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OcupaMinc deixa o prédio que abrigava o antigo Canecão

Em acordo com UFRJ, movimento retira moradia, mas manterá atividades políticas e culturais

Lilian Durães e Isadora Vilardo
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O movimento OcupaMinc saiu do antigo Canecão nesta  madrugada (5). De acordo com as negociações feitas com a reitoria, os ocupantes continuarão realizando atividades culturais e políticas, mas não irão manter moradia no local. A intenção do movimento é manter o prédio aberto à população. “Queremos que o espaço fique de legado para a cidade”, afirma Thiago Ferreira. “Saímos para respeitar o pedido da universidade, mas provamos que dá para gerir facilmente o local”, alfineta. 

Isabel Gomide, do movimento Reage Artista, compartilha da opinião e acredita em um potencial maior do espaço sob os cuidados da universidade. “Se nós conseguimos fazer funcionar, a UFRJ conseguirá ainda mais facilmente com alguns reparos”. Para ela, a antiga casa de espetáculos não precisa de grandes obras para reabrir as portas. 

Ivana Bentes, professora da Escola de Comunicação, explica que a decisão veio por conta do apoio dos setores da universidade às atividades. “A saída vai criar a possibilidade de co-gestão do espaço entre os estudantes, professores e técnicos da UFRJ e junto com a sociedade civil. Abre uma transição para essa gestão compartilhada”, avalia.

Os temores por conta do momento político nacional também pesaram na decisão de desocupar o prédio, segundo Ivana. “É claro que a saída tem a ver com a consolidação de uma situação política e a possibilidade maior de uma repressão violenta ao movimento”.

A reitoria declarou acreditar que o espaço oferece risco aos ocupantes e visitantes dos eventos. Mas reafirmou, por meio de sua assessoria, que o diálogo com os manifestantes esteve aberto desde o início, e que a desocupação foi de comum acordo entre as partes. 

Próximo show

Já no próximo dia 7 de setembro o OcupaMinc planeja mais um evento no ex-Canecão em homenagem ao músico brasileiro Vander Lee, que faleceu em agosto deste ano.

Moção de apoio

Professores da UFRJ e de outras instituições de ensino elaboraram uma moção de apoio à ocupação cultural da antiga casa de shows. A ideia principal é pressionar para que o local permaneça aberto à população enquanto se discute o destino do imóvel. O texto está em uma plataforma pública e já tem mais de 800 assinaturas. 

Você pode acessar e assinar em:  http://chn.ge/2by8kqq

Semestre inicia com medo na Praia Vermelha

Alunos relatam casos de furtos na entrada do campus e nas proximidades

Lílian Durães
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Estudantes relataram situações de arrastões e furtos na última semana nas proximidades do campus da Praia Vermelha. O problema tem se repetido especialmente no fim da tarde no ponto de ônibus ao lado do Instituto Philippe Pinel. Uma estudante que preferiu não se identificar nos contou como foi abordada.

“Três meninos saíram do ônibus e vieram na minha direção. O ônibus estava lotado, eles se espremeram pelas janelas e pela porta. Um disse: ‘não corre’ e segurou meu pescoço. Outro, puxou meu cabelo e me arrastou pela alça da mochila para o meio da rua. E o terceiro atirou meus óculos de grau no chão”.

Segundo a estudante, os assaltantes, aparentemente menores, não conseguiram levar sua mochila. “Eles voltaram para o ônibus. Subiram pela janela com a ajuda dos outros que estavam lá dentro. Um taxista que presenciou toda a ação me deixou entrar no carro. O óculos não estava mais no chão, eles tinham levado”. Com mais de seis graus de miopia, a jovem não tinha como voltar para casa. O taxista, então, a levou sem cobrar pela corrida.

Apesar de ter encontrado uma viatura no caminho para casa, a aluna não registrou queixa por medo de ser reconhecida. “Eu não vou fazer isso porque não quero ficar marcada por bandido. Não há segurança para a vítima. Tenho medo que eles venham atrás de mim”.

