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Temos poucos dias de campanha. Até a eleição, todo tempo livre precisa ter um destino: virar votos, convencer quem se absteve no primeiro turno, apresentar propostas, combater as fake news e fazer de Lula o próximo presidente do Brasil. O pedido vem do próprio candidato. “Se fosse uma campanha normal, a gente teria tempo suficiente. Mas a gente não tem. A gente vai ter que suspender todas as nossas horas livres para se integrar à campanha”, pediu Lula, durante encontro virtual com mais de 20 mil comunicadores de todo o país, na terça-feira (18).

Não é tarefa fácil e depende de trabalho diário. “Não basta rebater as críticas, é preciso apresentar nossas propostas. É preciso mostrar o que a gente fez e o que a gente pode fazer. Nós temos prova histórica”, afirmou Lula. “Estamos combatendo uma máquina que gasta muito dinheiro para falar mentiras. Mas a verdade vencerá”, disse o candidato.

Diante de uma candidatura oposta que usa toda a máquina pública e um volume bilionário de recursos para as eleições, é urgente a atuação orgânica nas ruas e nas redes. “Todos nós somos influenciadores e precisamos dizer todos os dias por que votamos no Lula. Eu voto no Lula para minha filha ir para a pracinha sem medo de apanhar porque a mãe dela faz política”, declarou a ex-deputada Manuella D’Ávila, do PCdoB. A política pediu mais velocidade da campanha nas respostas às notícias falsas. “Fake news é meu objeto de pesquisa e se espalha como fogo em palha. Precisamos ter uma produção de resposta na mesma velocidade desse espalhamento”.

Para Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal mais votado de São Paulo, um caminho importante é fugir da armadilha colocada pela candidatura de Bolsonaro, que é centralizar a pauta dos costumes. “Nosso adversário quer transformar a eleição presidencial numa espécie de guerra santa, numa batalha de costumes que não tem a ver com o futuro do Brasil”, analisou. “Então, é muito importante focar na agenda, discutir o Brasil real. Falar às pessoas que estão convivendo com a fome, com o desemprego. E devemos falar com aqueles que não votam em Lula por convicção e que estão indecisos, mas têm preocupação com a democracia”, sugeriu.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) também esteve no encontro e passou um guia para atuação nas redes sociais. Dentre as dicas, o parlamentar, que tem mais de 10 milhões de seguidores em suas redes sociais, sugeriu atuar de maneira coordenada e centralizada, não atacar apoiadores do adversário e elaborar posts em primeira pessoa. “Na sua rede social, a estrela é você. Fale em primeira pessoa”, sugeriu o parlamentar, ao reforçar o discurso de Manuella D’Ávilla.

Simone Tebet, senadora pelo MDB-MS, foi mais uma das lideranças que participou do encontro. Ela explicou as razões de apoiar Lula neste segundo turno. “Eu estou aqui porque vejo no presidente Lula um democrata comprometido com o Brasil”, afirmou. A parlamentar e candidata à Presidência no primeiro turno das eleições, pediu diálogo especialmente com seus eleitores e de Ciro Gomes que ainda estão indecisos. “Agora não é hora de pregar para convertidos. É hora de dialogar com esses 8,5 milhões de eleitores que serão fundamentais para a vitória no segundo turno. Precisamos enfrentar os conteúdos que geram medo. Eu não sei como, mas estou pronta a compartilhar.”

Cortes de Bolsonaro
Tebet também destacou uma lista de cortes no orçamento de programas sociais realizados pelo governo Bolsonaro. “Conseguimos descobrir o escândalo da Covaxin. R$ 45 milhões iriam para paraíso fiscal numa vacina que comprovadamente não funcionava. Bolsonaro cortou em 98% os valores para construção de casas populares. Cortou mais de 90% dos repasses para delegacias especializadas da mulher. Tentou cortar quase 90% da Farmácia Popular, não reajustou o repasse para a merenda e as crianças estão comendo bolacha com suco”, elencou. “Precisamos gerar conteúdos originais sobre esse governo desumano, desonesto. O que não faltam são conteúdos verdadeiros para desmascarar esse governo”.

Direito de Resposta
O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) é um dos articuladores da campanha de Lula e informou, na reunião, que a candidatura havia entrado, na véspera, com ações de direito de resposta no TSE. O resultado saiu na quarta-feira (19). Lula ganhou o direito a realizar 184 inserções de TV como direito de resposta a notícias falsas veiculadas pela campanha de Bolsonaro. Também está em curso uma provocação para que o STF julgue o uso da estrutura de Estado, como os palácios do Planalto e da Alvorada, para a campanha política do candidato do PP.

Pequenos guias de como agir nas redes e nas ruas

Manuella D’Ávilla

- Não compartilhar mensagens que gerem medo nas pessoas de irem para as ruas com bandeiras e adesivos; a gente só vai enfrentar a violência estando mais nas ruas

- Focar no diálogo. Não é hora de lacrar. É hora de conversar

- Todos nós somos influenciadores e precisamos dizer todos os dias por que votamos no Lula

 

Guilherme Boulos

- Discutir agenda Brasil

- Conversar com os indecisos

- Falar dos problemas da vida real: desemprego, fome, miséria

- Unificar a mensagem

- Não perder tempo com distrações e focar no essencial

 

André Janones

- Ações coordenadas e centralizadas

- Estar preparado para mudanças repentinas

- Postar ou repostar? Acima de 10k postar, abaixo de 10k repostar

- Na sua rede você é a estrela, fale em primeira pessoa, elabore seus próprios posts

- Focar no adversário, não atacar apoiadores de Bolsonaro

- Estética ou entrega? A rede não entrega estética aprimorada. Tudo o que é tosco a rede entrega bem.

- Comunicar no ambiente correto, falar com o público-alvo, falar com indecisos e furar a bolha

- Comunicar com eleitores de Tebet. Falar sobre cada assunto onde o público-alvo está

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