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A ex-presidente Dilma Rousseff foi uma das convidadas de honra do Festival do Conhecimento da UFRJ. Dilma deu uma palestra sobre o chamado capitalismo de vigilância, gênero em que grandes corporações financeiras e empresariais monetizam dados de cidadãos em todo o mundo, que são recolhidos por redes sociais e equipamentos eletrônicos. Os dados, defendeu a ex-presidente, geram “mais lucro, mais poder, mais conhecimento para as empresas”. Quanto maior o número de dados dos algoritmos, “mais preciso o processo para o qual ele está sendo aplicado”.
Os dados extraídos de redes sociais, jogos on line e equipamentos eletrônicos têm poder maior do que o de simples geração de demanda de consumo. Podem – e já se comprovou que fazem – interferir decisivamente em padrões de comportamento e até definir eleições. “O capitalismo de vigilância não diz respeito só a consumo, mas se aplica a áreas muito mais amplas, assim como o fordismo não se aplicava apenas à produção de um determinado modelo de carro”, ressaltou.
O capitalismo de vigilância integra a fase neoliberal financeirizada do capitalismo. A ex-presidente explicou que os principais desdobramentos deste modelo são: predição de comportamentos e demandas; capacidade de manipulação de dados eleitorais; controle e propriedade dos canais digitais de participação social; vasta reserva de capitais. “O objeto do negócio passa a ser as próprias informações obtidas do consumidor, porque serão usadas para criar novas demandas em diferentes áreas, não só no consumo”, afirmou.
Diante da pandemia da Covid-19 e da crise financeira global, defendeu Dilma, alguns setores seguem ganhando muito. São setores com grande capacidade de atender à demanda e responder “pela oferta necessária neste momento”. A presidente listou Amazon, Google, Apple, Microsoft e as empresas chinesas, como Alibaba e Baidu. “E também todas as empresas ligadas a e-commerce. Ganham tanto em volume de lucros, quanto em valorização na Bolsa”.
Dilma defendeu que esta modalidade do capitalismo vai interferir brutalmente em duas áreas: democracia e trabalho. “Eles conhecem mais sobre nós do que nós conhecemos sobre nós mesmos ou sobre eles. Essa desigualdade de informação vai gerar consequentemente mais desigualdade social”. A palestra completa está disponível no canal da Pró-reitoria de Extensão, no Youtube: https://youtu.be/N6CMgzkeAgg.

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