“Temos um grande desafio. Primeiro, enfrentarmos aquilo que ficou como rastro de destruição no nosso país, movido pelo ódio, pela negação da ciência”, afirmou o deputado federal Tadeu Veneri (PT-PR), que assume a liderança da frente, em parceria com a deputada federal Ana Pimentel (PT-MG). “Vamos fazer dessa frente certamente um apoio às comissões e também um espaço para que possamos debater. É uma noite de festa, mas também de compromisso. E esse é o compromisso: defender a universidade pública, porque ela é estratégica”, completou o parlamentar.
A frente já nasce com a tarefa de ampliar as receitas das universidades federais na formulação do orçamento de 2024 — o governo entrega ao Congresso esta semana a proposta de gastos do ano que vem. “Sem dúvida alguma pretendemos atuar de maneira forte na recomposição e no incremento do orçamento da educação superior”, afirma a deputada Ana Pimentel, que é professora licenciada da Universidade Federal de São João Del-Rei. “Essa questão esteve muito destacada nas audiências públicas, quando tratamos do papel estratégico que universidades e institutos federais devem ter na transformação social que almejamos, e na consolidação desse projeto de desenvolvimento do país”.
Vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório do Conhecimento, a professora Mayra Goulart comemorou o sucesso da iniciativa. “O evento superou muito as nossas expectativas, tanto em comparecimento dos deputados quanto em engajamento deles com o tema”, disse. “Representantes de boa parte da comunidade acadêmica se comprometeram com o lançamento da Frente e estavam lá também para comemorar os quatro anos do Observatório. A entidade se mostra cada vez mais respeitada e reconhecida por aqueles que estão preocupados com a produção de conhecimento no país”.
Como funcionam as
frentes parlamentares?
A cada legislatura, os congressistas criam ou relançam frentes para que deputados e senadores possam atuar de forma conjunta em relação aos mais variados temas. Cada grupo precisa contar com pelo menos 198 assinaturas, o equivalente a um terço do Congresso Nacional, somando deputados e senadores. Elas não funcionam como órgãos da Câmara ou do Senado, mas podem desempenhar um papel mais amplo que os partidos na interação com a sociedade civil ou com o governo.