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FSOU8680Foto: Fernando SouzaNo Salão Nobre do histórico prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), no Largo de São Francisco, Centro do Rio, foi lançado oficialmente nesta quarta-feira (6) o Comitê de Luta da UFRJ. Nada mais simbólico. O imponente prédio que abrigou a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil serviu de palco ao nascimento de um movimento de defesa da Educação, da Ciência e da democracia no país — pilares atacados sem trégua pelo governo de destruição de Jair Bolsonaro. Esses ataques foram o tema do debate “Democracia e Universidade — Cortes e Financiamento da Educação”, que marcou o lançamento do comitê.
“Leva-se muito tempo para construir um sistema de Educação, Ciência e Tecnologia como o nosso. E o projeto do atual governo é destruir. Por isso, a missão desse comitê é tentar aglutinar as forças progressistas da UFRJ para que o Lula seja eleito no primeiro turno. E, se tiver um segundo turno, que outras forças políticas venham se juntar a nós”, defendeu o professor João Torres, presidente da AdUFRJ.
Segundo João, o protagonismo do sindicato no comitê é uma decorrência natural do que a atual direção vem defendendo desde a campanha eleitoral que a elegeu para comandar a AdUFRJ no biênio 2021-2023. “Na nossa campanha para as eleições na AdUFRJ, nós reafirmamos repetidas vezes que gostaríamos de encampar, uma vez empossados, a candidatura do campo democrático à Presidência da República que tivesse mais chances de vitória. Nesse momento, essa candidatura é a de Lula. Essa foi uma promessa de campanha. Precisamos de um governo de salvação nacional, como o que aconteceu em vários países depois de uma guerra, uma devastação. Temos que reunir todas as forças democráticas para isso”, disse João.

UNIÃO DE FORÇAS
Mediado por Neuza Luzia Pinto, técnica da Faculdade de Medicina da UFRJ, o debate contou com a participação dos professores Átila Freire, da Coppe, e Eduardo Raupp, pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças da UFRJ. Os cortes no orçamento do MEC, e em especial na UFRJ, foram o pano de fundo para falas em defesa da Educação, da Ciência e da democracia.
“Hoje (quarta-feira), nós fomos impactados pela notícia de que o projeto orçamentário do ano que vem virá com uma redução de 12,6% no nosso orçamento. Isso significa que a UFRJ terá certamente o menor orçamento de sua história. Estamos diante de um descompromisso estratégico do governo, um projeto de destruição lenta e gradual. A estratégia é fazer com que a gente continue funcionando precariamente, e que com isso tenha dificuldades de entregar aquilo que a gente tem que entregar, que a nossa missão não seja plena e que a gente vá sendo desacreditado. Até que soluções fantasiosas possam ser oferecidas em nosso lugar. Nada mais sórdido e mais eficiente para destruir a universidade pública”, descreveu professor Eduardo Raupp, para quem a situação da UFRJ é “dramática”.
Para o professor Átila Freire, um dos aspectos mais perversos dos cortes é a retração da pós-graduação. “A pós-graduação da UFRJ, que é emblemática no Brasil e é referência no mundo, foi dramaticamente destruída nos últimos anos. Foi um processo de construção de 50 anos, mas para destruir é muito rápido. Nós temos que reverter isso indo à luta, cada um de nós. Temos que mobilizar as pessoas. E esse comitê é um passo para isso”, convocou o docente.
A técnica Neuza Luzia Pinto observou que o movimento deve ganhar adesões ao longo dos próximos meses e se articular com outros grupos que defendem a democracia. “Acho que a defesa da democracia é o elo que une a todos nós que estamos aqui nesse comitê. Nossa perspectiva estratégica é nos somarmos a milhares e milhares de outros militantes em todo o país para mudar essa história. Temos que trazer para cá as pessoas que não estão aqui — ou porque estão acomodadas ou porque não conseguem enxergar que é possível lutarmos juntos —, os estudantes, os técnicos, os terceirizados, os professores. É um comitê aberto, suprapartidário. O que nos une aqui é a coragem de tentar trazer de novo o Brasil para o rumo da democracia. Temos que ser multiplicadores dessa ideia”, ponderou Neuza.
Emérito da Escola de Química da UFRJ e vice-presidente da AdUFRJ, o professor Ricardo Medronho alertou para a importância do comitê no processo eleitoral para a Presidência da República: “Não é possível a gente imaginar o que possa vir a ser o Brasil se esse governo for reeleito. O país já é pária internacional, o nosso presidente é motivo de chacota. Mais quatro anos desse governo é a destruição total do país. Por isso, é muito importante a criação desse comitê. Nós precisamos trazer outras pessoas para fazer com esse seja um movimento crescente”.

LULA FAZ LOTAR A CINELÂNDIA

WhatsApp Image 2022 07 11 at 08.46.47 1Sob forte esquema de segurança — tapumes de 2,5m cercaram o perímetro do palco e houve revista com detectores de metal —, o pré-candidato do PT à Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez seu primeiro grande comício de campanha no Rio, no tradicional palco democrático da Cinelândia. Ao lado de seu candidato a vice, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), Lula reafirmou seu apoio ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao governo do Rio. O deputado estadual André Ceciliano (PT), pré-candidato ao Senado, sentou na primeira fila do palco de Lula, reforçando sua posição na disputa com o deputado federal Alessandro Molon (PSB) pela indicação na chapa do ex-presidente.
Em seu discurso, Lula falou do desemprego e da fome que assolam o país, comparou esse cenário com o período de seus dois governos, e fez duras críticas a Bolsonaro. “Perguntem quanto que esse genocida que está governando o país investiu no Rio de Janeiro? Qual foi a grande obra que ele fez? Qual foi a escola técnica que ele fez? Qual a universidade que ele fez? Qual o dinheiro para a Medicina que ele colocou? Nada! Nada! Só tirar!”, disse Lula, sob aplausos de milhares de pessoas. A Polícia Militar registrou um único incidente durante o comício. Um homem arremessou um artefato explosivo com fezes para o interior da área cercada do palco. Ele foi preso.

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