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CA da Educação Física vive processo eleitoral

Votação ocorre dias 9 e 10

O Centro Acadêmico de Educação Física, da Escola de Educação Física e Desportos, passa por um processo eleitoral que materializa a disputa entre concepções de movimento estudantil bastante diferentes.  Dois grupos concorrem à gestão 2014/2015 do CAEFD: a atual diretoria do CA, representada pela Chapa 4 (“Quem vem com tudo não cansa”), e a Chapa 3 (“Aliança Renovar”).

Nos dias 2 e 4 de setembro, as duas chapas se enfrentaram em debates realizados na EEFD com ampla participação de estudantes. Na ocasião, a “Aliança Renovar” defendeu abertamente as parcerias público-privadas como forma de melhorar a infraestrutura daquela Unidade. Já a “Quem vem com tudo não cansa” apresentou um programa contra a privatização da universidade, contra os cursos pagos e pela recuperação da EEFD com verbas institucionais. Entre os pontos de polarização entre as chapas, estão propostas para segurança e o chamado Projeto Olímpico. Enquanto a Chapa 3 abraça esta iniciativa como solução aos problemas estruturais da EEFD, a Chapa 4  aponta a privatização dos espaços decorrentes de projetos como este em outras universidades. Também relembra as promessas de obras do Reuni que nunca saíram do papel e usa o exemplo do que foi prometido como legado dos Jogos Panamericanos,  com estádios e centros esportivos destruídos, além de privatização. 

Outras diferenças são a compreensão acerca da autonomia estudantil e integração do CAEFD ao movimento nacional do curso, através da Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física (ExNEEF), criada em 1992. A Chapa 3 declarou, em debate, que não reconhece e não participará da ExNEEF e suas atividades. Para o grupo, a Lei 7.395, de 1985, prevê apenas a União Nacional dos Estudantes (UNE) como representante em nível nacional. A Chapa 4, por sua vez, com integrantes nas coordenações nacional e regional da ExNEEF, apontou a necessidade de um organismo nacional e defende a participação na entidade e suas atividades. Destacou a importância da Executiva para as mobilizações e projetos em defesa da formação unificada em Educação Física, bandeira aprovada pelos estudantes da EEFD em plebiscito. Como exemplo dessa discussão, a Chapa 4 lembrou a participação da ExNEEF no Encontro Nacional de Educação, no Rio de Janeiro, que reuniu mais de 4,5 mil participantes em defesa da educação pública. A Chapa 3 declarou não ter estado presente ao ENE. 

O processo eleitoral daquele Centro Acadêmico ocorre após um tumultuado período na Escola, marcado por perseguições políticas do diretor Leandro Nogueira contra os estudantes da EEFD. Após Resolução do Conselho Universitário que acabou com o impasse sobre a representação discente na Unidade, os integrantes eleitos para a gestão do CA poderão voltar a ocupar os espaços de representação institucional. Vale lembrar que Leandro Nogueira perdeu em todos os processos internos que abriu contra os alunos. Também perdeu na Justiça Comum.

Antes de decidir disputar as eleições do CAEFD, o grupo que hoje corresponde à Chapa 3 convocou uma assembleia geral de estudantes na EEFD para elaborar um estatuto e criar um novo Centro Acadêmico. Como os alunos que participaram da assembleia não concordaram com a criação de um novo CA, eles resolveram entrar no pleito. 

Nesta sexta-feira, dia 12, haverá o lançamento do filme “Um sonho intenso — a economia brasileira nas décadas recentes na visão de economistas e historiadores”. O evento, uma iniciativa da Universidade da Cidadania do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, ocorrerá na Casa da Ciência, às 17h30. 
O lançamento será seguido de um debate com o diretor do filme, José Mariani, com o Professor Emérito Carlos Lessa e com o Professor Ricardo Bielschowsky.

