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ADUFRJ CONTRA A DEFESA DA REVOLUÇÃO PELO IMOBILISMO

João Torres
Presidente da AdUFRJ

WhatsApp Image 2022 11 16 at 21.29.01 12Há 12 anos as ruínas do Canecão são um espectro que ronda a UFRJ. Como estou na UFRJ desde 1979, conheço alguns detalhes dessa longa e polêmica história.
A instituição brigou pela posse da área desde 1971. Em 2002, o TCU reconheceu a UFRJ como legítima dona do espaço e em 10 de maio de 2010 a Justiça deu ganho de causa à universidade pelo direito de reintegração de posse do espaço. Ou seja, há 12 anos somos os únicos responsáveis pelo que se passa naquela área, encravada no coração do Rio de Janeiro e na memória cultural da cidade,
Um dos bens mais importantes de qualquer organização, seja uma universidade, seja uma empresa, é a sua imagem diante da sociedade. As empresas gastam milhões de reais em propaganda para construir ou melhorar suas imagens. Creio que a UFRJ possui uma imagem muito positiva no geral, mas o Canecão é uma mancha enorme nesta imagem. Não apenas uma mancha visual, mas também uma perda afetiva: quem tem a minha idade lembra de shows marcantes que moldaram a música popular brasileira. Portanto, o projeto do equipamento cultural tem potencial para atuar duplamente em favor da nossa imagem perante a população carioca: eliminaremos um prédio degradado, pichado, em ruínas, e devolveremos um espaço cultural importante para a população.
A diretoria da ADUFRJ concorda com a administração do professor Roberto Leher que a concessão de espaço, por prazo determinado, por patrimônio (construções e melhorias, no caso da PV) e patrimônio por patrimônio (no caso do Ventura) é uma excelente e efetiva ideia que não configura venda do patrimônio da universidade. Aliás, não se tem registro de críticas a esta proposta, à época em que foi apresentada, de alguns atuais opositores que participavam da administração do professor Leher. Em quatro anos, uma proposta considerada meritória virou privatista.
Esse é um problema que os democratas precisam discutir: como enfrentar essa dificuldade de lidar com a coisa pública e quem ganha com essa procrastinação?
Existe um purismo de achar que apenas a luta pela recomposição do orçamento, desconectada da realidade — um orçamento federal que, para o ano que vem, já tem um rombo de R$ 400 bilhões — será suficiente para resolver os nossos problemas. Não será. É necessário, sim, brigar pela recomposição, mas é preciso avançar, ter responsabilidade com a coisa pública, sair do imobilismo.
Em 2022, recuperamos a esperança no Brasil. É hora de reconstruir, com ousadia e responsabilidade.
Em nome do tempo, os opositores do projeto estão defendendo uma hortinha que não será atingida pelo equipamento cultural, árvores que não serão derrubadas, 12 anos de ruínas num dos espaços mais nobres da cidade, aulas em contêineres insalubres. É a defesa da revolução pelo imobilismo.


BREVE REFLEXÃO SOBRE O CONSUNI DO DIA 10/11/2022

Felipe Rosa
Professor do Instituto de Física e ex-diretor da AdUFRJ

Estive presente à reunião do Conselho Universitário da última quinta-feira (10/11), na qual estava programada a votação do projeto de valorização do patrimônio da UFRJ. Sem entrar nos méritos específicos do projeto (que, na minha opinião, são muitos), gostaria de registrar aqui o movimento antidemocrático e violento protagonizado por uma pequena parcela da comunidade acadêmica — composta de estudantes em sua maioria, mas não totalidade — contrária ao projeto. Usarei doravante o termo “interventores” para designá-los, uma vez que estavam lá para interditar a sessão.
O clima de intimidação já estava posto desde antes do começo da sessão, quando alguns interventores se colocaram na porta do auditório, dificultando a entrada dos conselheiros/as. Em seguida, com alguns minutos de sessão iniciada, houve a “invasão” prometida durante a semana, com ~50 interventores adentrando a sala com tambores, bumbo e muitas palavras de ordem. A partir daí tivemos um espetáculo deplorável de desrespeito às normas e constrangimento democrático: ofensas pessoais à reitora, silenciamento de falas favoráveis ao projeto de revitalização e, mais grave, um “ataque” à mesa para impedir uma das votações, levando a interrupção da sessão por ~20 minutos. Graças à enorme confusão causada pelos interventores, a sessão se encerrou às 14 h (tendo começado às 9:30 h) sem que se pudesse votar qualquer encaminhamento.
Não se pode admitir que nenhum grupo decida, no grito, que a UFRJ não possa seguir tal ou qual caminho. Se a universidade, representada nos seus conselheiros/as, decidir que algo deve feito nos 15 mil m2 da área contemplada pelo projeto, não é um grupo de 50 ou 100 radicais que pode determinar outra coisa.
Espero que os interventores se portem de forma mais universitária na próxima reunião do Consuni.


