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Estela Magalhães Ribeiro

Estamos por toda parte, mas queremos mais. Mais espaço, mais poder, mais respeito. Precisamos de mulheres na ciência, na política, na arte, na academia, na UFRJ. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o Jornal da AdUFRJ entrevistou professoras, estudantes e técnicas das mais diversas áreas.  Todas destacam a importância da representatividade feminina para a inspiração de outras mulheres e meninas, mas que seja principalmente uma representação de ideais. “A universidade é um espaço de reflexão, discussão e constante formação. A mulher precisa ter a oportunidade de trilhar diferentes caminhos, não pode ter a porta fechada se tem competência”, sustenta Nedir do Espirito Santo, diretora da AdUFRJ e professora do Instituto de Matemática. “Que ‘mulher’ seja um termo que não nos limite e abra diferentes horizontes de expectativa para nós”, completa a professora de Ciência Política e vice-presidente da AdUFRJ, Mayra Goulart. A seguir, os depoimentos de inspiradoras cidadãs que trabalham, estudam e pesquisam na universidade.

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53Mayra Goulart
vice-presidente da AdUFRJ
Temos que buscar alternativas que garantam a possibilidade de que as mulheres escolham ao que elas vão se dedicar e, se elas quiserem se dedicar às funções do cuidado, que elas possam e sejam suportadas para que isso não atrapalhe sua vida profissional. Ou aquelas mulheres que desejam se dedicar apenas à vida profissional, que não sejam julgadas por não ter a parte do cuidado dos filhos. Que ‘mulher’ seja um termo que não nos limite e abra diferentes horizontes de expectativa para nós.

 

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53 1Ligia Bahia
vice-presidente regional da SBPC, professora do IESC - UFRJ

As mulheres são especialistas em cuidados, desde os cuidados básicos até o cuidado do transplante, da pesquisa de células-tronco, da Engenharia Genética, do desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Nós estamos envolvidas em todas essas áreas, mas somos sempre minoria. Nunca estamos envolvidas devidamente com todo o potencial que o mundo tem para oferecer.

 

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53 2Vivian Miranda
professora de Astrofísica na Stony Brook University

Eu nunca vou esquecer de quando recebi de um comitê de um concurso no Brasil que eu assustei a banca e que, para passar, tinha que ser “menos trans e mais física”. Sendo que a única coisa que pedi no concurso foi que respeitassem meu nome social e eu fui vestida como sempre vou. Então o que seria menos trans e mais física? Seria eu não usar o meu nome social? Eu me vestir de homem?

 

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53 3Heloísa Buarque de Hollanda
professora emérita da UFRJ

A Universidade das Quebradas (UQ) é um programa de troca de saberes entre a academia e a periferia. A gente tenta romper essa barreira, e o primeiro passo é o contato. Com a pandemia, as Mulheres nas Quebradas se juntaram e formaram o coletivo Muque, com o objetivo de transmitir conhecimento e contar suas histórias de um jeito bem língua solta. Confesso que esqueci da UQ totalmente e me apaixonei pelas mulheres. Elas falam baseadas na importância da UFRJ, só a ideia de estar invadindo a universidade e falando ali dentro já faz uma diferença muito grande no reconhecimento do que elas têm a dizer.

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53 4Nedir do Espirito Santo
diretora da AdUFRJ

O Instituto de Matemática tem professores de muitas nacionalidades diferentes, no meu departamento temos uma boa diversidade, mas mesmo assim não temos uma quantidade expressiva de negros. Ao contrário, eu sou a única professora negra e recentemente entrou mais um professor negro. Isso é muito preocupante, especialmente numa sociedade que a gente tem um percentual bem maior de negros. É muito importante que isso esteja sendo conversado e discutido.

 

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53 5Júlia Vilhena
coordenadora do DCE UFRJ
Quando a gente do movimento estudantil recebe alguma crítica, se você é mulher, muitas vezes isso não vai ser no formato da disputa política, mas vem na desvalorização do que você está dizendo, desmerecimento da sua posição naquele espaço político. Este mês representa a intensificação desse debate, mas no fim das contas os principais motivos que afligem as mulheres estão sempre no cotidiano. A representatividade importa além do simbólico, vai para uma prática de compromisso com a construção cotidiana das lutas pelos direitos das mulheres.

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53 6Noemi de Andrade
diretora do Sintufrj
Na direção e no corpo profissional do sindicato as mulheres são maioria, então temos todo um olhar diferenciado para a questão das mulheres, do âmbito do cuidado e da proteção, de você estar bem segura no teu local de trabalho com todas as garantias.

 

 

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53 7Sabrina Baptista Ferreira
professora da UFRJ e embaixadora do Parent in Science

Conciliar a vida acadêmica com a maternidade é estar em uma divisão onde você se sente eternamente culpada, tem que estar 100% nesses lugares. Sou feliz por ter uma rede de apoio, mas é muito mais difícil para quem não tem. Minha carreira teria sido diferente se eu não pudesse contar com essa rede de apoio, não estaria onde estou. A sociedade tem que entender que a responsabilidade sobre uma criança não é única e exclusivamente daquela mulher mãe. A universidade tem que entender que eu posso sim precisar levar uma filha minha um dia para o trabalho, porque eu não tive rede de apoio ou porque a escola naquele dia não funcionou.

WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.42.53 8Waldinéa Nascimento
diretora da Attufrj
O trabalho das terceirizadas na UFRJ é uma extensão da sua casa, porque elas saem de casa e lavam e limpam o tempo inteiro. É importante que o terceirizado tenha uma importância significativa para as gestões que estão na reitoria. Atender as necessidades dos terceirizados, investigar denúncias com seriedade, cobrar dignidade da empresa contratada. Respeitam muito os servidores, estudantes, técnicos. Falta respeitar a categoria que mantém a universidade funcionando: os terceirizados.

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