facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Adufrj-SSind discute situação das universidades públicas com 25 novos professores em cerimônia de posse

“Luta é a saída”, diz diretor da Seção Sindical 

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

Vinte e cinco novos professores somaram-se ao quadro efetivo da UFRJ no último dia 23 de outubro. A cerimônia de posse organizada pela Pró-reitoria de Pessoal (PR-4) tomou a forma de debate sobre a precarização da carreira e o desmonte do ensino público. “É muito instigante a gente compreender as coisas boas e ruins que nos esperam”, disse o presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro, convidado a falar aos recém-chegados. 

A recepção do presidente da Seção Sindical foi um convite à reflexão do atual momento da universidade. Com uma lista de ataques às instituições federais nos últimos dois anos, dentre elas o plano de carreira (leis 12.772/2012 e 12.863/13), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos (Funpresp), Cláudio sugeriu um repensar das práticas pedagógicas e da articulação política. “Existe um processo deliberado de precarização das universidades e, desde a nossa última greve, a mudança do caráter público da UFRJ já foi significativa”, alertou.

Futuro incerto preocupa

O que mais assusta os novos professores é o futuro incerto. “A gente fica sem saber o que fazer. Tem uma lei dizendo que a gente tem um teto que seria complementado pelo fundo (Funpresp), mas esse fundo vai entrar ou não? A lei vai mudar ou não?”, questionou o professor Auxiliar Márcio Gomes Filippo, contratado para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.

Funpresp é um dos problemas

A captação do fundo, porém, é mínima. “O governo está de pires na mão”, brincou Luciano Coutinho, 1º Tesoureiro da Adufrj-SSind. “A Funpresp é um problema para eles também e não há uma solução definitiva que se possa tomar nesse momento. A resposta possível para quem está entrando é que a luta é a saída”, disse. A articulação nacional entre trabalhadores é fundamental. “Não é pelo fato de ser uma Lei que o processo está resolvido. A Ebserh, por exemplo, não passou aqui na universidade”, completou. 

A Funpresp é um dos elementos que compõem o panorama de subversão do caráter público da carreira. “Se a gente deixa a educação na mão da iniciativa privada, põe-se em risco uma série de linhas e cursos que não dão lucro ou retorno financeiro, mas são fundamentais para a construção do país. Às vezes, os efeitos da produção de conhecimento das Ciências Humanas são mais sutis, mas eles são fundamentais para a formação crítica da nossa sociedade”, defendeu Mariana Barbosa, nova professora do Instituto de Psicologia no cargo de Adjunto-A.

“Nós contamos com vocês”

Cláudio lembrou que o sindicato é um lugar fundamental para a vida universitária. “Esse fundo (Funpresp) transformou vocês em uma espécie de trabalhadores públicos que não têm fundo de garantia e não têm aposentadoria integral. A gente tem que organizar uma solução pra isso. Vocês podem contar com o sindicato e nós contamos com vocês também”, disse Cláudio aos novos colegas. 

Na última quinta-feira, dia 23 de outubro, a Escola de Serviço Social foi palco do seminário “Público X Privado: a previdência social em questão”. O encontro reuniu a historiadora portuguesa Raquel Varela (Universidade Nova de Lisboa), o pesquisador Renato Guedes (Universidade de Lisboa) e o professor José Miguel Bendrao Saldanha, da Escola Politécnica da UFRJ. 

Entre os temas abordados pelos pesquisadores, estavam: a diminuição de direitos relacionados ao trabalho, a precarização do Estado de Bem-estar Social na Europa e a contrarreforma da Previdência Social brasileira. Na próxima edição do Jornal da Adufrj, você confere a cobertura completa do seminário. 

As exposições foram mediadas pela professora Cleusa Santos. O evento fez parte da celebração dos 35 anos da Adufrj-SSind.

Filme “Privatizações: a distopia do capital”

Foi lançado no dia 9 de outubro, no Museu da República do Rio, o último filme do cineasta Silvio Tendler: “Privatizações: a distopia do capital”. É uma produção, patrocinada pelo Sindicato dos Engenheiros/RJ, que trata do processo de privatização e das artimanhas do capital internacional em aliança com capitalistas brasileiros contra a economia nacional.

