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WhatsApp Image 2024 09 27 at 21.34.33 2ENTREVISTA I DEPUTADO FEDERAL GLAUBER BRAGA, PSOL-RJ

Houve negociação com a PM antes de sua prisão e dos estudantes?
O Batalhão de Choque não aceitou qualquer tipo de negociação. O fato é que eles já chegaram com extrema violência desde o momento em que eu entrei no portão da universidade, e depois quando eu fui ao encontro dos estudantes na ocupação. Lá houve uma tentativa de não criminalização do movimento estudantil, mas entre a minha fala e a entrada do Batalhão de Choque foram só seis minutos.

Como agiu a polícia assim que chegou ao local?
A polícia agiu de forma truculenta. O comandante do Choque se colocou como se fosse dono da universidade. Isso, evidentemente, foi corromper a autonomia universitária. E essa é uma responsabilidade direta da reitoria. Tanto é que ele não estava querendo que eu passasse do portão da universidade. Quem é um comandante de Choque para definir quem entra ou quem não entra em uma universidade pública? Ainda mais eu que estava no papel de procurar agir e dialogar para que os estudantes não sofressem violência. Esse foi o cenário.

Chegou a presenciar agressões a estudantes? Como foram tratados na Cidade da Polícia os detidos?
Sim, presenciei, e há vídeos circulando que mostram essas agressões. A violência de um ataque como aquele que foi feito pelo Choque, para além do que eu presenciei pessoalmente com relação aos estudantes, é algo inconcebível. Na Cidade de Polícia nós aguardamos até que todos os depoimentos fossem dados. O delegado apresentou uma postura razoável, de procurar ouvir, mas o pessoal do Choque continuou fazendo muita pressão por autuação de estudantes, coisa que felizmente não aconteceu, graças a uma ação decisiva e importante de advogados e advogadas populares que estavam lá.

Como se sente agora, diante do ocorrido?
É um episódio lamentável, triste, onde foi corrompida a autonomia universitária para a entrada de um Batalhão de Choque. Mas, ao mesmo tempo, fico orgulhoso de quem, no movimento estudantil, está lá lutando pela educação pública, pela Uerj, lutando para permanecer na universidade, pela permanência estudantil. Temos que dar uma salva de palmas para esses estudantes.

Vê alguma ingerência política em sua prisão, seja do governador Claudio Castro, seja do presidente da Câmara, Arthur Lira?
Não tenho como afirmar isso. Evidentemente o Batalhão de Choque sabia que eu era parlamentar. Tanto é que eu entrei na ocupação nessa condição. E a minha presença ali tinha como objetivo evitar o sofrimento de mais violências por parte dos estudantes. Mas isso aparentemente não era uma preocupação do batalhão.

O que achou da postura da reitoria da UERJ no episódio?
A postura da reitoria foi o que levou a essa situação. Não há meias palavras: é inconcebível incentivar, autorizar e legitimar a entrada de Batalhão de Choque contra estudantes na Uerj ou em qualquer outra universidade.

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