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WhatsApp Image 2022 06 10 at 19.53.49A universidade pública tem um papel importantíssimo para a população no seu entorno. Basta ver o exemplo do Centro Multidisciplinar UFRJ - Macaé, que atua em parceria com a prefeitura do município em diversas frentes. O mais recente capítulo dessa parceria envolve o curso de Farmácia e vai permitir a construção de uma farmácia universitária no campus, com medicamentos a preço de custo para a população da cidade.

As obras de infraestrutura da farmácia serão feitas com recursos obtidos por meio de uma emenda orçamentária de R$ 350 mil da deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ). Para a aquisição do equipamento, a prefeitura e a UFRJ já têm acordo firmado, e agora estão sendo acertados os valores.

“Todo curso de Farmácia precisa ter a sua farmácia universitária, para as práticas dos alunos. Nós temos uma parceria com empresas privadas, mas era complicado”, contou a professora Carolina Pupe, que está coordenando o projeto. “Nossa farmácia vai promover ações de ensino, porque todo o estágio e a manipulação dos estudantes do curso de Macaé vão ser realizados lá”, afirmou a professora. “Ela também vai promover ações de extensão, vamos trabalhar junto à população, com acompanhamento farmacoterapêutico. Vamos ter um consultório e também ambiente de pesquisa”, acrescentou.

Carolina contou que o projeto foi apresentado à prefeitura, que topou fazer o investimento. “A prefeitura já deu o aval, agora estamos negociando o instrumento jurídico do acordo, e está tudo funcionando muito bem. Estamos pedindo um investimento de R$ 500 mil”, disse a professora. E a prefeitura entrou no projeto entendendo que vai haver também um retorno para a população. “A farmácia escola será aberta ao público, oferecendo medicamentos a preço de custo. Nós vamos produzir medicamentos em cápsulas, sachês, xarope”, explicou a professora.

EXTENSÃO E PESQUISA
A parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e o curso de Farmácia da UFRJ-Macaé não começou agora. A professora Danielle dos Santos coordena um projeto de extensão que ajudou a divulgar entre os médicos da rede pública da cidade os medicamentos da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume), que é a lista oficial de medicamentos que o poder público oferece gratuitamente à população. O projeto “Propagandistas da Remume” foi criado por uma necessidade da prefeitura. “É como se fosse um paralelo com o que a indústria farmacêutica faz. Nós íamos de unidade em unidade de saúde com a lista dos medicamentos, para orientar os médicos”, contou a professora.

Em 2018, o projeto de extensão virou um projeto de pesquisa. “Nós começamos a avaliar o impacto dos propagandistas. Começamos a levantar dados das receitas nas farmácias municipais e fazer rodas de conversa com os usuários”, contou a professora. “Com esses dados, nós começamos a avaliar a Remume, vendo medicamentos que não estão na lista mas que estão sendo prescritos”, explicou. Com essa base de informações, e com entrevistas com os médicos, o grupo pôde fazer uma proposta de adequações na Remume de Macaé. “Essa proposta é feita a partir de critérios de priorização. Estamos, junto com o município, criando protocolos. Não é porque o médico está solicitando um medicamento que ele será incluído na lista”, observou.

O projeto agora cresceu e transformou-se no Núcleo de Suporte à Assistência Farmacêutica (NuSAF UFRJ-Macaé), e está atuando como parceiro do projeto da farmácia escola. Com o conhecimento sobre a Remume, o NuSAF vai ajudar a orientar a farmácia a atender melhor a população. “A farmácia escola vai ter a chance de prescrever medicamentos manipulados. Então vamos propor oficinas para os médicos serem capazes de prescrever esses remédios manipulados”. A ideia é que os medicamentos que não estejam na Remume e sejam prescritos, possam ser oferecidos a preço de custo na farmácia escola. “Esse sempre foi o nosso desejo, que a universidade saísse dos muros, levando o conhecimento para as pessoas”, exaltou Danielle.

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