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Foto: Kelvin MeloRenan FernandesEnsino, pesquisa e extensão de braços dados para todo mundo ver, em uma grande festa do conhecimento. Até sexta-feira (26), a Semana de Integração Acadêmica vai mobilizar 15.125 participantes em todos os campi da UFRJ. Serão 3.374 professores, 8.340 alunos de graduação, 2.184 de pós-graduação, 92 de ensino médio e 456 técnicos-administrativos, além de 679 inscritos de fora da universidade (veja na página ao lado os números da edição 2025). Todos envolvidos com mais de 6 mil trabalhos de todas as áreas do conhecimento construídos com rigor científico, muitos deles interdisciplinares.
As apresentações são o alicerce da proposta de integração entre ensino, pesquisa e extensão proposto pela SIAC. A professora Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, se emocionou ao falar sobre a importância do evento para a UFRJ.
“Para mim, a herança mais bela que a Semana de Integração Acadêmica é que quando unimos nossos esforços, quando nos integramos, conseguimos fazer algo belo, duradouro, que a sociedade aplaude de pé”, disse com a voz embargada desejando vida longa à SIAC. “Esse espírito de integração está presente e se repete em diversos eventos da nossa universidade”.
A pró-reitora de Graduação, professora Maria Fernanda Quintela, não poupou elogios à atividade.“É mostrar o que nós fazemos, é conhecer o que o colega do lado faz”, disse.
A docente lembrou de sua chegada à UFRJ e comparou com o momento atual. “Conheci a universidade com semanas incipientes de pesquisa, ensino e extensão. Hoje, vejo como essa atividade tomou uma abrangência muito maior”, celebrou.
“Queremos que os estudantes de graduação cheguem cada vez mais longe com o apoio da universidade, de todos os professores, técnicos-administrativos e pós-graduandos envolvidos nos laboratórios”, completou Quintela.
A professora Cássia Turci, vice-reitora, apontou a Semana como um dos eventos mais importantes na universidade. “São esses trabalhos da SIAC que vão dar margem depois a especializações, dissertações e teses”.
DIVERSIDADE
As iniciativas podem ter as mais variadas matérias como objeto de estudo. Podem ser ações educativas dentro de um hospital universitário, o olhar sociológico para um quarto de serviço, o mapeamento de um manguezal na Cidade Universitária, a análise de pinturas brasileiras ou uma forma de ensinar árabe de forma mais agradável.
Em toda esta diversidade, apenas um consenso: a SIAC é um evento fundamental para fomentar a formação dos jovens e para dar ampla visibilidade ao que se faz na UFRJ.
O Jornal da AdUFRJ percorreu as sessões da SIAC e conversou com pesquisadores e orientadores de diferentes campos do conhecimento.
Veja a seguir alguns trabalhos apresentados.
EDUCAÇÃO PARA ALIMENTAÇÃO MAIS SAUDÁVEL
Foto: Kelvin MeloEducar para uma alimentação mais saudável é o objetivo de um projeto de extensão que atua na sala de espera do Programa de Obesidade e Cirurgia Bariátrica (PROCIBA) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. “Nós sempre aconselhamos a reeducação alimentar. Muitas pessoas pensam que fazer cirurgia bariátrica vai resolver todos os seus problemas e não é assim. Tudo é um processo”, diz a estudante Priscilla dos Santos, do 5º período de Nutrição.
Ela e colega Hozana Cristina, também do 5º período, comparecem ao HU às quartas-feiras para conversar com os pacientes. “Eles falam como é a alimentação deles. Perguntam sobre algum alimento. E nós apresentamos nosso caderninho de receitas com baixo valor calórico. É muito enriquecedor para a gente”.
A orientadora Eliane Rosado reforça: “Uma coisa é a teoria; outra coisa é quando o aluno convive com o indivíduo que tem aquela enfermidade. Aqui elas consideram a questão técnica da nutrição, as questões socioeconômicas dos pacientes, as emoções e vontades”, afirma.
A docente elogia a visibilidade aos projetos oferecida na SIAC. “Dá essa oportunidade de os alunos mostrarem para o público o que estamos fazendo e ninguém vê, numa sala de espera de hospital”, completa.
