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WhatsApp Image 2023 11 17 at 21.41.06 1Foto: Fernando SouzaRenan Fernandes

Uma foto tirada em 1927 ficou conhecida como a mais inteligente do mundo. Os mais brilhantes físicos do mundo se reuniram em Bruxelas para a Conferência de Solvay para discutir a teoria quântica. No registro do evento, entre bigodes e paletós de 28 cientistas renomados como Albert Einstein, Erwin Schrödinger e Niels Bohr, uma única mulher se destaca. Era Marie Curie, descobridora dos princípios da radioatividade e a única pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em áreas diferentes.
Na exposição “Se liga, são elas na Física”, em cartaz na Casa da Ciência da UFRJ, Curie é uma das mulheres que contam a história da participação feminina nas ciências exatas a partir de suas invenções e experimentos. Todo o eixo narrativo é conduzido por pesquisadoras, da Antiguidade Clássica até os tempos atuais, que reforçam a presença da mulher nos laboratórios científicos através dos tempos. Na entrada, visitantes são recebidos por Hipátia, a primeira matemática da história, que viveu em Alexandria entre os séculos III e IV, e Neusa Amato, uma das pioneiras da Física no Brasil.
Com a companhia dos mediadores, o percurso da exposição é um convite à interatividade. “Nossa missão é democratizar o conhecimento científico, desmistificado e tirando esse conhecimento de dentro dos laboratórios. Usamos experimentos lúdicos e criativos que dialogam com as teorias apresentadas”, disse a diretora de programas da Casa da Ciência, Luciane Correia. “A ideia é trabalhar com a linguagem museográfica para que as pessoas se apropriem desse conhecimento para transformar a própria vida”, completou.
A estudante de Biofísica e mediadora Mariana Tavares garantiu que está preparada para receber a todos. “A gente busca referências que sejam do cotidiano do público. Para falar sobre radiação com um grupo de crianças, uso o exemplo do sol”. Outro mediador, o estudante de Psicologia João Pedro Fernandes, falou sobre o trabalho com os diferentes públicos que frequentam a exposição. “Já recebemos uma escola para pessoas com déficit cognitivo, alunos do Instituto Benjamin Constant. Conversamos com o professor e adaptamos nossas dinâmicas”.
A exposição celebra os 35 anos do LADIF UFRJ, o museu interativo da Física, e os 10 anos de fundação do projeto “Tem menina no circuito”. Com atuação em escolas públicas de Ensino Médio e Fundamental, a iniciativa das professoras Thereza Paiva, Elis Sinnecker e Tatiana Rappoport, do Instituto de Física, tem o objetivo de despertar em meninas o gosto pelas ciências exatas, com inclusão social.
“Como somos três físicas, sempre vivemos em um mundo muito masculino e sentimos necessidade de reverter esse quadro. Nossa maior conquista são as meninas que passaram pelo projeto e entraram na universidade”, afirmou Thereza Paiva.
Um levantamento do Visualiza UFRJ — projeto do Fórum de Ciência e Cultura que apresenta dados da universidade — mostrou que o corpo discente do Centro de Tecnologia da universidade era formado por apenas 11,1% de mulheres em 1971. Até 2019, as mulheres já haviam ampliado sua participação para 30,6%. A estudante de 15 anos do Centro Educacional Coração de Jesus (CECOJ), Luísa Biajoli, pretende cursar Engenharia e falou sobre a experiência de visitar a exposição. “Nunca tinha ouvido falar da maior parte das cientistas que aparecem aqui e isso abre a minha mente para muitas coisas”.

SERVIÇO

“Se liga, são elas na Física”
Em cartaz até
30 de junho de 2024

Entrada gratuita
A Casa da Ciência da UFRJ fica na Rua Lauro Müller, 3, Botafogo. Ao lado do Shopping Rio Sul
Terça a sexta: de 9h às 20h; sábado, domingo e feriados: de 10h às 17h

Agendamento obrigatório para grupos com mais de oito pessoas em casadaciencia.ufrj.br

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