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WhatsApp Image 2022 03 11 at 20.44.40Foto: Fernando SouzaDiretoria da AdUFRJ

Na próxima sexta-feira (18), teremos assembleia de professores da UFRJ para decidir se aderimos ou não à greve por tempo indeterminado do funcionalismo público federal, marcada para 23 de março. A reivindicação é uma reposição salarial de 19,99%, referente a perdas acumuladas nos três anos de governo Bolsonaro. O Andes já aprovou a proposta de greve feita pelos dois fóruns nacionais de servidores públicos que comandam a campanha — Fonasefe e Fonacate — e agora as seções sindicais vão debater e decidir a questão. A direção da AdUFRJ convoca todos os docentes — sindicalizados ou não — para a assembleia do dia 18, e reafirma que é contra a greve por tempo indeterminado neste momento, posição que vai defender no encontro. E por que contra a greve?
Estamos em pleno período de férias acadêmicas, aguardando o tão esperado retorno às aulas presenciais, suspensas na pandemia de covid-19. O ensino remoto trouxe desgastes físicos, psicológicos e simbólicos que prejudicaram a nossa capacidade de mobilização, assim como o engajamento dos alunos. O sentimento geral da comunidade universitária é de cansaço, desgaste e fragilidade. Qual seria a eficácia de uma greve por tempo indeterminado nesse cenário, com a universidade vazia? Ademais, a possibilidade de trabalhar de casa enquanto outros precisavam se arriscar nos transportes públicos para, com sorte, manterem seus empregos, dificulta nossa relação com os demais setores.
Na própria plenária virtual do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do Andes, em 22 de fevereiro, muitas seções sindicais relataram dificuldades de mobilização de suas bases para a greve em um contexto de férias, e falaram sobre o possível desgaste junto à sociedade em virtude do ensino remoto, apesar do intenso trabalho dos docentes ao longo de toda a pandemia. A direção da AdUFRJ concorda com a pauta salarial, mas entende que há outras formas de mobilização que podem estimular os estudantes e a sociedade em geral a serem a favor do movimento. E não contra ele. A AdUFRJ vai participar da mobilização nacional do dia 16 de Março. Estamos organizando uma série de ações, como projeções em prédios espalhados pela cidade para reforçar a campanha salarial, e vamos convocar os docentes para as atividades propostas pelo Andes.
Para enriquecer esse debate, o Jornal da AdUFRJ abre espaço para que docentes contra e a favor da paralisação por tempo indeterminado sustentem seus pontos de vista. Ex-presidente da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller, da Faculdade de Letras, entende que a pior opção de mobilização será suspender as atividades por tempo indeterminado em plenas férias acadêmicas. Já o professor Jorge Ricardo Gonçalves, da Faculdade de Educação, considera que a greve faz parte de um grande esforço conjunto para pressionar o governo a repor o valor de nossas perdas salariais. Confira os artigos e os detalhes da assembleia do dia 18 nas páginas 6 e 7.
Também nesta edição, trazemos um rico material sobre o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, quando redes e ruas ficaram cheias de cores por um mundo melhor, sem machismo e com igualdade entre os gêneros. Foi uma terça-feira intensa para a AdUFRJ. De manhã, organizamos uma roda de conversa virtual sobre os desafios das professoras e alunas nas universidades, com a participação das diretoras do sindicato e das reitoras da UFRJ e da UFSB. No final da tarde, levamos nossa imensa e tradicional bandeira de cetim para o Centro do Rio. Com o atualíssimo lema “A luta pela Paz é Feminina”, foi lindo ver meninas correndo sobre nosso tapete de esperança. As fotos e reportagens estão nas páginas 3, 4 e 5.
Por fim, na página 8, nossa homenagem ao professor Luiz Pinguelli Rosa, falecido no último dia 3. Referência acadêmica e sindical, Pinguelli era professor emérito da UFRJ, um dos maiores nomes da Ciência e da Tecnologia do país, e sempre foi uma voz potente em favor da democracia. Fundador e primeiro presidente da AdUFRJ (1979-1981), Pinguelli foi também fundador do Andes, do qual foi o segundo presidente (1982-1984). A ele, nossa saudade e nossas reverências. Pinguelli, presente!
Boa leitura!

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