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WhatsApp Image 2023 10 26 at 20.34.40Projeto-FAU/imagens: Lucas FreitasImpossível não lembrar do histórico poema de Castro Alves ao entrar no canteiro de obras da futura biblioteca da Escola de Belas das Artes, da Faculdade de Arquitetura e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional. “Livros, livros à mão cheia”, clama o poeta baiano em “O Livro e a América”. Para alegria de toda a UFRJ, agora haverá livros e mais livros e numa instalação maravilhosa. E não é uma inauguração sem data marcada. Será em 1º de dezembro, no segundo andar do Edifício Jorge Machado Moreira. O espaço terá o maior acervo especializado em artes, urbanismo e arquitetura da América Latina, com mais de 90 mil itens, segundo os organizadores da empreitada.

“Estamos extremamente felizes e ansiosos para ver a biblioteca funcionando. Mais de cinco mil estudantes das três unidades serão atendidos”, comemora o professor Guilherme Lassance, diretor da FAU.

Quem hoje entra no prédio costuma ver alunos estudando em cadeiras espalhadas nas áreas abertas do térreo ou do segundo andar. Um cenário que deverá ser modificado a partir da abertura da nova biblioteca. Com 1.210m², o espaço comportará salas de estudo equipadas com recursos multimídia e um amplo salão de leitura, próximo às estantes.

Algo raro na UFRJ dos últimos anos, a inauguração de um espaço deste porte é um presente para a comunidade que sofre até hoje as consequências do incêndio de 2016 no prédio. Desde aquele ano, as bibliotecas da EBA e do IPPUR funcionam, de forma improvisada, na vizinha Faculdade de Letras. A da FAU, que ocupava a área hoje utilizada pelo Núcleo de Pesquisa e Documentação (NPD) foi deslocada para o bloco D do prédio. “Fica longe. Às vezes, os alunos até perguntam onde é a biblioteca”, esclarece o diretor.

A iniciativa resgata uma proposta do arquiteto que dá nome ao prédio. O uso original daquele espaço em frente aos elevadores por uma biblioteca estava previsto por Jorge Machado Moreira. “Uma curiosidade: ensaiamos outras arrumações do mobiliário, mas descobrimos em uma das plantas que essa área onde estarão localizadas as estantes tem uma laje reforçada. Justamente porque estava previsto ter estantes nessa posição desde 1956, quando o projeto foi concluído”.WhatsApp Image 2023 10 26 at 20.34.41 7

Já as negociações entre as três unidades para a construção da biblioteca integrada existiam desde os anos 2000, mas só puderam ser levadas adiante graças ao apoio da Faperj (com pouco mais de R$ 1 milhão) e uma emenda parlamentar de R$ 700 mil conseguida pela EBA junto ao ex-deputado federal Alessandro Molon, em 2022. “Pudemos dispor desses recursos em meio a cortes orçamentários severos na UFRJ no ano passado”, explica Lassance.

A nova biblioteca permitirá à EBA expor todo o seu acervo. “A gente estava trabalhando na Faculdade da Letras apenas com parte da nossa coleção”, esclarece a professora Madalena Grimaldi, diretora da unidade. “E recebemos algumas coleções novas, que nunca estiveram disponíveis, porque a gente não tinha espaço para colocá-las”. Uma das novidades será a exposição da coleção — recebida ano passado — do professor emérito Mário Barata (1921-2007).

Mas a arte não estará presente apenas nos livros. Duas paredes serão ocupadas por painéis do pintor e ex-professor da UFRJ Bandeira de Mello. As obras, que estavam no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, serão cedidas em regime de comodato.

LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA
O diretor do IPPUR, professor Fabrício Leal, considera um trunfo a localização da nova biblioteca, que ficará próxima à entrada do prédio. “Já é um ganho. Não só para estudantes e pesquisadores da UFRJ, mas também para o público externo”, diz. “Nossa biblioteca, no quinto andar, era muito procurada por alunos da FAU, por exemplo. Mas também por muita gente de outros cursos e unidades, como Geografia, Engenharia, Coppe, Instituto de Economia”.

Para o IPPUR, há um ganho adicional. A transferência da biblioteca libera mais uma sala no quinto andar, para onde o instituto começou a voltar este ano. “É muito bom ter uma solução para instalação da biblioteca. Abre espaço para realizarmos outras atividades onde ficava a antiga biblioteca”, afirma o diretor. “O que é fundamental para o IPPUR, que cresceu muito, depois da criação do curso de Gestão Pública para o Desenvolvimento Econômico e Social (GPDES) há dez anos”.

O instituto também poderá expor todo o acervo, graças à mudança. Chefe da biblioteca do IPPUR, Kátia Marina explica: “Até 2016, tínhamos um espaço de 122m². Na Letras, ficamos em uma sala de 70m². Isso quer dizer que tivemos que fazer uma seleção do que iria para lá”, diz. “No atual cenário, só temos uma mesa para dois alunos ficarem na biblioteca”, completa.

Kátia espera que a integração dos acervos chegue ao trabalho entre as equipes de cada unidade. “Cada biblioteca tem sua forma de trabalhar. A maior expectativa é conseguir um ambiente colaborativo para que possamos oferecer aos nossos usuários os melhores serviços”.

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