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O governo federal apresentou aos servidores do Executivo uma proposta de reajuste linear dos salários de 7,8%. O percentual valeria a partir de março. Além dos salários, o auxílio-alimentação passaria de R$ 458 para R$ 658, com reajuste de R$ 43,6%, índice que corresponde ao IPCA acumulado entre fevereiro de 2016 e fevereiro deste ano.

O valor do reajuste, no entanto, é muito inferior ao reivindicado pelos servidores. A pauta salarial exigida pelos sindicatos é o reajuste de 26,94%, que corresponde à perda inflacionária durante o governo de Jair Bolsonaro. O Fonasefe – fórum que reúne os sindicatos nacionais de servidores públicos federais, dentre os quais o Andes – sinaliza que vai manter a proposta apresentada pelos servidores.

Já o Fonacate – fórum que reúne sindicatos de servidores de carreiras típicas de Estado – protocolou nesta sexta-feira, 24, uma contraproposta de reajuste de 13,5%, com repercussão já a partir de março. A próxima reunião de negociação entre governo e servidores acontece na terça-feira, 28.

“Essa proposta nos indica que não estamos mais em uma conjuntura de perdas de salários, de desprestígio perante à opinião pública. Não vivemos mais uma atmosfera de ataques”, sinaliza a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ. “Essa negociação aponta para um novo momento, uma ruptura com a lógica do governo anterior, que nos tratava como inimigos”, pontua.

Apesar de reconhecer a importância da negociação, a docente critica o percentual apresentado. “O valor é muito aquém do desejado. É um percentual que não consegue lidar com as perdas da nossa categoria do magistério federal, que tem sido muito mais desvalorizada que outras carreiras”, destaca. “Por ser um reajuste linear, a proposta se torna injusta especialmente para nós”, afirma a docente.

A diretoria da AdUFRJ compreende que o orçamento deste ano foi montado pelo governo Bolsonaro, cujo ministro da Economia falava em colocar “granadas no bolso” dos servidores. Justamente por isso, entende que os espaços orçamentários são mais restritivos em 2023. “Sem desconsiderar essa realidade, vamos lutar pelo maior percentual possível, dentro do espaço fiscal existente”, conclui Mayra.

O Andes convocou os professores a realizarem atos em Brasília no dia 28, quando haverá a segunda reunião de negociação, mas não chamou seus filiados a discutirem o assunto. Outra entidade que representa docentes do ensino superior em nível nacional, o Proifes está fazendo consulta aos sindicatos filiados para decidir o que apresentará como contraproposta na mesa de negociação.

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