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Em debate, palestrantes observam que formação acadêmica deveria ajudar os trabalhadores. Crise no alojamento e especulação na Vila Residencial também faz tema ganhar significado especial da UFRJ

Atividade ocorreu no último dia 4

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

“O preço médio do solo no Rio de Janeiro é de aproximadamente R$ 10 mil por metro quadrado. Isto acirra as lutas em defesa da moradia. Hoje, com a visão que a universidade deve formar “técnicos” sem política, esse processo é ainda mais aprofundado. Muitas vezes, a universidade ajuda a piorar a condição de vida dos trabalhadores”, afirmou Cláudio Ribeiro, presidente da Adufrj-SSind e professor da FAU, durante o debate: “Cidade não é mercadoria. Construindo lutas urbanas pelo direito à habitação”, no último dia 4. 

O objetivo da atividade foi aproximar os estudantes de arquitetura e urbanismo da realidade vivenciada pelos movimentos sociais que lutam por moradia, especialmente no Rio de Janeiro, cidade cada vez mais mercantilizada. Cláudio Ribeiro explicou que este é um esforço para que a universidade se abra verdadeiramente para os saberes construídos fora de seus muros. Ele também desconstruiu os argumentos utilizados no processo de criminalização dos movimentos sociais: “Lutamos por uma sociedade e por uma universidade diferentes das que estão postas hoje. Os sindicatos foram criminalizados junto dos movimentos sociais, acusados de financiá-los e às manifestações. É isso mesmo. Sindicato serve para organizar a luta de classe”, disse.

Luta de classe

Vitor Guimarães, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), chamou os estudantes a refletirem sobre a necessidade de reconhecimento enquanto classe trabalhadora. “A gente precisa, como classe, estar junto. Temos que nos reconhecer para enfrentar os ‘donos’ da cidade. Governos e patrões são aliados nesse projeto de cidade-negócio”, afirmou. 

Ele deu exemplo do programa governamental “Minha Casa, Minha Vida – Entidades”, no qual conseguiram construir 950 unidades habitacionais com média de 62 m2 e creche no interior do condomínio pelo mesmo valor que empreiteiras constroem unidades de 40 m2: “Precisamos de vocês em projetos como esses. Que pensem de trabalhadores para trabalhadores. Os movimentos sociais não têm arquitetos e urbanistas”.

Ele lembrou que moradia não é uma “opção”, mas uma “necessidade” de todo cidadão e, portanto, é um quesito importante para a dignidade humana. “Há dados alarmantes de casas que não possuem banheiro, de casas realmente precárias, moradias em área de risco e aluguéis muito caros. Todos esses componentes impactam na dignidade da moradia”.

Atualmente, a especulação imobiliária é a grande responsável por colocar faixas da classe trabalhadora em situação de vulnerabilidade. Aluguéis cada vez mais altos e incompatíveis com a renda acabam gerando despejos, ou, situações de grande precariedade. Essas pessoas correspondem, hoje, de acordo com Guimarães, ao maior percentual de famílias que fazem parte do MTST. “Entendemos como sem teto não só pessoas em situação de rua, mas aquelas que vivem em coabitações, as que pagam aluguéis mais altos do que seu padrão de vida lhes permite e as que são despejadas”.

Arquiteto é trabalhador

Vitor Halfen, da Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (Fenea), afirmou que há uma grande dificuldade de os arquitetos se verem como trabalhadores. O modo de produção capitalista empurra arquitetos e outros trabalhadores, na visão de Halfen, a um processo de fragmentação do trabalho: “Arquitetura não e só ciência. Nem somente arte. Ela tem outra dimensão: arquitetura também é trabalho. O arquiteto é um trabalhador que está submetido à forma como o trabalho se organiza na nossa sociedade. Há uma fragmentação do trabalho”.

Hoje, de acordo com o dirigente da Fenea, prevalece a ideia de que o arquiteto deve atuar na sociedade de maneira individualizada. “É preciso formar consciência de classe e se aproximar da construção de movimentos sociais como o MTST”, finalizou Halfen.

