização de refeições e não há bandejão no prédio, prejudicando a qualidade de alimentação de todos, obrigados a consumir sanduíches e outras refeições do gênero nas poucas lanchonetes e trailers. Vale lembrar que já funcionou (e bem) um bandejão no prédio e o local onde ele funcionava no térreo, hoje, pelo que sei, está sendo subutilizado para alguma atividade administrativa. Os alunos se deslocam para outros locais para almoçar”.
Situação predial
“Em relação aos elevadores, já postei fotos na página da Adufrj no facebook, na UFRJ, que mostram a situação absurda a que cotidianamente somos submetidos. Já tem muito tempo que os elevadores estão em péssimas condições: quebrados, sem funcionar e, quando funcionam, estamos correndo um constante risco de ficarmos presos, o que acontece mais do que deveria. A acessibilidade no prédio da reitoria está deixada de lado, justamente lá onde diariamente circulam várias pessoas para atendimento no oitavo andar onde funcionam setores da administração voltados ao público”.
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