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bandeira adufrjA diretoria da AdUFRJ passou a semana no Congresso do Andes, em Rio Branco, no Acre, pedaço de um Brasil longínquo, fascinante, protegido pela Amazônia e exposto pela ganância humana. Porém, ainda que a temática indígena e ambiental estivesse latente na capital acriana, não conseguimos discutí-las com a riqueza que gostaríamos. Enfrentamos cinco dias de debates, muito deles etéreos, anacrônicos e de costas para a realidade.
Realizado no belíssimo campus da Universidade Federal do Acre, o encontro reuniu 648 participantes, discutiu 76 textos de resolução e custou mais de R$ 790 mil, sem incluir o que cada seção sindical gastou em passagem, hospedagem e diárias. No caso da AdUFRJ, éramos 28 docentes, a R$ 8 mil cada um.
Em matéria de decisões, os dados foram menos robustos. Após três turnos diários de polêmicas, conquistamos poucas decisões relevantes. Cinco delas chamam atenção:
1) A ruptura com a central sindical Conlutas por 262 a 127 votos. Hegemonizada pelo radical PSTU e distante do cotidiano dos docentes, a história da Conlutas é recheada de sectarismo e de decisões equivocadas, como a de defender o golpe contra a presidente Dilma Rousseff, em 2016.
2) Inscrição de quatro chapas para a sucessão da diretoria do Andes, fato inédito na história da entidade.
3) Realização de campanha pela revogação das intervenções nas reitorias.
4) Participação do Andes (ainda que como ouvinte) no Fórum Nacional Popular de Educação, um dos principais espaços do país de articulação das políticas públicas educacionais.
5) Reivindicação de 27% de reajuste salarial para a categoria. O Andes não tem sucesso em negociações com o governo há mais de nove anos. O Congresso de Rio Branco decidiu que o sindicato nacional participe da Mesa de negociação permanente com o governo Lula, aberta em 7 de fevereiro.

 

Sobre as eleições do Andes, a AdUFRJ enxerga com bons olhos a inscrição de quatro chapas, três delas com professores da UFRJ entre os candidatos. Quanto mais chapas, mais discussão. Quanto mais discussão, mais legitimidade e participação. Nós apoiaremos a chapa 3, mas nosso jornal, desde já, abre espaço igualitário para os postulantes. Também estamos animados para promover debates entre as chapas. A eleição será em maio.
O respeito à diversidade, o cuidado com quem pensa diferente e a escuta de pontos de vista divergentes são valores que prezamos nesta diretoria. Achamos que são princípios básicos de quem preza a democracia. Justo por isso nos assustou quando nossa oposição resolveu lavar a roupa suja do movimento docente da UFRJ nos microfones do Congresso do Andes. Muitas vezes indo além da crítica, espalhando mentiras e semeando assuntos comezinhos em discussões potencialmente grandiosas. Caso de uma professora que interrompeu um debate sobre a tragédia dos ianomâmis para nos acusar de não imprimir os cadernos com as teses do Congresso. Afora o óbvio desvio de pauta, tratava-se de uma inverdade: nós não apenas distribuímos, como mandamos entregar em casa os textos aos professores interessados.
Coleg@s, não precisamos ser revolucionários. Mas temos o dever de ser honestos, de não assediar quem quer que seja, de respeitar as diferenças. É o mínimo. Comecemos por isso.

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