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Primeira mesa de evento organizado pela Adufrj-SSind esmiuça as metas do Plano Nacional de Educação, em tramitação no Congresso. Como está, texto compromete princípio público da área e prejudica docentes
Atividade ocorreu no sábado, 17 de maio
Aline Durães. Especial para o Jornal da Adufrj
Dois temas centrais para a universidade foram alvo de discussões no sábado, 17 de maio, durante o Seminário “Carreira Docente e Políticas para Educação”. O encontro, realizado pela Adufrj-SSind na Casa da Ciência, reuniu professores e estudantes (representando o DCE e a APG) que, por cerca de quatro horas, debateram as propostas de regulamentação interna à UFRJ de progressão e promoção nas carreiras do magistério federal e o Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Congresso.
A primeira mesa do evento, composta pelas professoras do Colégio de Aplicação (CAp-UFRJ) Cristina Miranda e Renata Flores e mediada por Regina Pugliese, diretora da Adufrj-SSind, analisou as alterações contidas no PNE. As três integram o Grupo de Trabalho de Políticas Educacionais da Seção Sindical.
Ao estabelecer metas para a área, que deverão ser cumpridas nos próximos dez anos, o governo federal apresenta o PNE como se as políticas educacionais tivessem prioridade na gestão. Para as docentes envolvidas no debate, entretanto, o texto, além de abstrato em alguns trechos, é danoso por institucionalizar e oficializar práticas, como o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) de 2007, que comprometem o princípio público do setor. “Nos últimos meses, o PNE ganhou mais destaque na mídia por conta do inciso X do artigo segundo, que aborda questões referentes, por exemplo, à diversidade de gênero. A ênfase nessa temática, que é importante, desviou o foco de um problema que atinge todas as metas: o subfinanciamento da educação pública”, destacou Renata Flores.
Durante o seminário, Renata e Cristina Miranda se revezaram para revelar, uma a uma, as metas do Plano para além do sentido óbvio contido no texto. Questionaram a validade de medidas que, em vez de problematizarem as condições de trabalho do professor na sala de aula, se resumem a fazer uma crítica velada à formação do profissional. “O documento é permeado por um discurso de expropriação do saber docente. Ele deixa pouca autonomia para o professor formular seu material em sala de aula e para efetuar a avaliação dos alunos. Parece querer proteger o docente, mas o transforma em mero avaliador, mero aplicador de materiais externos”, frisou Renata.
Um ponto merecedor de destaque na avaliação das palestrantes é que, por vezes, o Plano Nacional de Educação parece atender a demandas históricas da categoria docente, mas basta um olhar mais criterioso para perceber que o texto não garante qualquer efetivação dessas pautas. É o que ocorre na meta seis. Ao preconizar a oferta de educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica, o Plano fala em aumentar a carga horária dos professores em cada unidade. Isso não garante que o docente poderá se livrar de trabalhar em várias escolas como ocorre hoje – eles, muitas vezes, precisam lecionar em várias unidades escolares para aumentar sua renda. Não há, no entanto, qualquer sinalização no texto que aponte como a matrícula única ocorrerá na prática.
Já a meta 12, que pretende elevar a taxa de matrícula no Ensino Superior para 50%, reafirma o controverso Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Ao mesmo tempo, indica que o PNE entende a universalização do acesso apenas sob o ponto de vista numérico, esvaziando os debates sobre a qualidade do ensino e as políticas de permanência. “Não há estratégias que pensem para além do aumento de vagas e de campi. A precarização está ratificada pela lei”, alertou Renata Flores.
Das mais polêmicas, a meta 20 foi eleita pelas palestrantes como a “menina dos olhos do PNE”. É ela que trata do financiamento e visa ampliar o investimento público em Educação para 7% do Produto Interno Bruto (PIB), em cinco anos, e para 10%, no prazo de dez anos. Bastante modificada nas várias idas e vindas entre Câmara e Senado Federal, a meta não especifica como será feito esse repasse, o que dá margem para a captação dos recursos públicos por instituições privadas. “O eixo central da discussão do PNE é que a questão do público e privado se misturam de tal forma que não há mais fronteiras. No documento, fala-se em ‘gratuito’, mas é um gratuito feito com financiamento do setor privado. O Estado está favorecendo o capital privado para atender políticas neoliberais”, afirmou Cristina Miranda.
