facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2022 08 29 at 10.17.33 1A reitoria da UFRJ acabou com a obrigatoriedade do uso de máscaras nos espaços da universidade. A decisão foi tomada esta semana, depois que o GT Coronavírus publicou, na segunda-feira (22), uma nota recomendando a suspensão do uso obrigatório do item em locais fechados.
Para a reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, foi o momento oportuno e a maneira correta de tomar a decisão. “Foi um bom momento especialmente pelos motivos técnico-científicos”, disse. A nota do GT considerou a redução sustentada de casos e óbitos por covid-19 e a alta cobertura vacinal para indicar o fim da obrigatoriedade. “Sob ponto de vista acadêmico também foi bom porque nós estamos em recesso. Os estudantes voltam dia 29 e já teremos as respostas para as perguntas que estão surgindo agora como, por exemplo, se um professor com mais de 60 anos pode pedir para a sua turma usar máscara”, explicou Denise.
Desde março, o estado do Rio aboliu a obrigatoriedade do uso de máscaras em lugares fechados. Mas, para a reitora, o caso da UFRJ é diferente. “Uma coisa é liberar em museus, shoppings, que são diferentes de instituição de ensino e hospitais. E nós temos nove unidades hospitalares”, explicou a reitora. “Cada hospital está agindo de uma maneira. O IPPMG, por exemplo, não liberou o uso de máscaras”, contou. Segundo Denise, a UFRJ fez o que fizeram instituições de ensino mundo afora, como as universidades norte-americanas de Harvard e Johns Hopkins, ao prolongar a obrigatoriedade das máscaras.
A professora Ligia Bahia, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ, considerou sensata a decisão do GT, diante do atual cenário da pandemia no Brasil. “Temos uma redução bastante consistente no número de casos e óbitos. E estamos sob um clima um pouco mais favorável em relação a países que têm clima frio”, disse a professora, para quem a decisão veio em boa hora. Na avaliação de Ligia, a decisão do GT não foi tardia, mas adequadamente cautelosa. “Somos uma comunidade muito grande e com ambientes muito diferenciados. Com essa diversidade de espaços, seria muito difícil tomar uma decisão antes”, ponderou.
Mas para Ligia, embora não sejam mais obrigatórias, as máscaras vieram para ficar. “É uma decisão sensata, mas esperamos que nós da UFRJ sejamos sensatos também”, disse Lígia. “Algumas pessoas devem continuar usando máscaras, como quem tem comorbidades ou são mais velhas. Isso não quer dizer que as máscaras estão proibidas”, acrescentou. A professora ainda acha as máscaras devem ser usadas em outros casos. “Quando estivermos com casos respiratórios devemos usar máscaras para não infectar outras pessoas com gripes e resfriados”, avaliou.
A segurança tinha um preço. Muitos professores relataram o incômodo de dar aulas de máscaras. É o caso do professor Felipe Rosa, do Instituto de Física. Para ele, a notícia foi um alívio. “A sociedade já estava abolindo a máscara e a UFRJ preferiu esperar. Mas é importante confiar na avaliação do GT Coronavírus. Isso dá mais segurança para a comunidade universitária”, disse o professor. Ele acredita que sua segurança pode partir de um lugar de privilégio, por ter menos de 60 anos e não ter qualquer outra condição de saúde que possa agravar um eventual quadro de covid-19, mas defendeu a recomendação do GT. “Não ser obrigatória não quer dizer que ela precisa ser abolida. As pessoas que se sentirem mais seguras devem continuar usando máscara. Eu acho que poderíamos usar máscaras em caso de outras doenças respiratórias, como gripes e resfriados”, defendeu.

Topo