MANGUEZAL MONITORADO POR DRONE
Foto: Kelvin MeloTecnologia a serviço da preservação da natureza. Estudante do 10º período do curso de Engenharia Eletrônica e Computação da Escola Politécnica, Arthur Beserra é um dos autores do trabalho que utiliza um drone para monitorar o manguezal da Enseada de Bom Jesus, próximo ao Parque Tecnológico. A ideia da pesquisa é aprimorar técnicas para o mapeamento mais preciso do terreno e da vegetação, identificando pontos de degradação. “Os resultados que apresentamos são mais recentes. No futuro, poderemos compreender a situação de degradação ou regeneração do ecossistema”, disse Arthur.
Em sua primeira SIAC, o estudante não escondeu o nervosismo, mas avaliou a experiência de forma positiva. “É bem divertido estar aqui, apresentar e ter o ponto de vista de outras pessoas que não acompanharam o projeto”.
Um dos orientadores, o professor Marcos Gallo, da Coppe, considera a SIAC fundamental para a formação dos estudantes. “É muito importante para o crescimento deles. Tentamos apoiar o máximo para que participarem da SIAC. Temos até alunos sem bolsa participando”, disse. “o que a gente fala é que tentem explicar da forma mais simples possível pois os avaliadores ou colegas podem não entender nada daquele assunto”.
OLHAR SOCIOLÓGICO NO QUARTO DE SERVIÇO
Foto: Renan FernandesO quarto de serviço para trabalhadoras domésticas, localizado nos fundos das casas e apartamentos da classe média, é o objeto da pesquisa “Quarto reversível, desigualdade e trabalho doméstico”, apresentada por João Victor Evangelista, estudante do oitavo período do curso de Ciências Sociais.
Seja como espaço de descanso de trabalhadores, seja convertido em um escritório ou despensa da residência, João Victor considera impossível um morador não ser afetado pelo ambiente. “O quarto de serviço condensa muitas perspectivas”, disse.
“Pensamos nesse quarto de forma mais ampla, como o lugar que reúne narrativas sobre ele, como a ideia de uma moradia digna para a classe média e para quem vive no quarto”, explicou o estudante.
A pesquisa é um projeto da FAU com o IFCS, realizada no Núcleo de Estudos de Sexualidade e Gênero (Neseg). O professor Jonas Delecave de Amorim, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, é o orientador de João Victor no trabalho e comentou a importância do diálogo entre as áreas do conhecimento.
“Através de uma, pensamos na outra. Podemos pensar o impacto da Arquitetura no mundo e em como a elaboração de espaços e projetos arquitetônicos marcam relações sociais”, afirmou.
A PAISAGEM COMO IDENTIDADE NACIONAL
Foto: Renan FernandesDurante uma aula do curso de História da Arte, um grupo de amigos teve a ideia de pesquisar projetos de construção da identidade nacional a partir das pinturas de paisagens e suas repercussões em diferentes movimentos artísticos e contextos políticos. Foi o ponto de partida para a pesquisa “A natureza como expressão da identidade nacional no Brasil: estudos de caso em pintura de paisagem no século XIX”.
“Nessa época, se falava muito sobre a paisagem e o surgimento da nacionalidade brasileira. A Academia Imperial de Belas Artes estava buscando essa aura brasileira”, explicou Darine Ferreira, aluna do oitavo período. “É mais fácil as pessoas prestarem atenção nessa criação de identidade através de imagens”, pontuou.
A estudante apresentou um estudo de caso sobre a gravura “Colheita de café na Tijuca”, de Johann Moritz Rugendas.“Ele registrou a vida dos escravizados, onde moravam, o que comiam, o tipo de trabalho. A paisagem mostra essa complexidade que a pesquisa revela”.
A professora Ana Maria Cavalcanti, da EBA, destacou a atitude dos estudantes em começar espontaneamente o trabalho de pesquisa. “Geralmente, nós professores abrimos chamadas para nossos grupos de pesquisa. No caso deles, foi o contrário, eles vieram me pedir para orientá-los”, elogiou.
UM JEITO LÚDICO E ATUAL DE APRENDER ÁRABE
Foto: Renan FernandesGisele Silva se deparou com um problema quando começou a trabalhar como monitora de árabe no CLAC, o curso de línguas oferecido pela Faculdade de Letras. “O material que tínhamos disponível partia do inglês para o árabe, o que dificulta para o aluno falante de português”, afirmou. A dificuldade motivou o trabalho de conclusão de curso de Letras Português-Árabe, com o título “Entre Vygotsky e Freire: caminhos para uma prática significativa para o ensino de árabe”.
