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financial 4560047 1280Na linha de frente do combate ao coronavírus, a UFRJ solicitou R$ 20,7 milhões ao Ministério da Educação para a compra de insumos e equipamentos. A boa notícia é que a demanda deve ser integralmente atendida nos próximos dias.
O plano de trabalho foi enviado na quinta-feira (19), após uma consulta do MEC às universidades sobre o custo de ações em andamento ou em estudo para ajudar no enfrentamento da pandemia.
O primeiro ponto do documento da universidade é a aquisição de material de consumo para diagnóstico molecular, ao custo de R$ 1 milhão. O valor será aplicado no Laboratório de Virologia do Instituto de Biologia e na Faculdade de Medicina, que estão atuando na triagem de pacientes e nos testes da doença.
Os demais itens são voltados para o atendimento nas unidades hospitalares da UFRJ: aquisição de equipamentos de proteção individual (R$ 4,1 milhões); adequação de leitos de UTI no Instituto de Neurologia Deolindo Couto, no campus da Praia Vermelha (R$ 391 mil); e compra de equipamentos para 150 leitos de UTI (R$ 14,6 milhões).
A universidade também solicita R$ 600 mil para a compra de insumos necessários à produção de álcool glicerinado, álcool em gel e álcool 70°. Há uma estimativa de que os recursos possam abastecer o Complexo Hospitalar da UFRJ com aproximadamente 16 mil litros dos produtos, por mês, pelos próximos 90 dias.
Decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza e professora do Instituto de Química, Cássia Turci explica que a produção pode crescer, dependendo das doações que a universidade está recebendo e da disponibilidade da matéria-prima no mercado.

APORTE NECESSÁRIO
Os recursos, se confirmados, chegam em bom momento. A UFRJ, que já estava com o orçamento reduzido para enfrentar as despesas regulares do ano, depende do governo para custear os gastos extraordinários provocados pela doença. A suspensão das aulas de graduação e pós-graduação não aliviou os cofres da instituição.
“Mesmo com unidades parcialmente fechadas, temos mais demanda de limpeza geral e limpeza especializada nos hospitais, por exemplo”, explica o pró-reitor de Planejamento e Finanças, professor Eduardo Raupp. Um exemplo é o reforço da higienização em uma área do Centro de Ciências da Saúde reservada para testes do coronavírus, desde a semana passada.
“Segurança também imaginamos que será muito exigida, seja para preservar o patrimônio nas áreas com baixa utilização, seja para assegurar as condições de trabalho nas unidades assistenciais que serão sobrecarregadas no próximo período”, observa o dirigente. “Assim, entendemos que a pandemia aumenta a necessidade de gastos e esperamos ter os aportes necessários do governo federal para isso”, completa.  

DOIS MESES DE DÉFICIT
Mesmo sem considerar a crise do coronavírus, a situação de arrocho da universidade não sofreu alteração em relação ao que vem ocorrendo nos últimos anos. Até agora, foram recebidos 25% do orçamento total, ou R$ 78 milhões. Estão incluídos no montante os 25% do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), ou R$ 13,2 milhões. Para investimento, nenhum centavo. A instituição somou, até o momento, R$ 13 milhões de receita própria.
É muito pouco para regularizar os débitos da UFRJ: “Foi possível pagar as contas de 2019 e indicar orçamento para as contas de janeiro e parte de fevereiro”, explica o pró-reitor Raupp.
“Do ponto de vista ordinário do orçamento, a dificuldade segue a mesma: a defasagem de dois meses. Acrescida da ausência, até aqui, de liberação para investimento”, completa.
Empresa demite 93 terceirizados do bandejão
 

Empresa demitiu 93 terceirizados do bandejão

WEB menor p.3Terceirizados temem demissão - Foto: Arquivo AdUFRJTodas as empresas terceirizadas da UFRJ estão recebendo dentro da margem de 90 dias em que, pela legislação, deveriam preservar a prestação de serviços e o pagamento dos funcionários. Mas a crise econômica causada pelo coronavírus já prejudica os trabalhadores. Noventa e três pessoas foram demitidas da empresa responsável pela produção e fornecimento das refeições do restaurante universitário (RU). E pelo menos uma firma — que faz a limpeza do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) e do Ladetec — tem atrasado auxílios e o salário dos terceirizados.
O pró-reitor de Governança da universidade, André Esteves, explica que, diferentemente dos contratos que trabalham com mão de obra de dedicação exclusiva, a empresa do restaurante emprega as pessoas de acordo com a produção estimada pela universidade. Com a suspensão das aulas e o fechamento dos bandejões — com exceção do Restaurante Central —, houve significativa queda da demanda: “A empresa não consegue manter o quadro funcional empregado”, afirma Esteves.
O pró-reitor de Finanças, Eduardo Raupp, completa: “Todas as empresas estão recebendo dentro da defasagem de dois meses praticada desde 2015. Os atrasos, portanto, não deveriam ocorrer”, observa. “Mas creio que a situação econômica geral tem reduzido o capital de giro destas empresas, levando a estes atrasos”.
As pró-reitorias de Finanças e de Governança têm mantido contato com as empresas, informando oficialmente das medidas recomendadas pela UFRJ: “Nossa política em relação aos contratos tem sido a de mantê-los ativos, evitando ainda mais caos social com a possível demissão dos trabalhadores”, diz Raupp.
As orientações e precauções com os servidores e alunos devem ser estendidas aos terceirizados. “A dispensa de trabalhadores por razões humanitárias não pode ensejar demissões ou corte de benefícios. Estamos atuando neste sentido”, afirma Raupp.
Para Luciana Calixto, da Associação de Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (ATTUFRJ), a decisão da empresa do RU é “desumana”. “Faltou diálogo entre as partes. Estes 93 trabalhadores não vão ter como conseguir emprego tão cedo”, avalia.
Em relação à empresa de limpeza do CCMN e do Ladetec, a ATTUFRJ cobrou providências da administração central no fim da última semana, uma vez que os pagamentos das faturas estão sendo feitos pela universidade, ainda que com atraso. Os terceirizados estão sem receber os auxílios-transporte e de alimentação há três meses e o salário de fevereiro ainda não foi depositado. “Há colegas que estão sem o dinheiro do aluguel”, lamenta.

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