O 2º Batalhão da Polícia Militar, em Botafogo, responsável pelo policiamento na área, informou que há registros de ocorrências desse tipo nos últimos dias, próximas ao Shopping Rio Sul. Também foi informado que há intenções por parte da Polícia Militar de reforçar a segurança no local, mas que ainda não se sabe ao certo quais medidas serão tomadas.

Segundo a Divisão de Segurança da Prefeitura da UFRJ, não foram registradas reclamações ou ocorrências dentro do campus. 

A assessoria de imprensa da Prefeitura Universitária afirmou que o "patrulhamento nas áreas externas cabe à Polícia Militar". E que assim que o prefeito Paulo Mario Ripper tomou conhecimento "pelas redes sociais dos problemas de segurança da região", entrou em contato com o comandante do batalhão de Botafogo (2º BPM) "para que seja intensificado o patrulhamento".

 

Bem-vindos às aulas e à crise

Semestre normaliza calendário acadêmico depois de longa reposição. Crise orçamentária faz parte dos desafios do período


 

 

Silvana Sá e Isadora Vilardo
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Corredores movimentados e alunos pintados. Assim começa o segundo período de 2016 na universidade. Além da expectativa de regularizar o calendário – atrasado pelas greves – a comunidade acadêmica tem outros grandes desafios: lidar com a escassez de recursos orçamentários e combater a Proposta de Emenda à Constituição 241, que congela gastos sociais por 20 anos.

As informações preliminares recebidas pela Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3) apontam para a redução das verbas de custeio para 2017. A UFRJ não receberá o orçamento corrigido com a reposição das perdas inflacionárias (algo em torno de 10%). Para piorar a situação, há a indicação de um corte de R$ 30 milhões em custeio. “Esses números ainda podem mudar, mas as sinalizações já são muito ruins”, avalia o superintendente da PR-3, George da Gama Junior.

 

Para este semestre, a professora Ethel Pinheiro, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, espera que sejam entregues as obras iniciadas na reitoria. O receio é que o déficit nas contas gere mais atrasos. “O reparo do telhado é um investimento na estrutura que melhora a qualidade de ensino”, exemplifica.

No plano acadêmico...

O pró-reitor de Graduação, Eduardo Serra, enumera os desafios centrais para este segundo semestre: combater a evasão acadêmica com as comissões de Orientação e Acompanhamento Acadêmico (COAAs), auxiliar as unidades no combate às violências e assédios contra negros, mulheres e LGBTs, e trabalhar junto às demais pró-reitorias de ensino. “Queremos estar com a próreitoria de Pós-graduação, de Extensão e junto à assistência estudantil para garantir as condições para o melhor desempenho dos alunos,” diz. “Desejamos sucesso nos estudos e faremos o possível para ajudar”.

A professora Mônica Nobre, da Faculdade de Letras, destaca a grande presença dos alunos desde o primeiro dia de aula. “Eu e outros professores já demos aula hoje para um bom número de alunos,” relata. “Isso mostra um comprometimento dos estudantes com a parte acadêmica.” Para ela, não há motivos para pensar em um calendário corrido. “Finalizaremos o trabalho em janeiro para cumprir as horas estabelecidas pelo Conselho de Ensino de Graduação”. O calendário de 2017 já estará normalizado.

Geraldo Nunes volta ao quadro da universidade

Ex-diretor de Relações Internacionais na gestão de Aloísio Teixeira vence na justiça

 

 


Elisa Monteiro
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Geraldo Nunes foi reintegrado ao quadro de pessoal da UFRJ. A decisão foi publicada no
Diário Oficial desta sexta-feira, 2, pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. A interpretação é de que a pena cabida ao docente era uma suspensão de 90 dias que já estaria prescrita. Ex-diretor de Relações Internacionais na gestão de Aloísio Teixeira, o professor foi demitido pela Controladoria-Geral da União em dezembro de 2012. 

O professore se apresentou ainda hoje pela manhã à universidade. “Eu recebi a notícia ontem por um procurador. Ele não explicou exatamente a decisão, mas como a indicação de arquivamento partiu da própria Controladoria que abriu o processo, foi (um ato) muito positivo”, avaliou Nunes.