Moradia é direito

Diretora de Movimentos Sociais do DCE, Jordana Almeida, que é estudante da FND, lembrou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, já em 1948, indicava a moradia como um dos pressupostos para a dignidade da pessoa humana. “Isso foi reafirmado em 1988 na nossa Constituição Federal. Isso significa que moradia é mais que um teto. Ela tem relação direta com a vida das pessoas”. Apesar de ser expressa como direito essencial, a estudante lembrou que, infelizmente, o Brasil ainda permite que sua população viva sem condições dignas de habitação.

Na universidade, Jordana lembrou que é grave a crise vivenciada por estudantes que residem no alojamento. “Há setores que partem do pressuposto que moradia tem relação com a cidade. E, assim, a universidade não precisa pensar moradia. Esta é uma visão elitista, de uma universidade que não queremos. Há uma negligência no projeto de direito à cidade. Portanto, o estudante se vê sem moradia na cidade e também no interior da universidade”.

Moradores da Vila Residencial também participaram do debate e relataram o processo de encarecimento do solo e a subida estratosférica dos aluguéis, que tem contribuído inclusive para a expulsão de muitos moradores. A falta de alojamento para os estudantes aumentou também a especulação imobiliária na Vila Residencial. Com isso, muitos alunos passaram a viver na Vila, alugando vagas.


14090882Lançamento da revista Territórios Transversais

Durante o debate, o MTST lançou a sua revista “Territórios Transversais”. “A ideia é ter trabalhadores falando para trabalhadores sobre trabalhadores, de maneira a formularmos nosso pensamento e ações”, disse Vitor Guimarães. 

A revista tem o custo de R$ 20 e pode ser adquirida também via internet no endereço: http://www.mtst.org/territorios/.



Parte fundamental do projeto de expansão da UFRJ, as reformas e as construções de novos prédios e equipamentos estouram os prazos previstos no Plano Diretor aprovado pelo Conselho Universitário, em 2009. A partir desta edição, em uma série de matérias especiais, o Jornal da Adufrj faz um raio-x dessas obras.

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Em novembro de 2009, o Conselho Universitário da UFRJ aprovou o Plano Diretor da instituição até 2020. E parte da comunidade acadêmica encheu-se de euforia pela possibilidade de novos (ou reformados) prédios e equipamentos. Porém, quase cinco anos depois, poucas promessas foram concretizadas. 

“Fizemos uma expansão de trás para frente: primeiro, vieram os alunos; depois os concursos docentes; depois, as obras e os concursos do corpo técnico para fazer as obras”, diz o diretor do Escritório Técnico da Universidade, Márcio Escobar.  “Talvez tivesse que ser assim mesmo, mas isso tem um preço”, completa.

O preço é o atraso. No final de 2010, quando o Plano foi divulgado em formato de revista, estavam prontos somente: o Terminal de Integração; a ciclovia e uma modesta expansão acadêmica do Centro de Tecnologia, no bloco A. 

Desde então, mesmo as obras concluídas aconteceram fora dos prazos. O Centro de Referência da Mulher passou pouco (de outubro para dezembro de 2010). O restaurante universitário do CT deveria ter sido inaugurado em outubro de 2010 (mas só foi entregue em janeiro de 2012). A cozinha própria do bandejão central, prevista para dezembro de 2010, só entrou em operação no início de setembro de 2013.

Faltam quadros na UFRJ

Na avaliação de Márcio Escobar, a execução e fiscalização das obras ficam complicadas pela falta de engenheiros e arquitetos na universidade: uma realidade que só começou a mudar nos últimos anos. Em 2009, o ETU dispunha de dez profissionais; hoje são 43. O salário inicial de engenheiros e arquitetos nas IFES é de aproximadamente R$ 3,2 mil (bruto); no mercado, piso oficial da categoria é de cerca de R$ 6 mil, explica Márcio. “Os salários são baixos para o mercado”, argumenta. “Mesmo com concursos recentes, as pessoas não ficam. Elas entram e logo fazem outros concursos”. Para dar conta da demanda, até hoje, o ETU solicita o apoio de professores da UFRJ, em diversas especialidades.