A estudante procurou a professora Paula Caffaro em busca de orientação. “Para desenvolvermos uma pesquisa que conjugasse sua experiência como monitora do CLAC Árabe e a abordagem sociointeracionista aplicada ao ensino de línguas estrangeiras”, lembrou. “Há uma carência grande destes materiais específicos produzidos e pensados para o público brasileiro”, completou.
Gisele iniciou a pesquisa para tornar o processo de aprendizagem mais agradável. “Em conversas com amigos e falantes nativos de árabe, encontrei músicas e materiais de influenciadores, youtubers e podcasters para trazer assuntos da atualidade para a sala de aula”. A ideia vai ao encontro da visão de Lev Vygotsky, que destaca a interação social como elemento central da aprendizagem e do conceito de educação dialógica de Paulo Freire.
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Renan FernandesUm processo eleitoral bem-sucedido, apesar dos problemas da votação em papel. Esta foi a avaliação do presidente da comissão eleitoral e decano do Centro de Ciências da Saúde, professor Luiz Eurico Nasciutti. “Mesmo com as dificuldades do voto em papel, tivemos mais de mil docentes que compareceram às urnas, um número bastante significativo”, disse.
Com a mudança do modelo de voto online dos dois últimos pleitos para o voto presencial imposto pelo Andes, a comissão já previa uma diminuição na participação dos docentes. “Era esperado que teríamos dificuldade, principalmente em função dos professores aposentados”, disse Nasciutti.
O decano fez um apelo pela modernização do processo. “Espero que as próximas eleições não sejam com voto em papel, porque isso está ultrapassado. Temos que voltar a uma alternativa mais moderna que faz com que as pessoas participem mais”.
Durante a apuração, a comissão esclareceu sobre problemas em três seções eleitorais. Na Praia Vermelha 1, a urna foi guardada sem o lacre entre os dias de votação. Mas todas as cédulas tinham as assinaturas dos mesários e não houve divergência com a lista de votantes. Em Macaé, um professor votou sem assinar a lista. Já na urna da antiga reitoria, uma cédula foi depositada sem assinatura dos mesários. Em todos os casos, a comissão — que tem representantes das duas chapas —considerou que não havia razões para impugnação.
“São muitas pessoas envolvidas no processo. Por mais que tenhamos feito uma orientação detalhada com todos, mesmo assim tivemos problemas”, disse Nasciutti. “Não sendo mais voto em papel, vai facilitar para todo mundo”, completou.
Nasciutti deixou uma mensagem final de agradecimento aos mesários e funcionários da secretaria da AdUFRJ. “Tudo funcionou bem graças ao trabalho de todos eles”, celebrou. “Só aceitei essa função porque sabia que teria uma ajuda maravilhosa da equipe da AdUFRJ”, concluiu.
Os professores sindicalizados à AdUFRJ elegeram 92 conselheiros representantes de 33 unidades acadêmicas do Rio, Caxias e Macaé. Dos 95 candidatos, apenas três não lograram a vaga no CR.
A instância é um órgão consultivo da AdUFRJ. O grupo de docentes terá mandato até outubro de 2027.
O resultado será homologado em reunião do Conselho de Representantes do mandato 2023-2025 na próxima sexta-feira, dia 19. O cálculo entre representantes titulares e suplentes leva em
consideração a proporção de votos recebidos em cada lista e o número de sindicalizados
de cada unidade. Veja abaixo os eleitos.
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Mais de mil e cem professores participaram das eleições da AdUFRJ. Desse total, 738 escolheram o grupo da situação, liderado pela professora Ligia Bahia, para dar continuidade ao projeto político inaugurado em 2015.
A análise dos números da votação deste ano trouxe algumas novidades: ampliou percentualmente o alcance da Chapa 1 em comparação com o total de votantes e consolidou alguns nichos eleitorais dos dois grupos que disputaram a diretoria da AdUFRJ. Houve vitórias expressivas da situação no CCS 1 (Farmácia e Biologia) (74 a 1), no CCS 2 (IBCCF, IBqM, IMPG, INJC, IPPN, Nubea e Nutes) (88 a 12), nas duas urnas do CT (83 a 7 e 80 a 14) e no CCMN 1 (Física e Instituto de Química) (63 a 5). Já a oposição ganhou por larga margem apenas na Praia Vermelha 2 (ESS, IP, IPUB, INDC e NEPP-DH) (58 a 4) e no CAp (50 a 6).
