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Por Renan Fernandes

 

Dois meses após a primeira visita, a reitoria e a comunidade acadêmica dos Institutos de Filosofia e Ciências Sociais e de História marcaram nova reunião para tratar do andamento dos projetos de reformas no prédio histórico. Sem dinheiro disponível no orçamento da UFRJ, a vice-reitora Cássia Turci apresentou a proposta de utilizar recursos do Custo Indireto de Projetos (CIP), oriundos da Agência Nacional do Petróleo, via Fundação Coppetec, para financiar a reforma elétrica do edifício. O andamento dos trâmites legais para a realização das obras depende da liberação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A previsão de início dos trabalhos de recuperação da unidade é para o segundo semestre de 2024.

As verbas do CIP são de uso exclusivo para financiamento de infraestrutura de pesquisa. Para a aplicação desses recursos no IFCS, será necessário que docentes e pesquisadores da unidade elaborem um laudo provando que a situação da rede elétrica do prédio compromete a pesquisa. O professor Fernando Santoro, diretor da unidade, convocou os professores presentes na reunião a iniciarem a redação do parecer.

A reitoria trabalha com outras possibilidades de custeio. A professora Turci levantou alternativas criativas para captar os recursos necessários. “Não podemos estourar o teto do orçamento de 2023. A partir de abril, podemos usar parte do orçamento de 2024 para complementar a verba do CIP, caso seja necessário”, afirmou a vice-reitora. “Saiu um edital da FINEP que a UFRJ pode pedir R$ 25 milhões. Em geral, eles financiam a compra de equipamentos, mas existe um precedente. Como diretora, ganhei um projeto da FINEP para fazer a manta asfáltica do Bloco A do CT”, completou.

A falta de recursos no orçamento da universidade para a reformas estruturais foi ponto central no discurso da reitoria. O reitor Roberto Medronho destacou a crise financeira que a instituição atravessa desde 2017. “Temos uma situação de subfinanciamento crônica agravada nos últimos seis anos. A pandemia ajudou a deteriorar as instalações sem uso e o retorno ao presencial provocou uma sobrecarga em nossos serviços de edificações” alertou o reitor.

Os docentes da Comissão de Acompanhamento de Obras presentes no encontro cobraram mais transparência nas ações. O professor Guilherme Marcondes, do departamento de Sociologia, pediu medidas efetivas para solucionar problemas menores. “Foi estabelecido na última reunião que uma comissão de manutenção ficaria aqui por 15 dias e eles ficaram apenas um dia. Entendo a existência de processos que são maiores, com projetos, autorizações, liberação de verba, mas precisamos de obras básicas, como o conserto de paredes que estão descascando, durante o recesso”, disse Marcondes.

Santoro adiantou que há um acordo com o Escritório Técnico da Universidade (ETU) para que um engenheiro, atualmente lotado no posto avançado da Escola de Música, atue também no IFCS. “Precisamos de alguém aqui com competência técnica para dizer o que pode e o que não pode ser feito até a reforma geral. O engenheiro vai apontar intervenções pontuais que podemos fazer e vamos mobilizar recursos para a compra de material”, afirmou o diretor. A reitoria garantiu o retorno à unidade no mês de abril de 2024, a fim de rediscutir o cronograma de ações.

A professora Veronica Damasceno representou a AdUFRJ na reunião e mostrou solidariedade à comunidade acadêmica da unidade. "Sou muito solidária à causa porque a Escola de Belas Artes passou por um incêndio há sete anos e sofremos as consequências até hoje", disse a professora. "A AdUFRJ está na luta por novos recursos para a universidade ampliar o orçamento", completou

IPHAN

O prédio do Largo do São Francisco, construído no século XVIII, foi projetado para ser a Sé do Rio Janeiro, mas ao longo do tempo abrigou a Academia Militar e a Escola Politécnica. Desde 1960, sedia o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. O processo de tombamento do edifício foi iniciado em 1983 e definido em 1989.

“O emergencial é conseguir as liberações do Iphan”, avisou o professor Fernando Santoro. Há duas reformas aguardando aprovação: as intervenções de combate a incêndio e a reforma elétrica. “É importante que todas as instâncias estejam trabalhando junto para acelerar as liberações”, completou o diretor.

O custo final da reforma ainda é desconhecido. Apenas a reforma elétrica é estimada em R$ 6 milhões. O engenheiro Roberto Machado Corrêa, diretor do ETU, destacou que a reforma só poderá ser orçada após a aprovação do projeto executivo. “Nosso projeto básico já foi aprovado, mas só com a autorização de execução do projeto executivo vamos poder levantar os custos de todos os detalhes exigidos pelo Iphan”, disse Corrêa.

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