Fotos: Silvana SáDocentes que são pais ou mães de crianças até 12 anos contaram com uma estrutura oferecida pela organização do 43° Congresso do Andes para cuidados com os pequenos. Foram inscritas 13 crianças e 12 realizaram atividades diárias no Espaço Infantil.
As atividades incluíram banho, alimentação, hora da soneca, contação de histórias, ações lúdicas e passeios. O da tarde da terça-feira, 28, foi ao Planetário de Vitória. A instituição fica localizada dentro do campus da Federal do Espírito Santo e funciona em parceria entre a universidade e a Prefeitura da cidade.
Momentos antes de partir, uma pausa para conversar com as crianças. “Precisamos andar todos juntinhos, não pode ficar ninguém para trás. Vamos andar todos devagar”, explicou a vice-coordenadora do Espaço Infantil, a auxiliar de creche Lorrana Nobre, que atua no Colégio de Aplicação Criarte, da UFES. “Alguém tem medo de escuro? Lá é um pouquinho escurinho, mas não precisa ter medo, porque logo a luz vai acender de novo”, garantiu às crianças, que ouviam atentamente as orientações.
No Planetário, os pequenos se juntaram a famílias que aguardavam a sessão das 16h15. A cúpula do espaço se transformou num lindo céu estrelado que apresentou as principais constelações das quatro estações do ano.
“Nós atendemos durante todo o ano, principalmente as escolas do ensino fundamental, mas também muitas famílias. São seis sessões por dia”, explicou a coordenadora pedagógica Polyanna Silva Goronci, do Centro de Ciência, Educação e Cultura de Vitória. “Nossos estagiários são de diferentes áreas, todos estudantes da UFES, o que nos dá um diferencial na interação com os pequenos”.
Coordenadora do Espaço Infantil, a professora Elis Beatriz, do CAp da UFES, está orgulhosa do trabalho. “É um espaço imprescindível e a gente vê o quanto as mães se sentem seguras em deixar os filhos, sobretudo por saberem que podem vir vê-los e ficar com eles sempre que quiserem”, avalia. “É um espaço que respeita a liberdade das famílias. É um espaço acolhedor”, resumiu.
Elis contou que a proposta deste ano englobou um conjunto de ações focadas em apresentar às crianças a cultura capixaba. “Estamos apresentando um pouco do Espírito Santo a elas. Está sendo bem gratificante, como capixaba, poder mostrar nossa cultura para elas. As crianças têm respondido muito bem a todas as atividades. São alegres, participativas, estão integradas e muitas nem querem ir embora ao final do dia”.
A lista de atividades foi grande. “Tivemos momentos musicais; encontro com uma autora infantil capixaba, a escritora Eliana Zando; apresentamos a eles a moqueca capixaba e contamos sua história; falamos sobre as paneleiras; fomos ao Parque da Cebola e ao Projeto Tamar”, disse Elis. “Elas ouvem, aprendem, sentem os cheiros, os sabores, têm contato com a natureza. É uma experiência sensorial completa. Com isso, mostramos para as crianças que a cultura está em todos esses aspectos que elas podem experienciar”.
As mães aprovaram. “Eu estou amando tudo. O espaço é muito bom, a estrutura, a alimentação, as atividades. Eu me sinto muito segura”, elogiou a professora Morena Marques, da UniRio. “Hoje ela está aqui no plenário comigo porque fui eu que senti saudades. Mas ela não está gostando muito daqui. Com certeza prefere ficar lá”, brincou. “A existência desse ambiente é fundamental também para a minha participação política”.
CULTURA
O 43° Congresso do Andes recebeu uma série de atividades culturais. Música e poesia marcaram todos os dias do encontro. Um dos grupos a se apresentar foi o Bloco Afro Kizomba, primeiro bloco carnavalesco de rua de Vitória formado integralmente por pessoas negras sobre a temática afro. Todas as músicas do grupo são autorais. Em seus 7 anos de vida, foi a primeira vez que eles se apresentaram em um teatro.