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Funcionários da Qualitécnica ainda não receberam reposição dos dias descontados indevidamente. Valores de auxílio ao transporte e à alimentação de fevereiro foram depositados parcialmente ou estão atrasados 

“A gente sequer conhece nossos patrões”, reclama terceirizada

Samantha Su. Estagiária e Redação

Os terceirizados continuam pagando pela crise. A Qualitécnica, empresa que presta serviços de limpeza à UFRJ, ainda não cumpriu o acordo — firmado no Conselho Universitário de 5 de março — para repor os dez dias descontados na folha dos funcionários (sem salários, eles não podiam se deslocar para os postos de trabalho).

Também na mesma reunião, ficou acertado que não haveria punições aos funcionários que participaram das manifestações pelos pagamentos. E também este item não estaria sendo seguido pela empresa, que efetuou transferências não solicitadas pelos empregados, para outros setores.

Para piorar o quadro, segundo Terezinha da Costa, funcionária da limpeza, os trabalhadores têm sido orientados a não preencher os horários da folha de ponto, apenas assinarem. “Eu não entendo como a UFRJ pode estar ciente da forma como estamos trabalhando e continua renovando esses contratos. Hoje dói mais porque eu tenho conhecimento dos meus direitos e não consigo cobrá-los. A gente sequer conhece nossos patrões. Quem fala com eles é o reitor e a pró-reitora (de Governança)”, contou. Hoje, o vale-alimentação está atrasado e o auxílio-transporte, no valor de R$ 122, tem sido depositado parcialmente: “Alguns receberam R$ 90, outros R$ 85, nenhum integral”, completou.

Solidariedade

Na tentativa de melhorar as condições de vida, a solução é a solidariedade: os trabalhadores recolhem doações de alimento e fraldas descartáveis no bloco E do Centro de Tecnologia, no Fundão: “Eu tenho como me manter, mas muita gente foi despejada, está passando dificuldade. Sempre tivemos problemas com atrasos, mas eram mais pontuais. Hoje virou uma bola de neve. Nessa Páscoa muita gente não vai ter sequer caixinha de bombom, porque ovo de chocolate para nós já é luxo”, explicou Terezinha.

Os atrasos sucessivos nos pagamentos geraram dívidas acumuladas para os servidores. E já repercutem na saúde deles: “Já tem gente tomando remédio. Os danos que eles nos fizeram não serão solucionados apenas com a regularização dos repasses. A gente é pobre e vive de fé e cartão de crédito. É muito triste. Se antes eu tinha receio de falar, hoje não tenho mais, porque se eles chegaram ao ponto de deixar de pagar a nossa alimentação e o nosso transporte para vir trabalhar, eu não sei mais o que pode acontecer,” desabafou.

Setor ainda não foi transferido para novas instalações

Samantha Su. Estagiária e Redação

Em outubro do ano passado, funcionários da Superintendência Geral de Políticas Estudantis (Superest) realizaram uma paralisação de algumas semanas para chamar atenção para seus problemas: falta de pessoal e de infraestrutura física, entre outros, para atender milhares de estudantes. Com uma promessa de melhoria das condições de trabalho e de contratação de novos servidores, feita pelo reitor Carlos Levi, retomaram as atividades no fim do ano passado. Porém, a realidade é que pouco mudou de lá para cá.

A transferência do órgão, que hoje funciona em uma saleta no prédio da reitoria, para contêineres mais espaçosos ao lado da sede do Sintufrj deveria ter acontecido até fevereiro. Os módulos já foram posicionados, mas, sem rede de informática, a mudança foi prorrogada para o final de abril. Enquanto isso, por exemplo, o atendimento psicológico a alunos ocorre nos jardins da administração central, sem privacidade ou estrutura para as sessões. 

Além disso, a Divisão de Saúde da Superest (Disae), que trabalha com quase 1,5 mil alunos, possui apenas quatro profissionais atuantes: “Abriu um novo concurso e entrou uma assistente social para a Superest, mas ainda assim falta pessoal. Sem condições de trabalho, este ano já perdemos (SuperEst) oito funcionários”, contou a diretora da Disae, Marilurde Donato.