Para dar continuidade aos debates sobre as propostas do PNE, será realizada, nos próximos dias 6 e 7 de junho, a etapa estadual preparatória para o Encontro Nacional de Educação (ENE). O objetivo é organizar e fortalecer a articulação de movimentos sociais e trabalhadores em Educação para o ENE, que ocorrerá nos dias 8, 9 e 10 de agosto, no Rio de Janeiro.
Juliana Caetano, da APG (à esq.); Cláudio Ribeiro (Adufrj-SSind) e Julia Bustamante (DCE). Foto: Marco Fernandes - 17/05/2014
União entre os segmentos é necessária
A necessidade de maior articulação entre as categorias docente, discente e técnico-administrativa deu o tom da mesa de abertura do seminário, composta pelas estudantes Julia Bustamante (DCE Mário Prata) e Juliana Caetano (APG-UFRJ) e por Cláudio Ribeiro, presidente da Seção Sindical. Ficou claro que a luta em defesa da Educação Pública de qualidade, contra a mercantilização do ensino, é um traço comum a todos os segmentos. “O professor, cada vez mais, acredita que sua atividade independe das outras classes, inclusive dos estudantes. Mas é importante entender como as condições de estudo e trabalho na UFRJ afetam a nós, docentes”, destacou Cláudio.
As representantes discentes trouxeram à pauta reivindicações estudantis nos níveis da graduação e pós-graduação. Entre elas, a ampliação das políticas de permanência da universidade para graduandos e a luta pela vinculação das bolsas de pesquisa ao salário docente, segundo a qual o valor do benefício se tornaria equivalente a determinada porcentagem da remuneração dos professores. “Precisamos atuar conjuntamente, em todas as esferas, contra essa lógica perversa da Educação voltada para o mercado, que nos rouba a universidade como local de pensar”, pontuou Juliana Caetano.
Julia Bustamante destacou a necessidade de melhorar as políticas de apoio aos alunos principalmente em função da recente mudança de perfil dos ingressantes na universidade (leia a matéria na página 6) e da interiorização dos campi. Ela ressaltou a importância das ações conjuntas entre os segmentos, que vêm crescendo desde a greve de 2012 e ganhando força com a luta contra a Ebserh.
Luta pela Educação Pública
GTPE da Adufrj-SSind discute o PNE do governo
Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Professores municipais e estaduais filiados ao Sepe vão ajudar a compor o ENE. foto: Samuel Tosta - 15/05/2014A análise do Plano Nacional de Educação (PNE) em tramitação no Congresso tem ocupado os últimos encontros do Grupo de Trabalho de Políticas Educacionais (GTPE) da Adufrj-SSind. O GT tem contado recentemente com a colaboração do Colemarx (Grupo de Pesquisa da Faculdade de Educação).
Para os integrantes do GTPE, o PNE aprofunda de forma perversa o desmonte em curso da educação pública, institucionalizando a transferência de recursos públicos para o setor privado. Do conjunto do texto, foi retirada a palavra ‘público’, o que dilui o significado do sentido da instituição pública em si.
De acordo com esse estudo, a política educacional expressa no PNE apresenta-se como parte de um programa de governo que foi instituído desde 2007 pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Este PDE reafirma metas e estratégias definidas pelo movimento “Todos Pela Educação” – organização dos empresários, sob a liderança do Itaú e Gerdau, para pautar a política pública da educação -, sem considerar o embate político dos anos 1990 entre o PNE da sociedade civil e o PNE de FHC (2001-2010).
O PNE do governo não para por aí: institui na lei o Reuni, agora também para instituições estaduais. O Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades (até então apenas para federais) já demonstrou ser, na prática, mais um fator de precarização das universidades – amplia-se o número de vagas estudantis sem aporte adequado de estrutura física e de pessoal; aprofunda os mecanismos de avaliação que não têm o protagonismo dos trabalhadores da educação e dos estudantes. Além disso, é um elemento coercitivo de controle social sobre o que é dado a pensar na escola, ou seja, a perda de autonomia científico-acadêmica. O PNE também estabelece em lei quais médias as escolas devem alcançar dentro do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
“Público” é diferente de “gratuito”
A “meta 20” trata do investimento público em educação, sem diferenciar os recursos públicos dos privados. Objetivamente, anula a particularidade do sistema público, confirmando os compromissos do Estado brasileiro em favorecer o capital privado de acordo com as políticas neoliberais determinadas pelos organismos internacionais. Além disso, anuncia o investimento de 10% do PIB para a Educação (sem especificá-la como “pública”), escalonado ao longo de 10 anos. O patamar máximo será atingido apenas ao final do plano, mas não há nenhuma indicação de como se chegará a estes 10%, o que compromete os interesses e demandas da sociedade brasileira organizada em torno do movimento da campanha dos 10% do PIB para a Educação Pública, já.