Outros entraves são as dificuldades de compatibilização das obras com a vida acadêmica (como mostra a obra da biblioteca do CT, nesta página) e a parte burocrática: há todo um processo que dificulta a agilidade de realização de um projeto.

 

Tudo atrasado
Confira, a seguir, a situação de algumas das principais obras elencadas no Plano Diretor:

BIBLIOTECA DO CT
previsão original: outubro de 2012


 

14090842Foto: Elisa Monteiro - 22/08/2014No caso da futura Biblioteca do CT, indicada pelo Plano Diretor para ser montada nos pilotis do prédio principal do Centro, Márcio explica que a reforma foi suspensa por atrapalhar as atividades acadêmicas: “Houve muita reclamação não só do barulho, mas da vibração produzida pelas máquinas em laboratórios e salas”. 

De acordo com o dirigente, um termo aditivo ao contrato vai prever obras no período da noite. Além disso, para compensar o tempo perdido, “foi reduzido o escopo da etapa atual; ou seja, o que não for executado agora será executado nas etapas seguintes. O projeto da biblioteca será executado integralmente conforme a concepção inicial”, informa Márcio. A perspectiva é que a primeira etapa esteja concluída em maio de 2015 e a biblioteca esteja funcionando no início de 2016.


EXPANSÃO ACADÊMICA MATEMÁTICA

previsão original: setembro de 2011


 

14090852tifFoto: Kelvin Melo - 4/09/2014Faltam 20% da atual etapa. Mas ainda serão licitados: a instalação da subestação, as máquinas do sistema de ar-condicionado e a urbanização da área. Estas fases serão encaminhadas após uma definição sobre a repactuação do contrato da obra que está em andamento. Um questionamento do Portal do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os valores de contrato atrasou os trabalhos. “Provamos que não havia irregularidades”, afirmou Márcio. Mesmo assim, o vai e vem jurídico custou alguns anos. “A expectativa”, segundo Marcio, é de retomada ainda em 2014 para entrega até 2016. 



HESFA

recuperação da cobertura e fachadas — previsão original: abril de 2011


14090854tifFoto: Elisa Monteiro - 28/08/2014

14090853tifFoto: Elisa Monteiro - 28/08/2014













 Um dos mais belos patrimônios tombados da UFRJ, o Hospital Escola São Francisco de Assis (Hesfa) passa por obras para recuperação dos telhados e fachadas há tempos. De acordo com Márcio, a universidade “fez um esforço” para compatibilizar as obras ao funcionamento da Unidade. Com isso, as obras começaram de trás para frente, pelos fundos do prédio. Segundo Márcio, cinco blocos foram recuperados e a reforma termina com a recuperação da fachada de frente para a Avenida Presidente Vargas. A conclusão desta etapa será em abril/2015: “Observo que esta é apenas uma das etapas do processo de restauração do HESFA, onde estamos restaurando apenas telhados e fachadas. Outras ainda serão necessárias, como a restauração das esquadrias, restauração interna dos prédios etc., que dependem ainda de conclusão dos projetos executivos e captação de recursos”, explica o diretor do ETU.

 


Fora do Plano Diretor
Ladetec está quase pronto

14090855Foto: Kelvin Melo - 22/08/2014Não consta do Plano Diretor, mas, ainda na Cidade Universitária, encontra-se em fase final de construção o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, do Instituto de Química da UFRJ (Ladetec). Em função dos prazos de acreditação do Laboratório de Controle de Dopagem da América Latina (associado ao Ladetec) junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para funcionamento durante os Jogos de 2016, parte do prédio, nos fundo, foi inaugurada há cerca de um mês. A fachada da frente segue interditada pelas obras.

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