Com duração de 56 minutos, o documentário apresenta depoimentos, dados e análises fundamentais para um debate de projeto para o Brasil. Ele pode ser visto em http://migre.me/mjysC.

Crise estoura na SuperEst

Órgão que executa a política de assistência estudantil dentro da universidade divulga aos colegiados superiores a suspensão de vários serviços, em função da falta de pessoal e das condições de trabalho ruins

Reunião decisiva ocorre com o reitor, dia 29

Samantha Su. Estagiária e Redação

O descompasso entre a falta de recursos (humanos e financeiros) e a expansão desordenada da UFRJ atingiu em cheio a Superintendência Geral de Políticas Estudantis (SuperEst). Os servidores do órgão, pressionados pelas demandas dos alunos, anunciaram no Conselho Universitário do último dia 23 a suspensão de diversos serviços.

Estão temporariamente interrompidos, por exemplo: o processo seletivo para o benefício moradia em 2015; atividades de promoção e prevenção à saúde dos estudantes; atendimentos em Tradução-Interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras); atendimento aos alunos na secretaria do alojamento; e o edital de apoio à realização de eventos estudantis no ano que vem. 

No documento distribuído no Consuni, os funcionários da SuperEst registram que a superintendência foi criada há três anos com a finalidade de planejar, coordenar e implementar ações e programas voltados à comunidade discente: “No entanto, até o momento, pouco ou quase nada foi feito no sentido de viabilizar condições dignas e adequadas de trabalho para seus servidores e para atendimento aos estudantes, tanto quanto às instalações físicas como ao estabelecimento de diretrizes e definições relativas às atribuições, às competências e à abrangência de suas ações”, diz um trecho.

Segundo a diretora da Divisão de Saúde do Estudante (DISAE), Marilurde Donato, vinculada à SuperEst, uma das maiores deficiências do setor é a distribuição de bolsas, já que o sistema vive sobrecarregado de pedidos. A diretora estima que sejam avaliados na Superest cerca de dez mil processos por ano, o que dá uma média de mais de 30 por dia. Também falta diálogo com outras instâncias da universidade: “Um exemplo que nos deixa particularmente tocados são as decisões de órgãos colegiados sem qualquer consulta aos órgãos técnicos da Assistência Estudantil”, afirma.

Mesmo com o maior repasse de verbas para instituições de ensino superior do país por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), a UFRJ não consegue suprir a necessidade do corpo discente: “A relação mais tensa é com os alunos do alojamento que ainda sofrem com as consequências de 40 anos sem um tratamento adequado por parte da Universidade. Estamos reformando a residência antiga, construindo uma nova, melhorando os serviços de saúde, mas ainda falta muito”, diz Marilurde.

Setor reivindica mais seis profissionais

Os servidores da Superest irão se reunir com o reitor Carlos Levi nesta quarta-feira (29) e só então será decidido se irão retomar as atividades. A demanda por contratação é de, pelo menos, mais seis profissionais. Dentre eles, dois assistentes sociais, dois psicólogos e um tradutor de Libras. 

Quanto à infraestrutura da superintendência, o reitor havia comunicado, em reunião do dia 21 de outubro com os servidores, que serão providenciados cerca de doze “módulos habitacionais” (leia-se contêineres) ao lado da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj). Todas as cinco divisões de assuntos estudantis ficariam instaladas no local, o que, segundo Marilurde, solucionaria os problemas de espaço. A data de entrega dos módulos será confirmada pelo reitor na reunião de quarta.

 

Atendimento dos alunos ocorre em situações precárias

As demandas dos funcionários já haviam sido encaminhadas para o ex-Superintendente Geral, Antonio José Barbosa de Oliveira, em janeiro desse ano (quando ele se desligou do cargo). Dentre as reivindicações, a necessidade de espaço físico para o atendimento e a contratação de mais servidores são as mais visíveis.