Encontro Estadual de Educação ocorre em 6 e 7 de junho
Diante do contexto que se apresenta, o GTPE entende que é fundamental reunir os trabalhadores da educação e movimentos sociais na construção de uma agenda política da classe trabalhadora. Esta articulação deve envolver os setores que se comprometam com as tarefas de um projeto de sociedade e educação contrário ao projeto da hegemonia do capital. Os seguintes princípios são reafirmados: 10% do PIB para a educação pública e gratuita; democracia, controle e gestão da educação em contraposição à lógica do mercado e clientelismo político; acesso e permanência estudantil assegurando aos estudantes as condições de alimentação, transporte, moradia e disponibilidade de material de estudo; contra a privatização e mercantilização da educação; luta contra a precarização das atividades dos trabalhadores da Educação; contra a avaliação direcionada ao atendimento do modelo privatista e empresarial.
Calendário
No dia 16 de maio, ocorreu uma plenária de mobilização no Rio para a construção do Encontro Estadual de Educação – etapa preparatória do Encontro Nacional (ENE). Este Encontro Estadual ocorrerá em 6 e 7 de junho. O Seminário Carreira e Políticas Educacionais (que aconteceu no dia 17) é uma das atividades internas à UFRJ que a Adufrj-SSind organiza como forma de mobilizar os professores e se prepararem para o ENE, marcado para 8 a 10 de agosto, também no Rio de Janeiro.
Desmercantilizar a educação
A luta pela desmercantilização da educação é da maior importância hoje. O debate e as ações deste encontro pretendem resgatar a perspectiva de educação como direito social e também como dever do Estado.
Leia mais: GTPE da Adufrj-SSind esmiuça metas do Plano Nacional de Educação
Encontro havia sido marcado com bastante antecedência
No último dia 17, a direção do Andes-SN foi surpreendida com uma mensagem do gabinete da Secretaria de Educação Superior do MEC para cancelar a reunião do próximo dia 21. Sem muitos detalhes, o motivo seria uma “viagem nacional”. O encontro representaria a continuidade da discussão sobre a pauta de reivindicações do Sindicato, especialmente quanto à carreira docente.
Em resposta ao comunicado da SESu/MEC, o Andes-SN enviou uma carta na qual cobra a realização do encontro: “Reafirmamos que esta agenda foi marcada com bastante antecedência e a partir da agenda do Secretário Paulo Speller. Além do mais, há expectativa da base do movimento sobre esta reunião. Todas as providências, como passagens aéreas e deslocamento dos diretores para Brasília, já foram tomadas com a certeza de que o Secretário cumpriria o compromisso firmado. Diante do exposto, esperamos que a SESu-MEC cumpra o acordado sobre a reunião do dia 21 de maio. Esperamos ter do secretário o esforço necessário para que se efetive a agenda marcada com antecedência. Da parte do Andes-SN estaremos em Brasília nesta data e hora para o cumprimento do compromisso assumido. Também será mantida a reunião do setor das federais para os dias 24 e 25 de maio para avaliarmos os desdobramentos em decorrência da evolução dos fatos”, diz o documento.
Cegueira, Hanseníase, doença de Parkinson, contaminação por radiação e tuberculose ativa, entre outros, compõem a lista de enfermidades que dão direito ao benefício, que pode ser solicitado retroativamente
Serviço médico oficial deve emitir o laudo comprovatório
Aposentados, pensionistas e reformados que sejam portadores de doenças graves são isentos do Imposto de Renda. Aquele que portar uma das patologias (veja quadro) deverá procurar o serviço médico oficial da União, dos estados, do DF ou dos municípios para a emissão de laudo pericial que comprove a doença (no caso da UFRJ, é a Divisão de Sáude do Trabalhador – DVST). De posse desse documento, o requerente deverá se dirigir à fonte pagadora para que deixe de reter o Imposto de Renda.
