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O CineAdUFRJ sofreu um ataque virtual, na noite de quarta-feira, 1º de julho, enquanto discutia o “Protagonismo Negro no Cinema”. Com câmeras e microfones ligados, pelo menos dois homens brancos usando óculos escuros interromperam a fala de uma das convidadas do debate com ruídos, risadas e frases em inglês. Não foi possível distinguir o que diziam. Em seguida, um terceiro homem, também em inglês, se apresentou como funcionário do aplicativo Zoom, desta vez apenas por áudio e no chat. Disse que soube de algum problema e queria ajudar. Toda a ação durou menos de três minutos.

Em virtude dos possíveis riscos gerados pela invasão, os organizadores optaram por retomar a conversa em uma nova sala. “Uma invasão dessas justo em uma reunião tratando deste tema mais parece uma tentativa de silenciamento”, criticou Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ, que participou do encontro. Na reunião do Consuni da UFRJ na manhã desta quinta, a professora voltou a tratar do assunto. "Me parece um sintoma bastante doloroso da violência do nosso racismo estrutural", disse.

A equipe do CineAdUFRJ já deixou claro que o ataque não vai calar o debate sobre Racismo e Democracia, que ocupará as duas próximas edições do cineclube.

school 5058305 640Imagem de Alexandra_Koch por Pixabay O Fórum de Educação do Rio emitiu nota listando motivos para que as aulas presenciais da educação básica não sejam retomadas no Rio de Janeiro. A preocupação central, aponta o documento também assinado pela AdUFRJ, pela APG e pelo Sintufrj, é com a preservação da vida. As entidades afirmam a necessidade de seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde e dos pareceres da Fiocruz. E apresentam as condições de segurança essenciais para uma retomada gradual. Uma das razões pelas quais o documento considera um equívoco a volta de aulas presenciais é o aumento de casos de Covid-19 no estado. A íntegra pode ser lida AQUI.

06WEB menor1134O coletivo FORMAS (Fórum de Mobilização e Ação Solidária da UFRJ) se reuniu com a reitoria no dia 22 de junho. O objetivo do encontro, organizado por meio virtual, foi discutir questões e dúvidas relacionadas ao ensino e ao trabalho remotos e apresentar as reivindicações das diversas categorias. Além de tentar organizar uma grande plenária aberta a toda a comunidade acadêmica.
A presidente da AdUFRJ, Eleonora Ziller, abriu a reunião em nome das entidades do Fórum defendendo a necessidade de construir um evento do qual pudessem participar estudantes, professores, técnicos, terceirizados e a administração central da universidade. A ideia é a defesa da instituição contra ataques do governo federal e a reafirmação da democracia no país. “A unidade interna é um ponto fundamental. Nosso inimigo já está declarado, e não está dentro da universidade”.
Sobre as demandas do movimento docente, Eleonora afirmou que apesar das diferenças, próprias entre sindicato e reitoria, a administração central sempre esteve aberta a ouvir as solicitações e sugestões dos professores da universidade. “O diálogo tem sido excelente, mas de modo geral, se percebe que a implantação do que é acordado ainda encontra muitos entraves e controvérsias”.
O Sintufrj cobrou da reitora Denise Pires de Carvalho, presente à reunião, o compromisso com decisões firmadas em parceria com as representações da universidade. “Embora sejam construídas de maneira democrática e dialógica, na hora da execução, muitas propostas acabam se perdendo”, afirmou a diretora Joana de Angelis. Ela citou como exemplo a nota da Procuradoria da UFRJ, encaminhada às unidades no dia 18, sobre trabalho remoto. O documento acaba contrariando a Resolução criada no Conselho Universitário e levou unidades a chamarem servidores ao retorno das atividades presenciais. A dirigente classificou a situação como “desrespeito a deliberações e instâncias”, algo que, segundo Joana, “fragiliza muito” a instituição.
Dirigentes da Associação dos terceirizados, a Attufrj, Robson de Carvalho e Luciana Calixto solicitaram maior engajamento das entidades e da reitoria na proteção dos funcionários das empresas terceirizadas. Esses trabalhadores vêm sendo sistematicamente demitidos na pandemia. O próprio Robson afirmou ser assediado moralmente desde que integrou a diretoria da associação. “Venho sendo perseguido pela empresa por conta da minha representação na Attufrj e agora fui demitido”.
Os estudantes, tanto de graduação quanto de pós-graduação, explicitaram a posição favorável às aulas remotas desde que a instituição dê condições para todos acompanharem as atividades pela internet. “Não podemos mais normalizar a ideia de que uma parte dos estudantes vai ter que escolher ficar para trás”, disse Juliana Paiva, do DCE Mário Prata.
A reitora centrou sua fala na defesa da democracia e da universidade. “O Estado democrático de direito foi ferido mortalmente e o que a gente está vendo é o afastamento dos preceitos democráticos”, afirmou a professora Denise. A UFRJ foi pioneira no movimento para adiar o Enem e também lançou nota em conjunto com as instituições federais e estaduais do Rio de Janeiro exigindo autonomia para decidirem o melhor momento de retomar as atividades presenciais, baseadas em critérios científicos. Coincidência ou não, o resultado do edital da Capes para a pós-graduação não contemplou nenhuma universidade pública do Rio de Janeiro. “Mas não vamos dar nenhum passo atrás. Estamos lutando pela universidade pública”.
O vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha elogiou a iniciativa do FORMAS. “Esse fórum é muito importante. O maior ganho é entender os desejos e os limites de cada uma das partes e construir caminhos possíveis”. Ele afirmou que a reitoria sempre atuou para proteger a saúde de seu corpo social, a população do Rio de Janeiro e a universidade.
Apesar das divergências internas, o encontro foi um esforço de construção da unidade. “Nós representamos os professores e sentimos que estamos ainda muito divididos. Há quem defenda começar logo as atividades remotas, há quem defenda garantir condições para todos antes que se decida e até mesmo há quem defenda não voltar às aulas enquanto durar a pandemia e não for possível o ensino presencial. Temos uma série de tensões, argumentos e contra-argumentos em todas essas posições e é preciso o exercício de ouvir a todos e construir um caminho que dialogue com esses posicionamentos”, concluiu Eleonora.

