facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

bandeira adufrjNa quinta-feira (12), assim que Chico Buarque começou a dedilhar no violão os primeiros acordes de “Que tal um samba?” em seu show no Vivo Rio, a plateia que lotava a casa de espetáculos iniciou um coro que se incorporou à canção: “Sem anistia! Sem anistia!”. O mesmo grito foi a marca de um ato na Cinelândia na segunda-feira (9), mesmo dia em que se espalharam pelo país manifestações de protesto contra os ataques de bolsonaristas golpistas ao Palácio do Planalto, ao STF e ao Congresso Nacional em 8 de janeiro, em Brasília. A reação da sociedade civil à tentativa frustrada de golpe e a firme resposta dos Três Poderes contra os ataques à democracia são o principal tema desta edição.
Mostramos, na página 3, que o ato da Cinelândia reuniu várias organizações do campo democrático em repúdio aos ataques de Brasília. A AdUFRJ esteve presente, ao lado de outras entidades representativas da UFRJ, como o Sintufrj e o DCE Mário Prata. Nas páginas 4 e 5, cinco analistas avaliam as causas e as consequências do levante golpista. Para a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ, é preciso extrair ensinamentos dos episódios de 8 de janeiro: “Para que não aconteçam outras tentativas golpistas no Brasil, é preciso que o sistema jurídico responsabilize com maior rigor os financiadores, organizadores e autoridades coniventes. Em paralelo, é preciso atuar junto à sociedade civil em processos pedagógicos que expliquem o que é democracia, o que é liberalismo, a importância das instituições e dos valores republicanos”.
O país parece ter emergido ainda mais forte depois dos ataques, como observa o cientista político Josué Medeiros, professor do IFCS. “Em 1º de janeiro, tivemos a foto histórica da sociedade passando a faixa para o presidente Lula. No dia 9, há a segunda foto histórica do mandato, com o presidente caminhando até o STF. É uma foto que mostra a unidade nacional que isolou o bolsonarismo”, diz Josué. Essa foto de Lula descendo a rampa do Planalto em direção ao STF é a que estampa a capa desta edição.
Se de um lado o governo Lula se empenha em investigar os responsáveis pelos ataques à democracia, por outro avança na composição de suas equipes. E nomes da UFRJ vêm se destacando nas indicações. Na página 6 temos uma entrevista exclusiva com a professora Denise Pires de Carvalho, que está deixando a reitoria da UFRJ para assumir a Secretaria de Ensino Superior do MEC. Ela fala de seus planos na nova função, entre os quais o de reforçar a autonomia universitária, com o fim da lista tríplice. E trazemos também uma entrevista com o professor Carlos Frederico Leão Rocha, que assume a reitoria no lugar de Denise.
Recompor o orçamento das universidades é um dos desafios que a nova secretária de Ensino Superior do MEC vai enfrentar. Não será tarefa fácil. Nossa matéria da página 7 mostra que, na UFRJ, os recursos recebidos neste início de 2023 não foram suficientes para quitar o passivo de quase R$ 90 milhões deixado pelo governo Bolsonaro. “Só avançamos para as despesas de 2023 quando quitarmos 2022”, explica o pró-reitor de Finanças em exercício, George Pereira.
Fecha esta edição, na página 8, uma bela homenagem aos professores e técnico-administrativos que completaram 50 anos de Serviço Público Federal, realizada no Salão Dourado do campus da Praia Vermelha, na quarta-feira (11). Quando eles ingressaram na universidade, o país vivia a ditadura militar. Tempos que, lutaremos todos, não voltarão jamais.
Boa leitura!

Topo