facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2022 08 29 at 10.31.57 1Estela Magalhães

"Só a UFRJ consegue articular e reunir da ministra Cármen Lúcia ao nosso querido Milton Cunha. Os saberes jurídicos e os saberes da festa e do Carnaval, tudo cabe nesse espectro tão amplo”, disse a pró-reitora de extensão, professora Ivana Bentes, na abertura do Festival do Conhecimento, na segunda-feira (29). Em sua terceira edição, o maior evento virtual da universidade reuniu especialistas de diversas áreas e convidados especiais em mais de 800 atividades virtuais por cinco dias.
“A extensão existe nesse lugar da diversidade, do encontro de saberes e da busca pelo que ainda não está institucionalizado”, completou Ivana. “Estamos juntos nestes cinco dias de Carnaval, conhecimento e folia!”, reforçou o carnavalesco Milton Cunha, embaixador do festival.
O tema da edição, “Do Ancestral ao Digital”, propôs uma reflexão sobre as diferentes visões de mundo contemporâneas e a percepção do passado como guia para o futuro. “Nossas pegadas precisam ser reinterpretadas nesse momento de encruzilhada da história, onde vamos constituir como chegamos até aqui e escolher o melhor caminho do ponto de vista político e simbólico”, afirmou a vereadora Tainá de Paula (PT). “Buscar a nossa ancestralidade é muito importante”.
Mas não foi só festa do conhecimento. A mesa de abertura também representou um ato em defesa das universidades públicas. “É nas universidades que aprendemos a lidar com o contraditório e a dialogar. Nós formamos profissionais qualificados, mas antes disso, formamos cidadãos e cidadãs críticos e competentes, fundamentais para a sociedade”, disse a reitora Denise Pires de Carvalho.
O professor João Torres, presidente da AdUFRJ, lembrou dos ataques do governo à Ciência e à democracia. “O momento exige que os professores, cientistas e intelectuais explicitem em alto e bom tom o valor do pensamento crítico, o peso das evidências e a importância dos dados”, disse.
Já a ministra do STF Cármen Lúcia celebrou o papel das universidades na criação de diálogos e como anfitriãs da diversidade. “A universidade é algo que se abre para o mundo e permite que a gente aprenda e ensine a convivência com o diferente”, disse.
A reitora da Federal de Rondônia, Marcele Pereira, outra convidada da mesa de abertura, comemorou a integração entre as universidades. “Desde o primeiro Festival do Conhecimento já ficamos todos muito maravilhados com a capacidade de articulação e de reunir pessoas diferentes, com a riqueza das reflexões”, lembrou.
A primeira edição do festival aconteceu em 2020, no início da pandemia de covid-19, e foi pioneira na produção de eventos virtuais. Ela teve como tema “Universidade Viva”, em celebração ao centenário da UFRJ. No ano seguinte, o título foi “Futuros Possíveis”, com destaque para o enfrentamento da pandemia.

SINDICATO DEVE SER ESPAÇO DE ESCUTA E ACOLHIMENTO

WhatsApp Image 2022 09 02 at 16.41.48A discussão dos rumos do sindicalismo docente mobilizou uma das mesas do festival nesta sexta-feira (2), dois dias após a Assembleia da AdUFRJ aprovar o apoio à candidatura Lula. Para Mayra Goulart, vice-presidente da associação e coordenadora do Laboratório de Eleições, Partidos e Política Comparada, uma decisão mais que acertada.
“Quando nós atuamos como representantes de um sindicato, podemos falar a partir deste corpo (de pessoas) particular. Então por que estamos nos manifestando em uma eleição geral? Porque esta eleição geral tem impacto imediato e direto em nossas vidas”, afirmou a docente. Mayra defendeu que a AdUFRJ se posicione em qualquer eleição indicando o candidato que melhor atenda aos interesses dos professores, mas destacou a gravidade do pleito atual. “Nesta eleição, o que está em jogo é a manutenção do devido processo legal. É a possibilidade de haver novas eleições. É a manutenção da possibilidade de existir sindicato. Nós, professores, temos um modo de vida que está ameaçado”, alertou.
Ex-diretor da AdUFRJ, o professor e cientista político Josué Medeiros concordou. “É a manutenção da democracia e da universidade pública. Ou seja, daquilo que caracteriza a nossa missão. Também está em jogo a liberdade de cátedra”, observou o coordenador do Observatório Político e Eleitoral e do Núcleo de Estudos sobre a Democracia Brasileira.
Mediador do debate e presidente da AdUFRJ, o professor João Torres ponderou que, caso a chapa Lula-Alckmin vença as eleições, a perspectiva é fazer uma luta pela esquerda para ampliar direitos dos docentes. “É a questão da aposentadoria, principalmente para os jovens, que têm uma carreira diferente da minha, por exemplo”.

COMO ATRAIR FILIADOS
A dificuldade de atrair novos filiados para o sindicato tmbém repercutiu na mesa. “Os professores estão doentes, cansados, desvalorizados, com problemas psicológicos. Isso tudo cria obstáculos para que façam parte do movimento sindical”, observou Mayra. “Ontem fui fazer um evento no IFCS e não havia um cabo para conectar o data-show. A sala tem cheiro de mofo. Só tem banheiro no terceiro andar. O sindicato tem que ser um lugar de escuta e acolhimento”, completou.
Mayra destacou o papel do Observatório do Conhecimento, rede de associações da qual faz parte a AdUFRJ em defesa da Educação e da Ciência públicas, para ajudar a criar melhores condições de trabalho aos docentes. “Um desafio da AdUFRJ hoje, que se diferencia de outros sindicatos, é ter particular atenção às verbas da Ciência e Tecnologia e atuar em defesa disso”.
Também é importante que o sindicato se conecte com dinâmicas vividas no interior da categoria, argumentou Josué. Neste sentido, o docente elogiou outra iniciativa do Observatório do Conhecimento: a produção de um documentário (Ciência: Luta de Mulher) que mostra diferentes trajetórias e dificuldades de mulheres pesquisadoras. “Uma mulher, quando fica grávida ou tem um filho, acaba sendo punida nos editais, porque não consegue acompanhar a produtividade dos homens”, disse Josué. (Kelvin Melo)

Topo