“Apesar do voto presencial e em papel, o comparecimento foi expressivo”, avalia a presidente eleita, professora Ligia Bahia. “Contudo, é inadmissível a imposição de um procedimento que impede professores aposentados ou que estão viajando — para congressos ou bancas de tese — de participar da escolha da diretoria da AdUFRJ”, afirma Ligia Bahia.
O quórum, embora significativo, foi reduzido pela votação presencial determinada pelo Andes e atingiu os dois grupos políticos. O Colégio de Aplicação (CAp) um dos principais redutos da oposição e unidade da professora Renata Flores, candidata a presidente pela chapa 2, viu o total de votos cair de 89 para 57. Já a unidade da professora Lígia, o IESC, igualou a participação de dois anos atrás.
A urna de Caxias foi uma das poucas – a outra, o Nupem, em Macaé – a registrar aumento da votação. Foram 15 eleitores contra 9, de 2023. “Em 2025, foi a primeira eleição com uma candidata do Campus de Caxias na composição da chapa. Isso foi importante também na inscrição para o conselho de representantes. Estas candidaturas podem ter contribuído no aumento do número de votantes”, avalia a professora Luisa Ketzer, 2ª tesoureira eleita e ex-vice-diretora do campus Caxias.
No Nupem, houve 21 votos contra 19 da eleição anterior. Para Rodrigo Nunes da Fonseca, 2º tesoureiro da AdUFRJ e docente do Nupem, o olhar cuidadoso com a interiorização influenciou no resultado. “A diretoria atual realizou eventos e participou ativamente da vida dos associados de Macaé”, afirma.
OSCILAÇÕES
Algumas mudanças podem ser observadas nos números de 2025, quando comparados aos do último pleito. Mas, antes, é importante registrar que, nas eleições virtuais, as “urnas” eram atribuídas às unidades. Para este comparativo, foram somados os números daquelas que correspondiam às seções eleitorais físicas de agora.
A situação conseguiu “virar” o voto em três seções: Praia Vermelha 3 (Educação e ECO), Enfermagem e CCMN 2 (Computação, Geociências e NCE). A oposição “virou” na Letras e na antiga reitoria (EBA, FAU, IPPUR, Coppead).
Considerando a diferença de votos entre as chapas, a situação cresceu no CCS 1 (Farmácia e Biologia), no CT 1 (EQ, Coppe, IMA, Nides), no Nupem, em Caxias e no IESC, onde foi registrada a única vitória com 100% de aproveitamento: 16 a 0. Também pelo mesmo critério de diferença de votos, a chapa 2 cresceu apenas na urna que reuniu Direito e Observatório do Valongo.
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Imposta pelo Andes, a votação em cédula de papel restringiu a participação dos professores nas eleições da AdUFRJ. Todos que estavam afastados dos campi nos dias 10 e 11 por questões de saúde ou em missões acadêmicas ficaram automaticamente sem direito ao voto. Aposentados também foram prejudicados.
Destaque no noticiário brasileiro nas últimas semanas, a professora Tatiana Sampaio (do Instituto de Ciências Biomédicas e ex-diretora da AdUFRJ) fez o possível, mas não conseguiu votar. A docente estava em São Paulo para participar de reuniões e coletivas de imprensa sobre o desenvolvimento de um medicamento experimental: a polilaminina, que promete recuperar a mobilidade de pacientes que perderam movimentos por lesões na coluna.
Sampaio adiantou seu retorno ao Rio, mas perdeu a última urna aberta do Centro de Ciências da Saúde por apenas quinze minutos. “Foi uma decepção quando percebi que não daria tempo”, lamentou. Tatiana classificou como retrocesso o retorno ao voto em papel. “Acho lamentável que não se possa votar online. Isso me parece um enorme retrocesso e totalmente injustificável”, completou.
Já a professora Juliana Camacho, do Instituto de Bioquímica Médica, afastada para uma missão científica nos Estados Unidos, não pôde votar em si mesma para o Conselho de Representantes. “Uma votação online seria suficiente para aumentar a adesão de quem não pode estar presencialmente”.