Para o docente, a decisão publicada indica uma aplicação da mesma punição dos outros dois servidores acusados no mesmo processo (nº 00190.010370/2015-50): o ex-reitor Carlos Levi da Conceição e o ex-chefe de gabinete João Eduardo do Nascimento Fonseca. “Ambos tiveram 90 dias de suspensão convertidos em multa. No meu caso, os dias já foram cumpridos”, avaliou.

A pró-reitoria de Pessoal (PR-4) informou que o nome de Geraldo retornou ao quadro de pessoal já neste dia 2. E que sua unidade original, a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, foi notificada do retorno do docente.

Na segunda-feira, 5, Geraldo reúne-se com a reitoria e a com a decania do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas. Antes do afastamento forçado, ele atuava na reitoria como coordenador do setor de Convênios e Relações Internacionais da UFRJ. “Já me apresentei pelo telefone ao professor Vitor Iório (decano do CCJE) e conversaremos na segunda-feira. Existe a possibilidade de eu voltar a dar aulas”, contou.   

RELEMBRE O CASO

Geraldo Nunes chegou a ser demitido da universidade duas vezes. Em dezembro de 2012, a Controladoria Geral da União (CGU) executou sua exoneração. E em abril de 2013, o então reitor Carlos Levi o retirou oficialmente da folha de pagamento da UFRJ.

A acusação da CGU era de que o docente havia contratado sua própria empresa sem licitação para uma assessoria à UFRJ. Uma sindicância aberta na UFRJ em 2013 reconheceu que o ato do docente não foi regular, mas alegou que não houve prejuízos para a universidade ou para os cofres públicos e que por isso não era cabida a pena de demissão.  

Ciência congelada

Governo de Michel Temer anuncia novos cortes para a área em 2017


Lilian Durães
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A cassação da presidente Dilma colocou a comunidade acadêmica de prontidão para fiscalizar e combater medidas do governo Temer que podem ameaçar as universidades públicas. Algumas delas já foram anunciadas, como o contingenciamento do orçamento da Educação, a edição da PEC 241 que limita os gastos sociais por 20 anos e a extinção do Ministério a da Ciência e Tecnologia. Na segunda-feira, 29, o governo federal admitiu que irá congelar o orçamento da C&T. No mesmo dia, o Congresso aprovou a reforma administrativa que extingue o ministério.

O orçamento para o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) neste ano é de R$ 4,6 bilhões. Deste total, R$ 500 milhões estão contingenciados, resultando em uma verba de R$ 4,1 bilhões. Além de não receber mais investimentos, o MCTI deverá dividir a verba com o Ministério das Comunicações, devido à fusão entre os dois ministérios, promovida pelo governo Temer, que deu origem ao MCTIC. Em 2016, cada ministério manteve seu orçamento, mas em 2017 a verba será unificada, segundo o ministro responsável pelo MCTIC, Gilberto Kassab. “Ano que vem é R$ 4,1 bilhões para todo mundo”, determinou.

Os cortes provocaram revolta entre os pesquisadores. Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, argumentou que países mais desenvolvidos fazem o contrário – investem mais em ciência e tecnologia para sair da crise. “O que já era irrisório vai ficar ainda menor. É um absurdo, estamos andando para trás”, disse Helena. Em resposta às críticas, Kassab afirmou estar empenhado para aumentar a proposta orçamentária do ministério para 2017.

Kassab disse que a comunidade científica está “coberta de razão”, e está empenhado em elevar a proposta orçamentária da pasta para 2017. “É evidente que a crise existe e todos perderam; mas ninguém perdeu tanto (quanto a Ciência e Tecnologia). Estamos trabalhando para corrigir essa defasagem.”

Os valores finais do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2017) serão apresentados na quarta-feira pelo Ministério do Planejamento. “Esse discurso de que não tem dinheiro para ciência e tecnologia é ridículo. O que falta é uma definição política clara no sentido de priorizar setores”, afirma o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich.

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