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Presidente da Adufrj defende a ampliação do debate

Em sua primeira entrevista depois da posse, Tatiana Roque afirma ser urgente recuperar o diálogo interno na UFRJ
 

Conjuntura difícil no país, cortes orçamentários na UFRJ, sérios problemas de representatividade no movimento sindical. Como selecionar prioridades nesta equação tão complicada e motivar o conjunto dos docentes a construir algo novo, como você enfatizou na sua posse?

Claro que teremos que selecionar algumas prioridades, como dissemos. O mais urgente é recuperar o ambiente de diálogo interno na UFRJ, por um lado, e conseguir um arco o mais amplo possível de alianças, na sociedade, com o objetivo estratégico de defender a universidade dos cortes que podem afetar seu funcionamento.

 

Como dosar a crítica ao governo e os cuidados para a preservação da legalidade e neutralização dos impulsos da direita no cenário político?

Criticar o ajuste fiscal e a força dos setores que defendem essa política econômica dentro do governo é fundamental, principalmente porque isso impacta diretamente o financiamento da universidade. Do ponto de vista político, essa crítica não pode significar dar argumentos ou “dar munição” de qualquer tipo para a instabilidade atual, que é um modo de chantagem enraizada em hábitos fisiológicos da política brasileira.

 

Quais são os caminhos que podem aproximar o sindicato da base da categoria?

 Ampliar o debate. Estimular a discussão aberta e franca sobre diversos pontos nos quais não há consenso. É fundamental que todas as posições estejam representadas e que possamos discutir com base em uma argumentação consistente, sem desqualificações ou polarizações indesejadas. Esperamos que algum consenso surja daí, mas de qualquer modo é fundamental que, caso as posições sejam realmente muito diferentes, essas diferenças estejam colocadas e o debate de ideias seja estimulado. Afinal de contas, estamos em uma universidade, se esse tipo de prática não for corrente entre nós, não vejo onde seria. 

 

Como enfrentar as controvérsias relacionadas à carreira docente?

Vamos continuar discutindo a carreira, e outros temas, a partir de grupos de trabalho. Há divergências em relação à proposta de carreira do Andes, sobretudo no que diz respeito ao fim da barreira por titulação para se tornar associado ou titular; à manutenção das classes; e também em relação ao tipo de avaliação adequada para a promoção entre classes. Um ponto sobre o qual há consenso, que estava em nosso programa de campanha, é a necessidade de focar nos professores que ingressaram mais recentemente, que estão em uma posição francamente desfavorável, tanto do ponto de vista salarial, quanto em relação à aposentadoria. 

 

Um dos compromissos de sua gestão é desinterditar pautas polêmicas na série de debates “Sem Tabu”. Já foi definido o primeiro tema dessa agenda?

Estamos definindo, mas acredito que, devido à urgência, deveria ser a PEC 395, que regulamenta a cobrança de mensalidade na pós-graduação lato sensu. Ela deve ser colocada em votação no Congresso já esta semana. Estamos pensando nas pessoas para compor a mesa, queremos que haja sempre três posições divergentes. Se algum docente tiver indicações de nomes de possíveis debatedores, da UFRJ ou de fora, pode nos escrever. 

 

A preocupação com o fortalecimento dos movimentos sociais, especialmente em momentos como esse, de instabilidade política, foi destacada no seu discurso. Como será a articulação com o movimento organizado na UFRJ e que caminhos se apresentam para a construção de novos movimentos?

Queremos participar e estimular a criação de fóruns de discussão com estudantes e técnicos administrativos, talvez o ideal seria organizar estes fóruns por Centro. Também aceitamos sugestões neste sentido.

 

Uma das prioridades anunciadas pela gestão que se inicia é com a comunicação externa. Como pensa pautar o debate sobre ensino superior e sobre a universidade como bem da sociedade em meios de comunicação tradicionalmente hostis à defesa da educação pública?

Há uma multiplicidade de meios de comunicação atualmente e também não acho que todos os setores da mídia tradicional sejam refratários a uma discussão sobre o ensino superior público. Ela deve ser feita com base em uma argumentação consistente, por pessoas que são reconhecidas na área. Será preciso, certamente, um trabalho direcionado para isso, talvez através de uma boa assessoria de imprensa.  É preciso enfatizar as coisas boas que as universidades públicas oferecem à população, como a qualidade do ensino e da produção científica e tecnológica, mostrar que temos um papel importante em encontrar soluções para muitos problemas sociais, tecnológicos e econômicos.

