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WhatsApp Image 2022 06 10 at 19.58.14 1Fotos: Estela MagalhãesEstela Magalhães

Com obras reunidas de estudantes da Escola de Belas Artes, a Bienal da EBA Itinerante acontece até o dia 17 de junho na Inovateca, prédio colorido em formato de “cubo mágico”, no Parque Tecnológico da UFRJ. É a primeira versão itinerante da mostra e traz parte das instalações da última edição para dentro do campus. “A gente não só tem recebido a visita de alunos de Engenharia, Geografia e Medicina, mas, sobretudo, de alunos de Artes, que passam a poder vir”, diz a professora Irene Peixoto, diretora adjunta de Cultura da EBA e organizadora da exposição.

Desde as obras expostas até a comunicação visual, o evento é produzido por estudantes, e o tema dessa edição é “Mutações”. “É sobre as grandes mudanças sociais, econômicas e políticas que estão implicadas na pandemia, e na maneira de o homem se relacionar com o mundo. Essa mutação está sendo uma exigência, e os artistas trazem isso para os seus trabalhos”, explica a professora.

O evento do ano passado aconteceu no Parque Lage, e isso contribuiu para a visita de um público espontâneo, que entrava na exposição por acaso e era envolvido pelas obras e pelo diálogo sobre arte. É o que conta Larissa Campos, estudante da EBA e mediadora do evento. “A bienal é uma forma de levar essas obras dos artistas para fora da academia. Muita gente que não conhecia a EBA passou a conhecer. Aqui na Inovateca está sendo um pouco diferente, as pessoas já vêm sabendo sobre a bienal e geralmente precisam de algumas explicações mais gerais sobre as obras”, diz.
A exposição está aberta na Inovateca de 9h às 17h e recebe eventos de conversa com os artistas, sendo o último na segunda-feira (13).WhatsApp Image 2022 06 10 at 19.58.41

Anatomia da inquietação
A obra de Luísa Ferrari, figurinista e artista visual formada pela UFRJ, convida o público a abraçar o estranho numa experiência sensorial. A peça é acompanhada por um vídeo de uma performance na qual a artista veste a obra e oferece abraços aos visitantes. “Apesar de ser feio, ele entrega um gesto bonito àquele que escolhe se relacionar, chegar mais perto e investigar o figurino. O movimento do abraço veio como esse contraste entre o belo e o grotesco”, diz Luísa.

“Anatomia da Inquietação” é o trabalho de conclusão de curso da artista, produzido em 2019. Desde então, com a pandemia, ele recebe outros significados a partir da ideia do abraço. “O toque foi deixado de lado e muitas das pessoas que já se foram a gente já não podia abraçar por conta do vírus. O que antes era apenas um abraço hoje em dia eu já vejo como ‘o’ abraço. Aquele abraço que pode ser identificado como um abraço de mãe, de avó ou de amigo, dependendo de cada espectador que queira receber esse abraço”, interpreta Luísa.

WhatsApp Image 2022 06 10 at 19.58.41 1Sobre a inserção da obra no tema “Mutações” da edição, a artista explica que a peça é figurino, ator e personagem no palco da Bienal da EBA, em trânsito entre essas categorias. “Eu não via o figurino como apenas uma ferramenta, mas como o todo em si, e para isso eu coloquei o movimento nele. Para trazer esse aspecto de ser vivo, essa dramaticidade que o ator também tem no próprio corpo”, explica.

Luísa ainda comenta a experiência de observar as reações do público e convida a comunidade da UFRJ a visitar a exposição. “Há espectadores que não se sentem à vontade para chegar perto, há os que adoram o contato com as mãos, e eu não sabia disso até conseguir expor na bienal. Recomendo a visita para conhecer a produção artística e a pesquisa em arte da UFRJ”, completa.

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