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Jornal da AdUFRJ – O teto de gastos é prioridade para o Legislativo no ano que vem?
Alessandro Molon – Sem dúvida nenhuma. Uma das primeiras coisas a serem feitas é a revogação do teto de gastos. É fundamental revogar esse dispositivo constitucional. É extremamente prejudicial para o Brasil, para a vida das pessoas, para o desenvolvimento nacional. O teto de gastos é um crime contra o país.

Quais as tarefas do Senado em relação à area de C&T?
Primeiro nós temos que aumentar o orçamento da área. O professor Luiz Davidovich lembrou há pouco, durante o debate, que a meta que a comunidade científica precisa defender é a destinação de 2% do Produto Interno Bruto para C&T. Essa tem que ser uma das nossas metas: garantir o aumento contínuo do orçamento até que a gente atinja esses 2% o mais rapidamente possível. É fundamental impedir o contingenciamento dos recursos para Ciência, Tecnologia e Inovação e garantir que o FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) seja executado sem qualquer tipo de corte, porque é ilegal, como foi provado aqui.

Como o Legislativo pode enfrentar o desrespeito à escolha de reitores?
Esse debate vai ter que ser feito pelo Parlamento. Aquilo que parecia uma boa ideia, que era a lista tríplice, mostrou deixar brechas para o desrespeito da autonomia universitária na escolha de seus dirigentes. Em muitas universidades foram escolhidas pessoas que não tinham respaldo de sua comunidade acadêmica. Então, esse modelo precisa ser rediscutido. É preciso enfrentar esse tema na próxima legislatura para garantir que sejam escolhidos para dirigir as universidades aqueles que tenham respaldo das comunidades, aqueles que estejam preparados para isso. E não os preferidos dos governantes de plantão.

Como foi falar para uma plateia de estudantes e professores, o senhor que também é professor universitário?
Eu tenho muita admiração por professoras e professores universitários, pesquisadores, gente que dedica sua vida para melhorar a vida das pessoas. Eu tenho um pé na academia, sou professor universitário também, mas atuo na política e, portanto, não consigo me dedicar permanentemente à pesquisa, mas tenho uma imensa admiração e gratidão por quem faz isso, porque presta um grande serviço para o país e para a humanidade. Então, para mim, é uma honra enorme estar ao lado dessas pessoas e poder, de alguma maneira, contribuir com meu trabalho na política para que a Ciência avance. Se eu conseguir fazer isso já vou me sentir mais do que recompensado.

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