facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

No fechamento desta edição, nós e todos os servidores públicos federais do país fomos surpreendidos pelo adiamento da reunião agendada para esta terça-feira (7) da mesa de negociação entre o governo federal e as entidades representativas do setor. Reaberta pelo governo Lula após seu fechamento nas gestões Temer e Bolsonaro, essa mesa de negociação foi saudada pelos servidores como a retomada de um canal de diálogo permanente com o Executivo, após o longo período de seis anos de desvalorização e menosprezo.

Mas o adiamento nos traz frustração e perplexidade: foi o segundo em apenas quatro dias. O governo prometera para sexta-feira passada uma contraproposta de reajuste salarial, acima dos 7,8% inicialmente oferecidos, índice abaixo dos 13,5% apresentados pelo Fonacate e bem distante dos 26,94% reivindicados na deflagração de nossa campanha salarial. Mas a contraproposta não veio e estamos ainda no escuro. Leia as informações mais atualizadas sobre as negociações em nossa matéria da página 3.

Nas páginas 4 e 5, uma infografia traça um perfil do Serviço Público Federal e os impactos do reajuste salarial que está sendo negociado pelas entidades junto ao Ministério da Gestão. Já na página 6, nosso jornal foi em busca de quatro docentes — duas professoras e dois professores —, com diferentes perfis e níveis na carreira, para mostrar como a defasagem salarial está afetando suas vidas, desde as atividades acadêmicas aos hábitos de consumo.

Nossa matéria da página 7 traz a lembranças das duas mesas de negociação do governo Dilma, as últimas antes do hiato nas gestões Temer e Bolsonaro, em 2012 e 2015. Foram negociações setoriais em que o Andes, representante da maior parte dos sindicatos de docentes, buscou o caminho confronto e desencadeou as duas mais longas greves de professores de instituições federais de ensino — a de 2012 durou 124 dias, enquanto a de 2015 chegou aos 139. Embora saudadas como vitoriosas pelo sindicato nacional, as greves deram em nada, representaram uma ruptura de diálogo com o governo Dilma — que acabou assinando acordos com o Proifes — e causaram grande desgaste para a categoria.

Para fechar nossa edição, quase que integralmente dedicada à campanha salarial, a reportagem da página 8 fala de um périplo inimaginável no governo Bolsonaro: o Observatório do Conhecimento abrindo canais de diálogo em órgão como o MEC e o CNPq. Da secretária de Educação Superior do MEC, Denise Pires de Carvalho, o Observatório recebeu até uma sugestão de estudo que pode subsidiar políticas públicas: um sistema universal de bolsas de assistência e permanência para todas as universidades federais. Novos ares, com certeza.

Boa leitura!

Topo