Retroatividade
Caso o laudo da perícia indique que a doença foi contraída em período anterior e o contribuinte já tiver sido descontado, ele pode requerer a restituição em três situações: se a retenção do imposto ocorreu no exercício corrente ao laudo, o contribuinte pode solicitar a restituição na Declaração de Ajuste anual, declarando os rendimentos como isentos a partir do mês de concessão do benefício; caso a retenção tenha acontecido em exercícios anteriores, o contribuinte deve apresentar declaração retificadora para os referidos exercícios. Nela, deverá constar como rendimentos isentos a aposentadoria, pensão ou reforma, incluindo a parcela do 13º salário; por fim, se as declarações de anos anteriores resultaram em imposto a pagar, deverá ser elaborado um pedido para restituição ou compensação dos valores pagos além do devido. Neste caso, o contribuinte deverá utilizar o programa “PER/DCOMP”, disponível na página da Receita Federal na internet para download.
É importante lembrar que a isenção de pagamento do Imposto de Renda não desobriga o contribuinte a apresentar sua declaração. Outras dúvidas podem ser tiradas junto à Receita Federal.
Orientação do Jurídico da Adufrj-SSind
Se houver alguma dificuldade no reconhecimento da grave enfermidade, é possível consultar a assessoria jurídica da Adufrj-SSind.
A advogada Ana Luiza observa ainda que a Medicina vem descobrindo e avaliando outras doenças como graves: também nessas situações pode caber ação no Judiciário para reconhecimento do direito de isenção do imposto.
Professor aposentado do IQ deixou de pagar mais de R$ 1 mil
Roberto Petersen. Foto: Kelvin Melo - 24/04/2014A lembrança sobre a isenção do imposto de renda é importante, pois ao governo não interessa perder dinheiro com a divulgação do dispositivo. O professor Roberto Petersen, aposentado do Instituto de Química, descobriu o problema quando fez o primeiro (em 2004) de três cateterismos. O grande cansaço que sentia tinha origem em uma obstrução de artéria coronariana. Mas só soube que poderia receber o benefício previsto em lei no ano passado, informado por um colega.
Em meados de dezembro, ele foi confirmar a notícia Pró-reitoria de Pessoal da universidade (PR-4). E, depois dos procedimentos burocráticos, passou a ser beneficiado em março deste ano. Deixou de pagar quase R$ 1 mil de imposto de renda. Além do mais, com base em artigo da emenda constitucional nº 47, também diminuiu sua contribuição previdenciária – neste caso, a legislação diz que a contribuição dos aposentados incidirá apenas acima do valor do dobro do teto de benefícios do Regime Geral. Para Roberto, o habitual desconto de R$ 250 passou para R$ 25. “Gasto uns R$ 500 por mês com remédios, então é um dinheiro que não dá para dispensar”, disse. “Acho importante que a Adufrj divulgue e seja feito um contato com o Sintufrj para que eles divulguem também. Esse é um direito de todos os trabalhadores, não só os servidores, e o governo não tem interesse nenhum em divulgar”, completou.
Roberto, que descobriu ainda mais recentemente que o benefício pode ser solicitado retroativamente, iria iniciar os procedimentos administrativos com essa finalidade. Hoje, aos 75 anos, ele diz estar aproveitando a vida.
Veja a lista das doenças
- AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
- Alienação mental
- Cardiopatia grave
- Cegueira
- Contaminação por radiação
- Doença de Paget em estados avançados (Osteíte deformante)
- Doença de Parkinson
- Esclerose múltipla
- Espondiloartrose anquilosante
- Fibrose cística (Mucoviscidose)
- Hanseníase
- Nefropatia grave
- Hepatopatia grave (observação: nos casos de hepatopatia grave somente serão isentos os rendimentos auferidos a partir de 01/01/2005)
- Neoplasia maligna
- Paralisia irreversível e incapacitante
- Síndrome de Talidomida
- Tuberculose ativa
Leia mais: Doenças graves isentam aposentados de pagar imposto de renda
Gestão para o biênio 2014/2016 irá tomar posse em Aracaju (SE), no mês de agosto. Na UFRJ, mesmo com a paralisação dos rodoviários que coincidiu com os dias de votação, participaram 307 eleitores
Urna na Faculdade de Letras reuniu 40 votos
Nos dias 13 e 14 de maio, a chapa única (“Andes-SN de Luta e pela Base”) obteve 8.390 votos (91,62%) em todo o país para assumir a gestão do Sindicato Nacional, no biênio 2014-2016. Houve, ainda, 516 brancos (5,64%) e 251 nulos (2,74%). Os resultados foram divulgados no dia do fechamento desta edição e, conforme o regimento eleitoral, existe um prazo de recurso de até 24 horas. Mas, se acontecer alguma mudança nos números, não deverá ser significativa.