Aposentado do IFCS e morador de Cabo Frio, o professor Paulo Baía chegou a preparar a ida a Macaé para depositar seu voto, mas teve que cancelar a viagem. “Eu queria ter votado. O sistema de votação pela internet era ótimo para mim e para vários colegas que são idosos e moram distante das urnas”, destacou o docente que chamou de involução o retorno ao voto presencial.
Confira a seguir os depoimentos de vários professores que não puderam exercer o direito de participar da escolha dos rumos do sindicato pelos próximos dois anos.
Fui a São Paulo para uma coletiva de imprensa e reuniões com o Laboratório Cristália, no âmbito da cooperação existente entre a UFRJ e a empresa. Depois, fui para Campinas planejar experimentos no acelerador de partículas do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais). Como tinha diferentes destinos em São Paulo, optei por ir de carro.
Até adiantei a volta para chegar a tempo de votar. Teria sido melhor passar a noite em Campinas para poder estender as discussões no CNPEM e estar mais descansada na estrada, mas, quando eram 14h, interrompi a reunião para poder chegar a tempo. Ainda tive que parar na estrada para resolver por telefone um problema no laboratório e atrasei meia hora. Foi o que bastou! Cheguei ao CCS às 20h45 e já não pude votar.
Foi uma decepção quando percebi que não daria tempo. Ainda fui até o hall do Bloco A para ver se a banca de votação ainda estaria lá, mas ela já tinha sido desmontada. Foi triste. Acho lamentável que não se possa votar online. Não há necessidade de retornarmos a um sistema antigo de votação. Isso me parece um enorme retrocesso e totalmente injustificável.
Tatiana Sampaio
Instituto de Ciências Biomédicas
Não pude votar nas eleições da AdUFRJ em 2025 devido à decisão pouco democrática pelo voto impresso, em plena era digital. Não pude tampouco votar por procuração. Tive meu direito cerceado e me sinto excluída deste processo importante e que deveria ser cada vez mais democrático. Considero um retrocesso, pois diversos professores se afastam da sede para participar de congressos, bancas, dentre outras atividades acadêmicas rotineiras. Espero que, em 2027, possamos voltar a ter nosso direito ao voto garantido novamente. Afinal, a AdUFRJ deveria ser cada vez mais representativa da categoria e atender melhor as demandas dos seus filiados.
Denise Pires de Carvalho
Presidente da Capes, ex-reitora da UFRJ e professora do IBCCF
Chega a ser inacreditável que cheguemos em 2025, em pleno século XXI, com uma exigência do Andes de que o voto seja dado em papel. Isso lembra muito a exigência do Bolsonaro de que o voto deveria ser em papel, por ser assim “auditável”. Aliás, não é só neste assunto que tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda coincidem em suas posições. Por exemplo, foi assim também com o REUNI e com as cotas; ambos os extremistas eram contra, mudando apenas os motivos que justificavam suas posições!
Mas por que eu sou a favor do voto eletrônico para decisões importantes como, por exemplo, eleições para a Diretoria da AdUFRJ? Em primeiro lugar, para permitir que os aposentados, que são cerca de metade dos filiados à AdUFRJ, votem. Muitos destes aposentados têm problemas de mobilidade e, assim, obrigar que eles se desloquem até uma urna para exercer o seu direito ao voto é uma exigência descabida. Em segundo lugar, porque, como todos sabem, os meses de setembro e outubro concentram muitos congressos fora do Rio de Janeiro. Logo, o voto em papel impede que professores que participam destes congressos votem. Eu, por exemplo, por estar no momento na Europa, fui impedido de votar.
Por tudo isso, apoio a ADUFRJ em sua defesa por votações eletrônicas, única forma de efetivamente democratizar as decisões por se ouvir a maioria dos filiados.
Ricardo Medronho
Emérito da Escola de Química
Fiquei superchateada. Queria muito votar na chapa 1, porque gostei das propostas e conheço as pessoas. Sei que são idôneas, éticas. Tinha evento marcado em Cruzeiro do Sul, no Acre, entre os dias 8 e 12 de setembro. O XVI Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. Mas poderia ter votado online. Estava praticamente certa de que haveria essa possibilidade, porque já votamos outras vezes assim. Da mesma fora, em relação à eleição para o Conselho de Representantes, me senti desrespeitada e excluída, já que a votação remota é comum e esperada.