O FORMAS é organizado pela AdUFRJ, Sintufrj, Attufrj e pelas entidades estudantis da UFRJ, DCE e APG.

02aWEB menor1133Live vai homenagear Carlos Lessa no dia em que ele completaria 84 anos, em 30 de junho. A atividade, que acontece a partir das 16h, vai reunir familiares do ex-reitor e personalidades da universidade, como o filho Rodrigo Lessa e a economista Maria da Conceição Tavares. O ex-ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, também confirmou presença. A homenagem a Lessa, que faleceu no dia 5, é uma realização do Fórum de Ciência e Cultura. O evento poderá ser acompanhado no Youtube e no Facebook da unidade.

07bWEB menor1134“A pandemia não criou um novo conflito político, mas acelerou o tempo histórico dos conflitos que já existiam na política brasileira”, disse o professor Josué Medeiros, do IFCS, no último “Tamo Junto”, do dia 19. O bate-papo virtual entre os docentes, promovido pela AdUFRJ, abordou como o presidente Jair Bolsonaro usou a pandemia para avançar contra as instituições brasileiras.
Josué, que é diretor da AdUFRJ, faz parte do Núcleo de Estudos Sobre a Democracia Brasileira (NUDEB). O grupo desenvolve uma pesquisa que analisa todos os atores políticos e institucionais brasileiros no contexto da pandemia. Segundo o professor, o primeiro mês da maior crise sanitária mundial dos últimos 100 anos afetou bastante a imagem do presidente. “Ele tinha perdido o controle do próprio governo”, afirmou. “A expressão disso é a saída dos principais ministros, o Sérgio Moro da Justiça e o Luiz Henrique Mandetta da Saúde”, completou.
A hipótese do Núcleo é que, ao minimizar a pandemia e desafiar a Organização Mundial da Saúde, Bolsonaro expandiu uma dinâmica autoritária contra a sociedade. Com a saída de Moro e Mandetta e a perda de popularidade do seu governo, Bolsonaro se sentiu livre para atacar os governadores, a Polícia Federal e defender o uso da cloroquina, listou o professor. “Isso representa o avanço sobre as instituições”.
A necessidade de apoio para colocar seus planos em prática fez o presidente formalizar a aliança com o Centrão, explicou Josué. “Bolsonaro reorganizou o debate da agenda neoliberal a partir do teto de gastos”, disse. “Com isso, cria uma camada de legitimação do governo dele, apoiado na elite”, completou. Para o professor, a elite brasileira tem o projeto de reorganizar o nosso ordenamento político e jurídico, sem direitos para a população “e sem uma esquerda competitiva do ponto de vista eleitoral”.
O docente chama atenção de que aliar-se ao Centrão não é garantia de governabilidade para ninguém. “Não foi com o Collor, nem com a Dilma, nem mesmo com o Lula”. Contra o presidente, lembrou Josué, estão: uma situação internacional extremamente desfavorável, o cenário econômico arruinado, a base mais fiel bolsonarista reduzida e a insatisfação do mundo progressista. “Não é um jogo extremamente favorável, mas ele ainda está no jogo”, concluiu.

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