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WhatsApp Image 2022 04 05 at 16.32.41Hora de reaproximar o Andes dos professores

RICARDO MEDRONHO
Diretor da AdUFRJ e delegado no Congresso do Andes

Este é o terceiro congresso do Andes de que participo. O primeiro, em Salvador, em 2018, foi muito tenso. Havia uma incompreensível atitude da grande maioria dos participantes em criticar os governos Lula e o PT, culpando-os por todas as mazelas pelas quais o país passava e que culminaram com o (des)governo Bolsonaro. O Andes seguiu os passos da CSP-Conlutas apoiando a vergonhosa campanha “Fora Todos”, que serviu para auxiliar o golpismo de direita e se negando a condenar o golpe sofrido pela primeira presidenta do Brasil. O 38º Congresso, em Belém, em 2019, foi menos tenso, pois começava a ficar claro que o grande inimigo a ser enfrentado era o (des)governo Bolsonaro. Esta tendência foi consolidada neste 40º Congresso, em Porto Alegre. Houve um entendimento unânime de que o verdadeiro inimigo da classe trabalhadora era o Bolsonaro. Apesar disso, ainda se ouviram algumas vozes criticando a “conciliação de classes” promovida, de acordo com estas vozes, pelos governos do PT.
O Andes vem, há décadas, sendo dirigido por um conjunto limitado de pessoas com uma certa unidade de pensamento. O problema é que, na minha opinião, estas pessoas não representam o pensamento médio dos docentes. Exatamente por isso, a cada congresso fica evidente o crescimento do Renova Andes, principal corrente de oposição à atual diretoria. O Renova representa um conjunto distinto de pessoas com um pensamento diferente dos que atualmente ocupam a direção do sindicato. Por isso, este é um movimento importante de oposição e que vem crescendo em importância a cada eleição. Existe, portanto, uma possibilidade concreta de termos mudanças nas próximas eleições para a diretoria do Andes.
Infelizmente, a plenária do congresso negou apoio ao Observatório do Conhecimento e foi muito crítica à Ciência e Tecnologia. Muitos só entendem Ciência e Tecnologia se voltados única e exclusivamente ao desenvolvimento social e nunca, por exemplo, ao desenvolvimento industrial do país. Outro exemplo de uma posição sectária do congresso é que foi aprovada a intensificação da luta contra as iniciativas de regulamentação do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (MLCTI). Além disso, puderam ser ouvidas muitas falas criticando a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Para nós, da AdUFRJ, está clara a importância de reaproximar o Andes dos professores universitários e dos temas que são intimamente relacionados ao nosso cotidiano. Porto Alegre apontou esperança, mas ainda falta um bom chão a ser trilhado.

WhatsApp Image 2022 04 05 at 16.32.41 1Boas novas: protagonismo da AdUFRJ e Observatório

MAYRA GOULART
Vice-presidente da AdUFRJ e delegada no Congresso do Andes

Nessa edição de 2022 do Congresso do Andes, nós conseguimos avanços significativos, e por nós entendo aqui a AdUFRJ. A AdUFRJ teve uma posição de bastante protagonismo no Congresso, uma vez que uma das suas iniciativas, o Observatório do Conhecimento, ganhou um lugar de destaque.
O Observatório fez uma clivagem importante no Congresso, entre a atual diretoria do Andes e o principal movimento de oposição (Renova Andes).
A atual diretoria entende a carreira docente como algo que não contempla prioritariamente o ensino e a pesquisa. Esse é um entendimento bem diferente do nosso na diretoria da AdUFRJ. A gente avalia que a carreira docente tem como elemento constitutivo o ensino e a pesquisa. E entendemos que o Observatório do Conhecimento é um espaço de mobilização, de comunicação e de advocacy sobre orçamento do conhecimento, de pesquisas, e que está afinado com o fazer docente.
E essa nossa proposta ter se contraposto à diretoria do Andes, e ter sido incorporada pela principal corrente de oposição à diretoria — o Renova — me parece muito importante.
O Renova tem muita afinidade com nosso entendimento sobre o fazer docente e o sindicalismo. Achamos que o sindicalismo docente tem que estar preocupado em atrair o professor da base, o professor que não se sente propriamente identificado com aquele sindicalismo mais tradicional, que não fala a linguagem dele, que está preso a questões muito abstratas, de política internacional e mesmo nacional, que são relevantes, mas que não estruturam a vida desse docente na universidade, na sua dimensão profissional. Diferentemente das pautas propriamente sindicais e relativas à nossa carreira, essas questões políticas tendem a afastar e dividir os professores, em função de suas diferentes orientações ideológicas.
Por isso, eu acho que colocar o Observatório do Conhecimento como uma pauta do Renova Andes foi muito importante para nós da UFRJ.
Queremos uma diretoria do Andes, o nosso sindicato nacional, com mais afinidade com nossa visão de sindicalismo. Isso é muito importante porque reforça a dinâmica de aproximação com uma base maior, mais ampla e formada por professores que sentem representados por uma outra e inovadora forma de fazer sindicalismo, com um espaço de representação mais amplo. Essa é a nossa proposta.

WhatsApp Image 2022 04 05 at 16.32.41 2O Primeiro Congresso a gente não esquece

KARINE VERDOORN
Diretora da AdUFRJ

Esse foi meu primeiro Congresso. Gostei bastante, estava curiosa para conhecer a dinâmica. Acho que tem pontos muito positivos, mas vejo também que há muito o que melhorar na estratégia das discussões.
Considerei interessante o método utilizado de grupos de trabalho, são grupos menores, o que possibilita a participação de mais gente, e que todos participem do processo decisório, de forma mais próxima. Mas rediscutir os mesmos assuntos nas plenárias é muito cansativo e torna o processo muito moroso, demorado e com muita burocracia. Eu até perguntei se a dinâmica era nova porque muita gente não sabe como funciona e pede esclarecimentos.
Outra coisa que me chamou bastante atenção é que temas pertinentes ao cotidiano dos professores, aos salários, à carreira docente, não foram aprofundados. Os temais gerais políticos são muito amplos e acaba que o que nos interessa e nos afeta mais diretamente fica num segundo plano, com pouco destaque.
Os temas que eu gostaria de ver mais presentes são os do reajuste salarial, questões da própria carreira, de estrutura da carreira, de progressão docente. Esses temas não apareceram. Apareceram muito mais temas políticos gerais e nacionais.

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