Curso de extensão “Mídia, Violência e Direitos Humanos”

Foram prorrogadas até o dia 23 de outubro (sexta-feira) as inscrições da terceira edição do curso de extensão “Mídia, Violência e Direitos Humanos”, realizado pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (Nepp-DH) da UFRJ.

O objetivo do curso é a troca de saberes e experiências entre a universidade e moradores, lideranças, comunicadores e demais profissionais com atuação nas favelas cariocas, sobre a representação da violência urbana e dos Direitos Humanos na mídia comercial.

As aulas são presenciais e acontecem às quartas-feiras, nos dias 28/10, 4, 11, 18 e 25/11, das 18h às 21h30, no auditório do Nepp-DH (3º andar do prédio anexo do CFCH, no campus da UFRJ na Praia Vermelha). Os encontros são ministrados por professores e pesquisadores da UFRJ, Uerj, UFF e outras universidades. A coordenação é do jornalista Pedro Barreto, doutorando em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da UFRJ.

Os interessados devem enviar e-mail com nome, endereço e uma breve justificativa com os motivos pelos quais devem ser selecionados, a partir do perfil descrito acima, para os e-mails Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. até o dia 23/10.

O curso oferece 20 vagas e 10 em lista de espera. O resultado do processo seletivo será divulgado no dia 26/10. Para obter o certificado de conclusão, os alunos deverão cursar pelo menos 75% das aulas.

A iniciativa tem o apoio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e do Programa de Extensão Universitária (Proext) do Ministério da Educação (MEC).

Mais informações podem ser obtidas na página do curso.

 

Gestão 2013-2015 despede-se com alerta

Presidente da gestão 2013-2015, Cláudio Ribeiro despediu-se do mandato com um alerta sobre os ataques sofridos pela Educação pública nos últimos anos. Para ele, a atual conjuntura indica que os trabalhadores do setor e os estudantes ainda vão sofrer novas investidas sobre seus direitos. Para organizar uma reação, Cláudio apontou a importância de construir o II Encontro Nacional de Educação, organizado por professores, técnicos, alunos e movimentos sociais. O evento está previsto para o primeiro semestre de 2016.   

O ex-presidente observou que continuará presente nas lutas em defesa da educação pública: "Não saio com a sensação de 'dever cumprido'. Este dever é cotidiano e continuarei a tarefa na base", disse.

O professor agradeceu a cada colega de diretoria pelo trabalho realizado no mandato. Ele também elogiou o desempenho da equipe de funcionários, com especial menção para Elisa de Jesus, que foi muito aplaudida. A chefe de Secretaria, que está na entidade desde 1981, está se afastando das atividades.

Tatiana Roque (presidente)
Professora associada do Instituto de Matemática. Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Matemática do IM. Faz pesquisas em História e Filosofia das Ciências e é autora do livro “História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas” (Zahar, 2012), um dos vencedores do Prêmio Jabuti.

Carlos Frederico Leão Rocha(1º vice-presidente)
Professor associado do Instituto de Economia, do qual foi diretor até julho deste ano. Foi diretor de graduação do instituto, membro do CEG e do CEPG e secretário executivo adjunto da Associação Nacional de Centros de Pós-graduação em Economia

Fernando Santoro (2º vice-presidente)
Professor associado do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Dirige o laboratório OUSIA de Filosofia Clássica e publica nas áreas de Filosofia Clássica, Estética, Educação e Filosofia da Traduação.

Gustavo Arantes Camargo (1º secretário)
Professor adjunto do campus de Macaé. Doutor em Filosofia pela PUC-RJ. Trabalha na área de Filosofia, com ênfase em Ética, Filosofia Política e Filosofia da Educação. Foi Diretor de Extensão do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé.

Antonio Sole (2º secretário)
Professor associado do Instituto de Biologia. Pesquisador CNPq 1B e Cientista do Nosso Estado da Faperj. Foi fundador do programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva na UFRJ, Coordenador de graduação do Bacharelado em Genética e diretor do Instituto de Biologia.

Silvana Allodi (1ª tesoureira)
Professora associada do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF). Tem doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela UFRJ e pós-doutorado pela Rice University (EUA). Foi assessora da Sub-reitoria de Ensino para Graduados e Pesquisa da UFRJ, Diretora Adjunta de Pós-graduação e Diretora de Graduação do ICB da UFRJ.

Liv Sovik (2ª tesoureira)
Professora associada da Escola de Comunicação. Tem doutorado em Ciências da Comunicação da USP e pós-doutorado em Goldsmiths College – University of London. Seu trabalho versa sobre problemas de cultura e poder, em especial os discursos que sustentam hierarquias no Brasil.

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