Em março de 2015, o Superintendente Geral de Políticas Estudantis, Ericksson Almendra, deixou o cargo. Foi substituído pelo professor Helio Mattos, da Faculdade de Farmácia.  

 

Cartazes agressivos

Na quarta semana de março, cartazes espalhados pela universidade — e, em especial, na entrada da própria SuperEst — criticaram uma suposta negligência do órgão quanto à Residência Estudantil. A superintendência foi chamada de “omissa” e “criminosa”. 

Segundo a professora Donato, os alunos da residência são os mais prejudicados e vivem em condições de insalubridade e precariedade, mas o trabalho da SuperEst não pode ser qualificado desta maneira: “A minha relação com eles é boa e nós, enquanto profissionais, nos esforçamos o máximo possível. Não me sinto representada pelos adjetivos, como omissa e criminosa, dos cartazes. A nossa capacidade de trabalho é insuficiente para a quantidade de alunos que chegam aqui,” afirmou Marilurde.

Reza a lenda que a vida já foi possível na Baía de Guanabara. Tão possível que já foi morada de um ilustre primo dos golfinhos: o boto. O animal, hoje uma espécie de monstro do Lago Ness de tão raro no local, é o mote das esculturas em fibra de vidro que ocupam a Ilha do Fundão desde o último dia 28.

A exposição Memórias do Boto, parceria entre Escola de Belas Artes e o Parque Tecnológico, faz parte do calendário oficial de comemoração dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. Quarenta e cinco imagens do simpático bichinho servem como suporte para contar a história do Rio de Janeiro e seus habitantes. A exposição vai até 30 de maio. Um livro com o registro da feitura das esculturas será lançado no aniversário de 199 anos da EBA, no próximo dia 12 de junho. (Filipe Galvão)

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CAPA RPV 23 2 lombada 20mm3“Marxismo no século XXI” é o tema da última edição da Revista Praia Vermelha, publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFRJ. Um debate que reuniu os professores Mauro Iasi e Luiz Edmundo Motta, dois dos articulistas selecionados para escrever sobre o tema, no auditório da ESS na noite de terça-feira, 31 de março, marcou o lançamento da edição. A entrevista com Michael Lowy é um dos destaques.

DSC0210Rogério Lustosa (à esq.), Mauro Iasi e Luiz Edmundo Motta compuseram a mesa do debate. Foto: Marco Fernandes - 31/03/2015

Ministro do Planejamento declarou que objetivo é diminuir (mais) o peso da folha de pagamento do funcionalismo em relação ao PIB. Em resposta, servidores públicos organizam Jornada de Lutas de 7 a 9 de abril

Atividades na UFRJ vão discutir salário, carreira e previdência

Servidores federais realizam de 7 a 9 de abril a Jornada Nacional de Lutas, com caravana a Brasília e manifestações na Esplanada dos Ministérios. Nos estados, a mobilização será marcada com atos e paralisações unificadas. Na UFRJ, as atividades organizadas pela Adufrj-SSind estão marcadas para o dia 8 (quarta-feira), na Faculdade de Letras (auditório E1), de 14h às 17h, e dia 9 (quinta-feira), em tenda no campus da Praia Vermelha, às 16h — confira chamadas na capa desta edição.

O Fórum das Entidades Nacionais dos SPF, composto por 32 entidades, protocolou uma carta solicitando audiência com o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, para o dia 8. No documento, o Fórum rejeita a agenda apresentada pelo ministro em reunião de 20 de março: naquela ocasião, Barbosa apontou que o objetivo do governo é reduzir, ainda mais, o peso da folha de pagamento dos SPF em relação ao PIB (em 2002, último ano do governo do neoliberal Fernando Henrique Cardoso, a folha representava 4,8% do PIB; já em 2012, caiu para 4,2%, com pequena elevação no ano passado – 4,3%, devido à desaceleração do crescimento econômico).

Barbosa condicionou a possibilidade de negociação à recuperação do PIB e não reconheceu a perda salarial apresentada pelos servidores. Detalhe: os economistas do mercado financeiro previram que a economia brasileira (leia-se PIB) terá uma retração de 1% neste ano. Se confirmado, será o pior resultado desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%. Ou seja, o governo quer reduzir o percentual de participação dos salários dos SPF com base em um montante ainda menor. 