Valéria Vinha
Instituto de Economia
(aposentada)
Eu gostaria de ter participado, obviamente, e ter exercido meu direito de voto nos colegas com quem tenho trabalhado junto e apoiado nas iniciativas da AdUFRJ e do Conselho de Representantes.
Em função de uma viagem para participar de um congresso internacional da minha área de atuação na Engenharia Química, em Trondheim, Noruega, não estava presente à UFRJ durante os dias de votação e foi frustrante não comparecer às urnas para, inclusive, apoiar a chapa da qual eu participava.
Por essa razão e por entender que muitos colegas também podem estar ausentes em períodos de votação, eu defendo o voto online, pela sua praticidade, segurança e viabilidade de estimular maior participação da comunidade. Particularmente, apoio a ideia de se implementar um sistema de votação remota e assim garantir maior participação dos docentes nas eleições futuras.
Fábio Toniolo
Coppe
Eu fui a um Congresso em Foz do Iguaçu na semana passada, que estava marcado anteriormente, e fiquei impossibilitada de votar.
Mas, particularmente, achei muito complicado essa impossibilidade de votar online. Poderia ser presencial e online simultaneamente. Isso atrapalha muito a votação, a democracia. Limita nossas possibilidades de ampliar os votos e de ter uma ampla participação, como a AdUFRJ vem fazendo nos últimos anos!
Sem contar o fato de pessoas que se encontram acamadas ou que tiveram outros imprevistos e que, infelizmente, não puderam comparecer à votação. Vivemos no mundo em que fazemos tudo ou quase tudo online e exigir votos presenciais parece um contrassenso. Só o Andes mesmo para exigir que façamos isso!
Veronica Damasceno
Professora da Escola de Belas Artes
Sou representante e não pude votar em mim mesma. Bem antes da divulgação da data da eleição, solicitei afastamento por 20 dias para missão científica na Mayo Clinic, na Flórida. O afastamento de curto prazo para missão científica é um trabalho referente ao nosso ofício, como palestras, congressos e bancas de defesa. Uma votação online seria suficiente para aumentar a adesão de quem não pode estar presencialmente.
Sinceramente, não vejo o porquê de ainda haver discussão sobre votação híbrida, se isso contempla todos esses ofícios fora do local de trabalho que possuem permissão aprovada.
Juliana Camacho
Instituto de Bioquímica Médica
Estou em missão científica como professor visitante do departamento de Biologia de Sistemas da Harvard Medical School. É difícil acreditar que com a tecnologia atual e dentro de uma universidade do porte da UFRJ que tem dois núcleos de computação, TIC e NCE, não se possa realizar votação online. Há várias votações online de quadros importantes que ocorrem na UFRJ, não entendo por que a AdUFRJ não pode usar este mecanismo de grande inclusão. A ausência de 20% dos eleitores, que não puderam votar presencialmente, é bastante significativa e frustrante. Espero que na próxima eleição seja possível colher votos auditáveis online.
José Garcia Abreu
Instituto de Ciências Biomédicas
Estou gestante e precisei tomar ferro venoso no hospital na quinta-feira, dia 12. O procedimento demorou mais que o esperado e por isso não consegui votar. Também saí um pouco cansada e necessitando ir diretamente para casa lanchar porque tenho diabetes gestacional e preciso controlar bem os horários das refeições. O voto online teria me ajudado muito nesse caso.
Cintia Pinheiro
Nupem
Tenho 74 anos e participo ativamente das assembleias da AdUFRJ e sempre votei na AdUFRJ. Atualmente, moro em Cabo Frio e, infelizmente, não pude votar. Eu queria ter votado. O sistema de votação pela internet era ótimo para mim e para vários colegas que são idosos e moram distante das urnas. Cheguei a me preparar para ir a Macaé, mas não consegui, dadas as dificuldades do dia a dia.
Portanto, critico muito essa involução. Essa reversão do voto digital via internet para o voto presencial, que impede e dificulta a mobilidade de quem é idoso, aposentado, mesmo quem mora nas cidades do Rio de Janeiro, Macaé ou Duque de Caxias.
Paulo Baía
IFCS (aposentado)