>A celebração da Consciência Negra mobilizou intensamente a diretoria da AdUFRJ nos últimos dias. Primeira docente preta do Instituto de Matematática, a professora Nedir do Espirito Santo, vice-presidente da AdUFRJ, participou de conferências, exposições, rodas de samba e debates. Todos com o mesmo compromisso: resgate histórico e esperança de dias mais diversos
20 DE NOVEMBRO: TERREIRO DE CRIOULO NO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Apresentações de capoeira e jongo ocuparam a Praça Nave do Conhecimento. O jongueiro da Cia. Banto, Carlos Semog, falou sobre a importância do projeto para a região. “O Terreiro de Crioulo é um marco em questão de pretitude na Zona Oeste. Aqui a gente trabalha com empoderamento e resgate. Todo mundo vem com seu dorso, seu pano de cabeça, turbantes, miçangas, guias. Você olha em volta e vê o sistema preto acontecendo”.
O encontro também estimulou o empreendedorismo negro. Do acarajé e feijoada às roupas e artesanatos temáticos. A dona da Preta Acessórios, Denise Simone, exaltou a relevância do evento para os negócios. “Hoje, estou vendendo muito. Todo mundo se concentra em um lugar só. Já vendi para gente que veio de São Paulo e da Bahia”.
A vice-presidente da AdUFRJ, professora Nedir do Espirito Santo, ficou encantada com o cenário e a diversidade de pessoas, ritmos e produtos. “Fiquei impressionada com a organização, com a quantidade de pessoas negras produzidas em temas afro. Ainda comi um acarajé delicioso”, brincou.
PANFLETAGEM SOBRE COTAS NA FEIRA DAS YABÁS
Nedir compareceu à tradicional Feira das Yabás, em Madureira, para conversar com a população sobre o acesso às universidades federais pelas cotas, no dia 19. “A política de cotas é um importante meio de acesso e democratização da universidade e pode ser usada para ingressar na UFRJ”, explicou a docente. O material produzido pelo Observatório do Conhecimento foi distribuído pela professora no segundo dia de provas do Enem.
FÓRUM DISCUTE URGÊNCIA DO COMBATE AO RACISMO
Ampliação das políticas de assistência estudantil, contratação de mais docentes negros e negras para se tornarem
referências da juventude e combate à cultura racista no ambiente acadêmico. Os temas foram discutidos no seminário “O papel e a presença da população negra na Academia”, dia 21, no Fórum de Ciência e Cultura. “Eu era a única professora negra do Instituto de Matemática até três anos atrás”, lamentou Nedir, durante o debate.
“QUEREMOS MAIS NEGROS NA DOCÊNCIA E NA PÓS"
Pelo 11º ano consecutivo, o Centro de Tecnologia sediou a Semana da Consciência Negra. O evento reuniu e homenageou mulheres negras cuja trajetória se confunde com o ativismo contra o racismo. Vice-presidenta da AdUFRJ, a professora Nedir do Espirito Santo fez parte da mesa da tarde. “Uma das frentes que venho trabalhando é que a gente tenha mais professores negros. A gente consegue isso possibilitando o acesso de estudantes negros à pós-graduação”, disse.