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WhatsApp Image 2022 07 11 at 08.46.47Fotos: Alessandro CostaIsadora Camargo

O ex-aluno e ex-professor André Rebouças “voltou” à Escola Politécnica da UFRJ. Dessa vez, como protagonista da ópera “O Engenheiro”, que encerrou seu ciclo de apresentações na última quinta-feira (7), no Auditório Horta Barbosa, do Centro de Tecnologia. O espetáculo começou às 13h, e os futuros engenheiros do CT aproveitaram o intervalo do almoço para lotar a plateia. Marcos Fernandes, estudante de Engenharia Naval, saudou a iniciativa: “A arte devia vir mais pra cá”.
A ópera “O Engenheiro” é uma composição de Tim Rescala, com direção geral de Andrea Adour, Homero Velho e Lenine Santos. Foi encomendada pelo Projeto Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos), produzida e executada com o Projeto Ópera na UFRJ. A trama é um retrato do engenheiro baiano André Rebouças (1838 — 1898), homem negro e personagem histórico do movimento abolicionista brasileiro. Rebouças tinha relações próximas com a Família Real, e partiu junto com ela para o exílio após a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.
Na peça, os bastidores da queda do Império ambientam as contradições e posicionamentos do protagonista frente à política nacional. “Fiquei encantada, o André é um exemplo para nós, de engenheiro, de tudo o que ele fez. Representa a luta que temos hoje por igualdade, das vagas ocupadas por pessoas que antes não poderiam estar aqui”, comentou Maria Alice da Rocha, diretora adjunta da Escola Politécnica, na qual Rebouças foi aluno (na antiga Escola Militar) e professor .
Todo o espetáculo foi produzido e executado pela universidade. A realização foi dos professores e alunos da Escola de Música (dos cursos deWhatsApp Image 2022 07 11 at 08.50.15 Regência e Canto), da Escola de Belas Artes (dos cursos de Indumentária e Cenografia) e da Escola de Comunicação (do curso de Direção Teatral), juntamente com os projetos Orquestra da UFRJ, Sistema Universitário de Apoio Teatral (SUAT) e a Companhia Folclórica. Todos unificados pelo Projeto Ópera na UFRJ, que desde 1994 cria produções culturais.
A iniciativa é ainda contemplada pelo Programa de Apoio às Artes (PROART-UFRJ), e envolve os pilares de ensino, pesquisa e extensão. “Alguns alunos são bolsistas, outros estão fazendo da Ópera seu projeto de conclusão de curso”, contou Fabrícia Medeiros, produtora da orquestra. “Que se fomentem mais projetos como este, é a cara do que a universidade precisa”, concluiu.
Inicialmente, a peça não se apresentaria no CT, e teria encerrado a montagem na semana anterior, em Petrópolis. Foi por insistência de Claudia Morgado, diretora da Politécnica, que a produção se reorganizou para essa última exibição. “Eu falei: Não, tem que fazer lá na Engenharia! Vai falar do André Rebouças e os engenheiros não vão assistir?”. O convite foi aceito de bom grado, uma vez que a UFRJ é a “casa da peça”, como coloca o diretor cênico José Henrique Moreira. “Se você reparou, há menção de pelo menos três edifícios que hoje são da UFRJ: o próprio Palácio Imperial, a Escola Politécnica, que hoje é o IFCS, e o Senado do Império, que é onde fica a Faculdade Nacional de Direito hoje. Então, por mais que ela não tenha sido composta para nós, caiu como uma luva, como se fosse uma ópera nossa da UFRJ”, concluiu Moreira.

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