PREZADOS E PREZADAS DA COMUNIDADE DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Ana Lúcia Fernandes
Professora da Faculdade de Educação e Diretora da Adufrj

Já que houve manifestação expressa de um determinado posicionamento em relação à discussão sobre o Projeto de Valorização do Patrimônio da UFRJ, tomo a liberdade de me manifestar aqui com uma posição diferente e de enviar alguns documentos.
Há muita desinformação circulando, não se trata de privatização e nem de entrega para a iniciativa privada de áreas da PV, é um modelo de cessão cujo modelo foi uma proposta iniciada de forma aliás muito acertada pelo ex-reitor e nosso colega Roberto Leher e que na época não suscitou oposição tão aguerrida dos mesmos grupos que agora se opõem, como se pode ver na leitura da Ata da Reunião do Consuni da época que segue em anexo.
Essa discussão não se ganha no grito. O Consuni é o órgão máximo da UFRJ e tem representação de todos os setores da Universidade, por isso é a instância onde se devem decidir projetos dessa natureza. “Ocupar” e impedir o exercício desse processo, ao contrário do que possa parecer, não é democrático. Houve diversas reuniões e discussões em todos os Centros da UFRJ. A Praia Vermelha não é do CFCH, é da UFRJ; e cabe à UFRJ a decisão sobre o tema.
E nesse sentido, penso que também não cabe interferência do ANDES -Sindicato Nacional que deveria estar influindo na política nacional levando reivindicações ao governo de transição e não se metendo em questões internas das Universidades.
Procurem se informar, não sejamos manipulados por muito barulho e desinformação.

Saudações acadêmicas

O FINANCIAMENTO PÚBLICO PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA JÁ! NÃO À CESSÃO DE PATRIMÔNIO DA UFRJ PARA A INICIATIVA PRIVADA!

Nota do Coletivo Docente ANDES de LUTA pela
BASE - Núcleo UFRJ

Nesta quinta-feira, 17 de novembro, acontece nova sessão do Conselho Universitário tendo por pauta o assim chamado Projeto de Valorização de Ativos Imobiliários da UFRJ.
As últimas semanas têm sido de mobilização de docentes, técnicos e estudantes, contra esse projeto que entrega para a iniciativa privada áreas vitais na Praia Vermelha (“campinho” da PV) e no Centro (Edificio Ventura), em troca de contrapartidas que retiram da comunidade universitária a gestão de espaços e equipamentos da UFRJ, além de promover a alienação de patrimônio público.
Na versão atual do projeto a UFRJ deixa de ter seu espaço cultural em favor de um equipamento privado com fins lucrativos, inserido nos circuitos da mercantilização da cultura e da indústria cultural. Queremos um espaço cultural da UFRJ, público, indissociável da cultura desenvolvida por suas unidades acadêmicas e das demais instituições públicas do estado, assim como de todas as expressões da arte e da cultura não mercantis. Necessitamos de alojamento, bandejão e salas de aulas para nossos estudantes (déficit do Reuni que incluiu estudantes, mas não ampliou estrutura). Não alcançaremos esses objetivos submetendo os fins da UFRJ aos interesses privados-mercantis.
A Reitoria, além de pressionar para deliberação às pressas, sem amplo e circunstanciado debate, autocraticamente convoca um Consuni a portas fechadas!
Um projeto com tais consequências não pode ser colocado em votação sem aprofundamento de debates e sem prévia consulta às diferentes unidades implicadas!

Por isso, defendemos:
- Realização de audiências públicas;
- Realização de consultas à comunidade por iniciativa das diferentes unidades acadêmicas e de um plebiscito para o conjunto da UFRJ;
- Defesa do critério de financiamento público para a educação pública, conforme posição histórica do ANDES-Sindicato Nacional;
- Estudo de medidas complementares de financiamento para a UFRJ, com verbas públicas, mediante iniciativas já em curso junto a parlamentares das bancadas federal e estadual do Rio de Janeiro;
- Fortalecimento do movimento pela revogação da Emenda Constitucional-95, para ampliação da dotação orçamentária das instituições federais de Ensino e da UFRJ, em particular, visando a atender prioritariamente às demandas represadas de ampliação da assistência estudantil (bolsas, moradia e restaurantes universitários).
- Converse com seus pares, organize reuniões em sua unidade acadêmica e compareça na sessão do Consuni, a ser realizada esta QUINTA-FEIRA às 9h30, no Campus Fundão.
- Está em nossas mãos assegurar o caráter público dos espaços do campus da Praia Vermelha e da UFRJ como um todo!

Coletivo Docente ANDES de LUTA pela BASE - Núcleo UFRJ

 

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