A nova diretoria do Andes-SN tomará posse no dia 21 de agosto, durante a Plenária de Abertura do 59º Conad, que será realizado em Aracaju (SE). O professor Paulo Rizzo, da Universidade Federal de Santa Catarina, será o presidente; Claudia March, da Universidade Federal Fluminense, assumirá como secretária-geral; e Amauri Fragoso, da Universidade Federal de Campina Grande, será o 1º tesoureiro.
A UFRJ alcançou a quarta maior participação (307 eleitores), atrás apenas da Universidade Federal da Paraíba (319), da Unicamp (385) e da Universidade Federal Fluminense (439).
Para o presidente da Comissão Eleitoral Local e diretor da Adufrj-SSind, Luciano Coutinho, havia uma expectativa muito positiva quanto à votação na UFRJ: “Expectativa esta que, se não se materializou em uma presença maior na comparação direta com a eleição anterior (foram 383 eleitores em 2012), foi atingida a partir da demonstração de interesse dos docentes em participar das eleições, mesmo que suas unidades estivessem fechadas ou ainda consideravelmente esvaziadas na UFRJ nos dias da eleição”, afirmou, em referência à paralisação de 48 horas dos rodoviários na cidade do Rio de Janeiro. Luciano também observou que a justa mobilização dos vigilantes terceirizados pelo pagamento de salários atrasados também contribuiu para o esvaziamento do campus do Fundão, no dia 14.
Tentativa de prorrogar votação não obteve sucesso
Luciano explica que, assim que confirmada a paralisação dos rodoviários, na véspera do pleito (e ao longo dele), foram feitas consultas à Comissão Eleitoral Central (CEC) sobre possível extensão do prazo de votação: “Fomos informados de que não seria possível a extensão e que deveríamos manter as datas das eleições”.
Não funcionou a urna de Macaé. No primeiro dia de votação, o presidente da Comissão Local explicou que, em função das dificuldades já relatadas, foi solicitado que alguns docentes e alunos, que colaboraram como mesários, mudassem de seções eleitorais. Ou ainda que ficassem mais tempo do que haviam se programado: “Com isto, as pessoas que iriam para Macaé precisaram ser realocadas em outras seções”, disse Luciano.
A urna localizada na Faculdade de Letras conseguiu o maior resultado absoluto desta vez, quase o mesmo da eleição anterior (44 em 2012 e 40 em 2014): “Resultado este que não foi surpresa, em especial pela tradicional participação dos docentes desta seção. Outros resultados muito importantes foram observados na seção da Praia Vermelha 2 (ESS, IP e IPUB) e na reitoria (FAU, EBA, IPPUR e Coppead). Na primeira, houve um razoável aumento no comparecimento dos docentes (30 em 2012 e 37 em 2014) e na reitoria o crescimento foi consideravelmente maior, pois passamos de 13 votantes em 2012 para 34 em 2014”, elogiou Luciano.
Agradecimento
A Comissão Eleitoral Local também agradeceu a participação e o apoio de todas as pessoas envolvidas na eleição: sejam docentes, discentes, técnicos-administrativos ou os funcionários da Adufrj-SSind: “Temos certeza de que esta eleição só foi possível por conta deste enorme apoio que recebemos”, concluiu Luciano.
Quatro novos integrantes no CR da Adufrj-SSind
Para aproveitar a estrutura montada para a eleição do Andes-SN, houve votação em algumas Unidades para preencher cargos vagos do Conselho de Representantes da Adufrj-SSind. Foram eleitos conselheiros do Colégio de Aplicação (Renata Lucia Baptista Flores e Maria Cristina Miranda – ambas como titulares), da Escola Politécnica (Eduardo Gonçalves Serra – titular) e da FACC (Antonio José Barbosa de Oliveira – suplente). A posse deles será na próxima Assembleia Geral da Adufrj-SSind, dia 23.
