Coube ao professor Giulio Draghi, da Escola de Música, fazer um resumo da trajetória do homenageado, que ganhou o primeiro concurso de Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica Brasileira com apenas 9 anos de idade. Além de destacar o brilhantismo de Moreira Lima, o docente falou de sua dimensão humanística, ao levar a arte erudita ao povo brasileiro. “Passou a dar concertos na Mangueira e na Rocinha, iniciativas que antecipariam o projeto Piano pela Estrada, que gerou mais de 500 concertos gratuitos”, contou. “Com o projeto, foram percorridos 128 mil quilômetros de estrada, o equivalente a três voltas à Terra. Um milhão de pessoas foram alcançadas pelo projeto. Arthur Moreira Lima devolveu ao povo brasileiro tudo o que abundantemente recebeu”, frisou.
O reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, se mostrou profundamente emocionado. “Ele não só brilhou nos grandes palcos do mundo inteiro, como levou a arte ao povo. Era um deleite ouvi-lo tocar”, destacou o reitor. “Eu, estudante do Pedro II, saía do meu colégio e ia assistir aos seus concertos gratuitos”, lembrou. “A universidade se sente honrada em conceder este título”.
A filha, Beatriz Moreira Lima, também esteve presente à cerimônia. “Mais recentemente tive a oportunidade de acompanhar o projeto Piano pelas Águas, a versão amazônica do Piano pela Estrada. Era muito emocionante ver a reação das pessoas que não conheciam um piano”, lembrou.
“Naturalmente, vovô Arthur é uma influência gigantesca para mim”, completou o neto Chico Lira. “É uma referência estética, afetiva”, avaliou. “Ele foi determinante para minha profissão”.