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WhatsApp Image 2024 07 15 at 13.15.37 4Foto: Kelvin MeloO Conselho Universitário delibera no próximo dia 18 sobre o projeto que troca os 11 andares da UFRJ no edifício Ventura Towers por dez infraestruturas acadêmicas e de assistência estudantil. O anúncio foi feito pelo reitor Roberto Medronho durante a segunda audiência pública sobre o tema, na quarta-feira (10).
A conclusão de obras inacabadas — como o complexo CCJE-CFCH, ao lado da Letras — e mais dois restaurantes universitários (um no Fundão e outro em Macaé) fazem parte da lista de contrapartidas já noticiada na edição nº 1.323 do Jornal da AdUFRJ.
“No dia 18, está agendada a sessão especial para apresentação da Comissão de Desenvolvimento”, afirmou o reitor, citando a instância do colegiado responsável pela avaliação da proposta. “E o relatório da comissão é amplamente favorável ao projeto”, adiantou. A aprovação do Consuni é requisito básico para a alienação dos andares pela universidade, de acordo com a legislação federal.
Na audiência do dia 10, as dúvidas sobre os valores e o momento da negociação, o acompanhamento e custo de manutenção das contrapartidas e a necessidade de mais debate deram o tom da reunião realizada em um esvaziado Salão Pedro Calmon, no campus da Praia Vermelha.
Técnico-administrativo lotado no Centro de Tecnologia, Agnaldo Fernandes trabalhou na gestão do ex-reitor Roberto Leher, que iniciou este projeto. “Não sou contra, evidentemente, o projeto de valorização dos ativos”, afirmou. Mas questionou a não divulgação do valor do negócio envolvendo o Ventura. “O Conselho Universitário vai ter que decidir alienar este patrimônio sem saber quanto custa. Isso é um problema. O mercado sabe quanto custa”. Agnaldo sugeriu que, pelo menos, o valor das contrapartidas fosse informado para subsidiar o debate.
A preocupação com o acompanhamento das obras de contrapartida motivou a pergunta da professora Ana Lúcia Cunha Fernandes, da Faculdade de Educação. “Sendo aprovado, como será o processo de acompanhamento? Este é o aspecto mais delicado na UFRJ. As obras começam e não terminam”.
Já a professora Cláudia Piccinini, também da Faculdade de Educação, pediu a ampliação da discussão na UFRJ. “O método desta casa tem que ser o da gestão democrática. A gente vai apostar no debate?”, questionou “Serão estas audiências pontuais e esvaziadas ou vamos levar aos departamentos de cada unidade para que haja deliberação, via departamentos, do que a gente vai fazer enquanto opção política desta universidade?”.

RESPOSTAS
“Se vocês forem às atas de todas as reuniões do Conselho Universitário desde 2018, não encontrarão nenhum outro projeto que foi tão debatido, tão apresentado como este. Para além disso, reuniões como esta foram muitas”, disse o professor João Carlos Ferraz, integrante da comissão que assessora a reitoria na negociação.
Os valores da negociação não foram divulgados ainda para não “contaminar” a licitação, explicaram os defensores da proposta. A expectativa é que aconteça um processo semelhante ao da concessão de uso de área da Praia Vermelha para construção do equipamento cultural multiuso.
Na ocasião, o consórcio vencedor da disputa, além do “novo Canecão”, assumiu o compromisso de construir um prédio acadêmico e um restaurante universitário naquele campus e ainda pagou um ágio de R$ 4,350 milhões.
Houve dúvidas se este seria o melhor momento para negociar o Ventura. “Hoje, 45% do espaço da universidade não gera receita. Não tenho a menor ideia do que o futuro nos reserva. O mercado vai melhorar? Mas o custo das contrapartidas vai ficar o mesmo ou vai aumentar? Estão olhando um lado da equação, olhem o outro. A nossa contrapartida estará deteriorando. Então o custo de construir no futuro será maior”, afirmou Ferraz, em referência às obras inacabadas.
Sobre a fiscalização das contrapartidas, a pró-reitora de Governança, professora Claudia Cruz, informou que a reitoria constituiu recentemente uma comissão permanente de acompanhamento gerencial de obras de infraestrutura. “Faço parte desta comissão, junto da Prefeitura Universitária, Escritório Técnico e PR-3 (pró-reitoria de Finanças)”, disse. Será uma comissão responsável pela coleta de informações, que serão repassadas ao reitor e aos conselhos superiores da universidade.
Durante a audiência, também foi questionado como a universidade, hoje em apuros financeiros, poderá sustentar dez novas estruturas em funcionamento, se tudo der certo com o projeto. “Ou pensamos prédios melhores para o nosso funcionamento ou a gente fica até tudo desabar. Ou pegar fogo. A gente precisa ser honesto com as autoridades que estão acima de nós. Precisaremos de recursos para manter essas estruturas em condições adequadas”, completou a pró-reitora.
“O Ventura foi pensado para ser uma fonte de receita para a universidade. Ele já foi uma fonte maior de receita. Na minha opinião, não justifica manter um ativo que hoje tem gerado um volume muito menor de receita, enquanto a gente tem tantas estruturas em condições tão precarizadas”, concluiu a professora.

Restaurante Universitário de Macaé é a novidade entre as contrapartidas

WhatsApp Image 2024 07 15 at 13.15.37 5ReproduçãoEntre as dez contrapartidas previstas no projeto, a inclusão da obra de construção de um restaurante universitário em Macaé é o item mais recente. “O professor Medronho, a professora Cássia e a comissão reviram e acrescentaram o restaurante, quando retornou esta discussão. Ficamos muito felizes, porque a gente percebe que há um início de restabelecimento da justiça para a infraestrutura de Macaé, que é deficitária”, afirma o decano do Centro Multidisciplinar da UFRJ no município do Norte Fluminense, professor Irnak Marcelo Barbosa.
“Nós somos filhos do Reuni. Só que essa expansão não foi plena.
Até hoje, a gente (Nupem, Polo Ajuda e Cidade Universitária) depende de cessões de uso do município. Não existe um território próprio da UFRJ em Macaé”, explica Irnak.
Hoje, somando almoço e jantar, são ofertadas entre 900 e 1 mil quentinhas por dia, em Macaé. Mas as refeições não são produzidas no local. Com a construção do restaurante, o decano informa que há uma previsão de aumento de 25% a 30% do número de refeições.
Outro ganho é na diminuição do custo. “Com uma edificação, cai muito o valor. Faz-se um contrato com a empresa que não precisa montar uma cozinha”. Além do aproveitamento acadêmico: “Aqui temos um curso de Nutrição. Mais que um restaurante universitário, será um restaurante-escola”, diz.
Os representantes de Macaé no Consuni, de acordo com o decano, serão favoráveis à aprovação do projeto do Ventura. “Com a ressalva de que Macaé precisa ganhar mais protagonismo nas decisões estratégicas da universidade”.

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