Leia mais: Nova diretoria do Andes-SN é eleita com 8.390 votos
Diretor do HUCFF diz não ter sentido transferir a formação da graduação, uma atividade-fim da universidade, para outra instituição. Côrtes diz, ainda, que o convênio não foi discutido com a comunidade
Diretora do Ipub, Maria Tavares entra no debate
Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Um convênio proposto pela Faculdade de Medicina da UFRJ com o Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) tem gerado polêmica entre diretores de hospitais e professores de Medicina. Inicialmente criado para atender os estudantes do curso de Medicina de Macaé, que não possui hospitais para seu treinamento em Saúde, foi estendido também para os demais cursos da Faculdade de Medicina (FM), inclusive do Rio. A Congregação da FM aprovou a proposta dia 13.
“Uma coisa é fazer um convênio auxiliar, para treinar os alunos em áreas específicas como emergência. Outra coisa é fazer um convênio em que você passa a formação da graduação, uma atividade-fim da universidade, para outra instituição”, observa o diretor do HUCFF, professor Eduardo Côrtes. Para ele, o momento é estrategicamente errado para aprovar um convênio que transferirá o treinamento dos estudantes de Medicina da UFRJ para outro hospital: “Maio e junho são os meses em que o Rehuf (programa de reestruturação dos HUs federais) faz levantamento para definir o valor dos repasses para os hospitais. O convênio pode ter um uso político muito ruim justamente por conta disso. Pode significar um menor repasse pela transferência dos estudantes para o HFSE”.
Côrtes argumenta que o convênio não foi discutido com a comunidade e que, como professor da UFRJ, vê de maneira muito ruim o treinamento dos alunos ter como responsável máximo um órgão externo à URJ. Isto porque, a cláusula quarta do convênio estipula que “O Conselho Gestor de Ensino e Pesquisa do HFSE será o órgão maior responsável pelo ensino proposto no âmbito deste convênio, sendo presidido e convocado pelo Diretor do HSE com periodicidade nunca superior a 90 dias”.
Eduardo Côrtes diz, ainda, não ter sido procurado pela direção da Faculdade de Medicina para saber a atual capacidade de recebimento de estudantes por parte do HUCFF e não teria divulgado um levantamento das atuais condições de funcionamento do Hospital dos Servidores do Estado.
Professora admite diferenças
A professora Maria Tavares, diretora do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Ipub), é favorável ao convênio e afirmou que esta não seria uma prática nova: “Cada vez mais nossos alunos têm sido formados na rede do SUS. Aqui no Ipub os nossos residentes fazem também o atendimento em outros hospitais. A parte de emergência, por exemplo, é feita há muito tempo no Pinel (Instituto Psiquiátrico Philippe Pinel), porque não temos porta aberta para emergência”.
Apesar de não ver problemas na aprovação do convênio, a diretora reconhece algumas diferenças: “Entendo que seja um pouco diferente porque não corresponde só a um treinamento auxiliar de uma área que não existe na UFRJ. É com um hospital e não com a Prefeitura do Rio, por exemplo. Sei que estamos em um momento de fortalecer nossos HUs, por outro lado, também ter uma alternativa para os alunos caso eles precisem também é positivo. Há turmas que podem ser prejudicadas caso não haja outra solução para elas até que o HUCFF seja reestruturado”, declarou.
Medronho argumenta
Procurado para falar sobre o assunto, o diretor da Faculdade de Medicina, professor Roberto Medronho, alegou que a proposta de acordo entre a UFRJ e o HFSE não tem por objetivo o esvaziamento do HUCFF: “Ele regulariza a situação dos estudantes da Medicina de Macaé que já estão fazendo estágio lá e possibilita que os alunos de todos os outros cursos da FM, inclusive da Medicina do Rio, realizem estágios no Hospital Federal dos Servidores do Estado”.
Medronho também alegou que a discussão sobre a necessidade de um convênio foi iniciada em abril de 2012, quando a Medicina de Macaé entrou em greve.
Segundo ele, a cláusula quarta, citada nesta matéria, foi modificada na congragação: quem vai presidir o conselho será a pessoa indicada pelo diretor da FM, e não mais pelo diretor do HFSE.
Leia mais: Diretor do HUCFF questiona acordo da Medicina com HFSE