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WhatsApp Image 2023 05 17 at 19.53.45 2Foto: Alessandro CostaOs professores da UFRJ deram sua resposta nas urnas: não querem mais um sindicato nacional alheio às suas necessidades. Ao contrário, desejam um Andes mais próximo do dia a dia docente. Querem uma gestão capaz de espelhar o que pensam os professores universitários, de negociar com governos por melhorias na carreira. Estas motivações levaram 437 docentes da universidade a votar na chapa 3 nos dias 10 e 11 de maio. A chapa é formada pelo principal grupo político de oposição à diretoria nacional. A chapa 1 ficou em segundo lugar, com 275 votos, e a chapa 2 obteve 52 votos. A chapa vencedora na UFRJ obteve mais votos que a soma dos dois grupos opositores. Foram, no total, 771 votos, considerados brancos e nulos. Houve, ainda, 17 votos invalidados, de docentes não aptos a votar. O número representa aproximadamente 2% do total de votantes.
“Minha avaliação é que a gente está no caminho certo”, comemorou a professora Eleonora Ziller, logo após a apuração dos votos na UFRJ. Ela foi candidata a secretária geral da chapa 3. “A gente precisa ampliar o sindicato para que ele seja de todos os professores e não de apenas de um grupo”.
O número de participantes numa eleição do Andes na UFRJ é histórico. Bateu o recorde de envolvimento de 2020, quando as eleições foram remotas, por conta da pandemia de covid-19 (veja mais na página 6). Ainda assim, a professora Eleonora Ziller acredita que poderia ter havido mais votantes. “Na UFRJ, nós tivemos a coincidência com a eleição para reitor até o fim de abril. Neste sentido, a campanha ficou prejudicada. Foi muito curta e muito intensa”, disse.WhatsApp Image 2023 05 17 at 20.13.03
Além do tempo curto para conversar com os professores, espremido pela campanha da reitoria, eventos externos ajudaram a esvaziar a universidade nos dias de votação. “Teve um dia de muita chuva, com a universidade esvaziada. E teve problema na Ilha do Governador (houve uma tentativa de assalto a uma agência bancária que engarrafou o trânsito). Com tudo isso, a gente ainda conseguiu crescer o quórum”, festejou. “Imagino que se a gente tivesse tido um tempo mais longo de campanha ou, como nós propusemos no congresso do Andes, a eleição em três dias, a gente teria uma votação muito maior”.
O envolvimento dos professores também foi celebrado pelo professor Luis Acosta, candidato a 2º vice-presidente do Andes pela Chapa 1. “Foi uma jornada boa. Tivemos uma participação expressiva de professores e professoras, uma afirmação da democracia sindical”, avaliou. “O sindicato se fortalece com esse ato, seja qual for o resultado final”, disse.
Em relação ao futuro de seu grupo na UFRJ – o coletivo venceu as eleições em nível nacional (veja na página 4) –, Acosta afirmou que seguirá atuante. “Permaneceremos na defesa do sindicato classista, unitário, anti-imperialista, focado nos interesses dos professores acima dos interesses governamentais”.
Candidata a 3ª vice-presidenta pela chapa 2, que ficou em terceiro lugar na disputa na UFRJ e em nível nacional, a professora Marinalva Oliveira comentou a diferença de votos na disputa local. Sua chapa é fruto de uma dissidência do grupo político que comanda o Andes. “A chapa 2 concorreu pela primeira vez e abriu um espaço de escolha entre insatisfeitos com a chapa 3, que dirige várias seções sindicais, e com a chapa 1, que dirige o Andes nos últimos seis anos”, defendeu.
Sobre o futuro de seu grupo político na UFRJ, a docente afirmou que o movimento continuará defendendo o Andes. “Chamamos à unidade na luta para fortalecer os princípios do Andes, para defender a pauta da classe trabalhadora e nunca para apassivar e conciliar com governos. Permanecemos no lugar de onde nunca saímos: na base, nas ruas e nas lutas”.

PROCESSO ATÁVICO
Na UFRJ, o processo eleitoral se deu sem grandes problemas nas urnas. A apuração também transcorreu sem intercorrências, apesar da necessidade de confirmar por telefone cada eleitor que votou em trânsito. Quatro funcionários da AdUFRJ estavam responsáveis por verificar nas seções sindicais Brasil afora se os docentes de outras universidades que votaram na UFRJ eram aptos a votar. Apesar do método atávico, foi possível confirmar os 33 votos em trânsito.
Presidente da Comissão Eleitoral Local, o professor João Torres agradeceu aos integrantes da comissão. “Todos atuaram de forma republicana, foram muito ativos, cordiais em todo o processo. Quase todas as decisões foram tomadas em consenso”, destacou.
Ele também comemorou o bom número de votantes na universidade, que corresponde a 23% do total de sindicalizados aptos a votar. “O movimento docente na UFRJ, a cada eleição, se mostra mais ativo, mais envolvido. Algo que não percebemos com a mesma intensidade no plano nacional”, concluiu.
Estavam aptos a votar 3.363 professores. O número é resultado da atualização cadastral da AdUFRJ, que identificou 190 docentes falecidos, além de nomes em duplicidade e docentes que não atendiam ao preconizado no Regimento Eleitoral: filiaram-se após 9 de fevereiro ou não estavam com as contribuições em dia em 11 de março.

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