Reação do Andes-SN

Para o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, durante a reunião, o ministro apresentou o problema das contas do governo: “No entanto, a fórmula que eles apresentam é o ajuste fiscal, com retirada de direito dos trabalhadores e redução da folha de pagamento do funcionalismo, o que pode representar a terceirização de várias funções no serviço público”, alerta Rizzo.

Segundo ele, o governo não coloca na pauta medidas como a taxação das grandes riquezas e a auditoria da dívida pública. “O governo fala em aumentar a arrecadação, mas só quer fazer isso à custa dos trabalhadores. No entanto, não mexe na grande sanguessuga do orçamento da União, que é a dívida pública. Ao contrário, promove o ajuste fiscal para continuar pagando os juros e amortização dessa dívida, quando deveria propor a sua auditoria”, complementa.

Calendário

AANelson Barbosa (MPOG). Arrocho salarial. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 17/03/2015Na reunião com as entidades sindicais, o Planejamento apresentou uma proposta de calendário para início das reuniões em maio, com prazo de negociação até julho, já que o envio da proposta de Orçamento de 2016 ao Congresso deve ser feito até 31 de agosto, o que foi rebatido pelo Fórum dos SPF. O ministro do Planejamento disse ainda que as reuniões serão encaminhadas pelo Secretário de Relações do Trabalho, Sergio Mendonça, o qual afirmou que três meses é um tempo razoável para se chegar a um termo de acordo. “Nós cobramos que seja antecipado o processo de negociação, uma vez que nossa pauta já foi protocolada e não temos que esperar até maio”, completou o presidente do Andes-SN.

Rizzo destacou a importância da Jornada de Lutas em Brasília no início de abril (7 a 9) para pressionar o governo a iniciar o processo de negociação. “Precisamos intensificar a luta para revertermos os ataques aos trabalhadores. Será necessária ampla mobilização dos servidores para pressionar o governo a abrir negociações e avançar na garantia dos direitos sociais e de serviços públicos de qualidade”, ressaltou. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)

 

Agenda de Mobilização:

De 7 a 9 de abril
Jornada Nacional de Lutas dos SPF, em Brasília e nos estados;

Dia 8 de abril
Audiência do Andes-SN com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);

8 de abril
Na UFRJ, debate Debate “Nem 26%, nem 27% - salário e carreira da Pátria Educadora”, 14h, na Faculdade de Letras (auditório E1) – veja chamada da capa

9 de abril
Na UFRJ, debate“O futuro terceirizado: Funpresp”, em tenda no campus da PV, às 16h – veja chamada da capa

De 15 a 24 de abril
Rodada de Assembleias Gerais, pautando a greve nacional dos docentes das IFE, com indicação do período e da articulação com a construção da greve unificada dos SPF;

Até 24 de abril
que as Seções Sindicais que tenham concluído o processo de atualização das pautas locais, enviem o documento para a secretaria do Andes-SN;

Dias 25 e 26 de abril
Reunião do Setor das Federais, em Brasília, pautando a greve nacional dos docentes das IFE.

 

 

Salários docentes corroídos

Conforme já anunciado pelo encarte do Jornal da Adufrj de março, a última parcela do “aumento” imposto pelo governo aos professores universitários federais (lei nº 12.772/12) foi totalmente corroída (no caso da grande maioria da categoria, mestres e doutores no regime de Dedicação Exclusiva) pela inflação dos últimos doze meses. Daqui em diante, não há nenhum dispositivo firmado em lei para garantir novos reajustes. Como não existe data-base para a categoria negociar e a economia mostra suas fraquezas, já se tem uma ideia das dificuldades que os docentes vão enfrentar, se não mostrarem poder de mobilização.

Mas, como se sabe, esse é apenas um dos problemas da atual carreira: os referenciais remuneratórios aparecem em tabelas de valores nominais, sem piso, sem relação, nem lógica de evolução entre classes e níveis e entre regimes de trabalho e titulações. Como demonstra a tabela ao lado. (Fonte: Informandes especial de março. Edição: Adufrj-SSind)

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