Exemplos das dificuldades:

- A Divisão de Inclusão, Acessibilidade e Assuntos Comunitários (DINAAC) funcionava em espaço improvisado, cedido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2)... sem infraestrutura de acessibilidade! A saleta não possuía porta adaptada e dificultava o acesso de cadeirantes. No final de 2013, a sala foi desocupada a pedido da PR-2. Hoje, a DINAAC funciona nas dependências da Residência Estudantil, possui adaptação, mas ainda está em espaço “emprestado” e de difícil acesso para todos os alunos. 

- A Divisão de Saúde do Estudante também não possui local para o atendimento privado a alunos em acompanhamento psicológico. A atividade é realizada nos jardins do prédio da reitoria. 

- A Divisão de Cultura, Esporte e Lazer (DECULT) conta com apenas dois funcionários.

 

Transporte interno em fase de mudança

Prefeitura Universitária: nova empresa vai operar sistema a partir de 3 de novembro

Terminal do BRT ainda passa por ajustes

Samantha Su. Estagiária e Redação

14102062Faixa de pedestre só uma semana após inauguração. Foto: Samantha Su - 16/10/2014Uma nova empresa vai assumir o transporte interno da UFRJ em 3 de novembro. E a expectativa da Prefeitura Universitária é que a “RosaMares” deverá suprir as demandas por conforto e menor tempo de espera nos pontos do Fundão. Também será coberto um pequeno aumento do trajeto, agora com a chegada do BRT ao terminal Aroldo Melodia. Segundo o prefeito Ivan Carmo, a nova frota, além de ampliar a quilometragem contratada, terá 16 veículos (em vez dos atuais 12).   

Enquanto isso, a empresa ainda em operação, já multada duas vezes pela UFRJ, vai cumprir com algumas mudanças determinadas pela prefeitura: a linha rápida “Coppead”, durante a manhã, terá mais circulação que a linha para a Vila Residencial, devido à demanda. O objetivo é diminuir o intervalo entre os ônibus e resolver parcialmente os problemas de lotação até a troca das empresas. Os veículos internos autorizados a circular até o BRT são as linhas “Coppead” e “Alojamento”.

Para fiscalizar não só o cumprimento do novo trajeto dos coletivos internos, mas também dos convencionais, a prefeitura pretende redistribuir o turno de alguns fiscais a serviço da universidade: “Estamos tentando com a PR-4 reorganizar esses servidores em turnos para cobrir esses horários. Um de 7h às 16h e outro que vá até 23h. Entramos em contato com o Rio Ônibus (sindicato que representa os consórcios que operam no sistema de transporte do município) e com as empresas, pedindo o cumprimento do itinerário à noite, mas isso não evita que os próprios motoristas burlem. Precisamos ter gente nossa nesse monitoramento”. Segundo o prefeito, a medida não vai provocar aumento no orçamento. 

Ônibus intermunicipais não podem entrar no BRT

Sobre o BRT, Ivan informou que ainda faltam duas plataformas a serem construídas —  sem previsão de entrega — e algumas adequações: “Aquele terminal não é para linhas de ônibus intermunicipais e eles estão passando por lá. Podem entrar os ônibus que vêm da Ilha para o Centro e continuam indo até a passarela. Falaram que haveria o ajuste até segunda-feira (13), mas ainda não foi resolvido”. De fato, a reportagem do Jornal da Adufrj registrou uma linha intermunicipal dentro do espaço do BRT no dia 16.

Faixa de pedestres foi pintada

A faixa de pedestres, entre o IPPMG/Escola de Educação Infantil e o BRT, foi pintada no local apenas uma semana depois da inauguração do terminal. Uma rampa para acessibilidade ainda estava sendo construída até o dia do fechamento desta matéria (em 16/10). 

 

Trajeto entre os campi sob estudo

Os ônibus intercampi (Fundão-Praia Vermelha) também vão sofrer alterações. Haverá um sistema de identificação dos passageiros da universidade para tentar evitar a superlotação desses coletivos e foi solicitado aos cursos da UFRJ um mapeamento das aulas que necessitam da conexão. A frota e a readequação dos horários de saída também serão modificadas a partir desse balanço.

Topo