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Ensino remoto para que e para quem? A pergunta norteou uma das lives do Festival do Conhecimento da UFRJ, no dia 21. Houve críticas à decisão do Conselho Universitário de iniciar o ensino remoto para a graduação e pós-graduação. “Todo mundo sabe quem é mais afetado pela pandemia, mas parece que a UFRJ não presta atenção nisso. Eu moro numa favela e a casa tem infiltração, tem internet instável, quando tem internet. Todas essas situações precisam ser levadas em conta. Não é só uma questão de modem, chip ou dinheiro para equipamento”, defendeu a estudante Thuane Nascimento. “Essa pandemia nos mostra quem vai ser excluído do ensino universitário”.
“Justamente por ser emergencial, (o ensino remoto) não é pensado, não tem uma metodologia bem construída, com professores e estudantes numa relação dialógica”, pontuou a professora Luciana Boiteux, da FND. Para a docente, o ensino superior brasileiro não pode voltar a ser um privilégio. “O que está colocado são falsas possibilidades de escolha que vão aprofundar desigualdades e impactar o futuro da universidade pública”.
Para a técnica e doutoranda da Faculdade de Educação, Daniele Grazinoli, o sistema educacional está abrindo espaço para a lógica privada. “Fomos deixando as lógicas do capital dominarem esta discussão”, disse, em referência ao produtivismo exigido de professores e estudantes na quarentena. “Deveríamos usar este tempo para pensar os processos de educação, não só os processos de ensino”.
A professora Fernanda Vieira (NEPP-DH) definiu o debate sobre aulas remotas como “acelerado e rebaixado”.  A docente criticou o parecer da Procuradoria da UFRJ sobre direito autoral e afirmou que entende a demanda estudantil sobre aulas gravadas, mas que não quer ser “a trabalhadora que está adensando a precarização do ensino”. A íntegra do debate está disponível em: https://youtu.be/KCBY5fLurpk.

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