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WhatsApp Image 2024 08 01 at 20.37.20Foto: Kelvin MeloNão houve deliberação na sessão especial do Conselho Universitário que decidiria o futuro dos 11 andares do edifício Ventura, um conjunto formado por duas torres corporativas de alto padrão localizado na Avenida Chile. A reunião do Consuni aconteceu na manhã 1º de agosto, mas cinco pedidos de vista interromperam o debate. Uma nova sessão está marcada para o dia 8 de agosto, às 14h.
O reitor Roberto Medronho participou remotamente da sessão e fez um apelo para que os conselheiros aprovassem a matéria. “Estar ao sabor do mercado não é nossa missão e nós não temos expertise para lidar com a especulação imobiliária”, afirmou. “Quero apelar aos conselheiros para votarem a favor do Ventura por conta das melhorias para a nossa universidade e para os nossos estudantes”.

DEBATE
A reunião começou com atraso, até atingir o quórum mínimo de 41 presentes. A exigência é regimental: sessões especiais, como as que decidem sobre patrimônio, precisam contar com dois terços dos conselheiros, ou 41 presentes. As deliberações também precisam alcançar dois terços de aprovação.
O parecer da Comissão de Desenvolvimento (CD), favorável à alienação dos andares, foi lido pela professora Libânia Xavier, já que o relator da matéria, professor Flávio Martins, não participou da sessão. Um dos argumentos a favor da venda é o alto custo despendido pela UFRJ. Só de condomínio, a universidade paga R$ 273 mil mensais. Pesa também o perfil do imóvel, que não é adequado às atividades-fim da universidade.
Ainda segundo o parecer da Comissão de Desenvolvimento, a transferência definitiva de propriedade dos imóveis só ocorrerá após a entrega das obras referentes às contrapartidas acordadas.
A bancada estudantil e parte da bancada de técnicos apresentou um parecer alternativo. No documento, eles pedem mais tempo para a discussão e solicitam que haja uma garantia de cinco anos após a conclusão das obras que serão entregues. “Não está sendo considerado o novo plano de ocupação do Centro do Rio, que pode aumentar o valor do patrimônio”, alegou a técnica Marta Batista.
“A UFRJ não é especuladora imobiliária”, rebateu o professor Carlos Frederico Leão Rocha, diretor do Instituto de Economia. “O nível de osciosidade do Ventura é bastante alto. Para termos mais ocupação, nós temos que ter um jogo de mercado que é incompatível com um ente público”, alegou Fred.
“Temos hoje a oportunidade histórica de melhorar a imagem da UFRJ diante da população, com a conclusão de uma série de obras”, pontuou o pró-reitor de Pesquisa, professor João Torres. “O debate sobre o Ventura foi amplamente consensuado na UFRJ”, afirmou. “Votar contra o Ventura é votar contra o bandejão de Macaé, contra o curso de Dança”, comparou.
Substituto do professor Vantuil Pereira, decano do CFCH, o professor Paulo César Castro informou que o Conselho do Centro foi unânime pela aprovação da alienação do Ventura. “Essa decisão do CFCH é condicionada à garantia de que a Faculdade de Educação e o CAp sejam alocados no que hoje é chamado de ‘paliteiro’”, disse o professor.
A técnica-administrativa Gilda Alvarenga criticou a condução das discussões e reclamou de falta de informações. “Nós, que estamos à margem desse processo, não nos sentimos seguros para esta decisão”. Ela decidiu, então, pedir vistas do processo. A ação gerou outros quatro pedidos de vistas de conselheiros favoráveis e contrários.
“Ser contrário a este projeto é ser contra a UFRJ”, desabafou o representante dos eméritos, professor Ricardo Medronho. Ouvido pela reportagem, ele avalia que o tema está bastante amadurecido e que a universidade tem muito a ganhar com as obras que virão a partir da alienação dos andares. “Não é possível que prefiram a universidade nesta situação de penúria”.

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