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A discussão sobre cobrar e de que forma exigir o passaporte vacinal também fez parte da reunião do Conselho de Representantes da AdUFRJ. O encontro aconteceu no dia 22, pela manhã, debateu os desafios para o retorno presencial aos campi e reuniu professores de mais de 20 unidades acadêmicas. Os docentes reclamaram que a cobrança do passaporte da vacina até o momento não tem seguido uma política clara nas unidades. “Temos algumas questões prementes”, afirmou o presidente da AdUFRJ, professor João Torres. “Estou muito preocupado com o passe vacinal, porque parece que se quer fazer dele uma questão política mais ampla, mas se quer evitar o desgaste interno na cobrança efetiva”, disse. “Sou contra que haja filas em frente a funcionários terceirizados responsáveis pela segurança patrimonial. É preciso que a universidade organize uma forma de cobrança institucional”, reiterou.

“Há muitas preocupações sobre o fornecimento de equipamentos de proteção individual e também em relação à cobrança do passaporte vacinal. Por exemplo, se a exigência da comprovação poderia acontecer pelo SIGA”, relatou a professora Christine Ruta, do Instituto de Biologia. O assunto foi tratado no Conselho de Centro do CCS. Seu centro sofre, ainda, com outros problemas de segurança. “Há problemas estruturais e de roubos de equipamentos”, contou a ex-diretora da AdUFRJ.

OUTROS DESAFIOS
O debate ocorre no momento em que UFRJ se prepara para a volta integral do ensino presencial. O problema é que os dois anos longe das instalações físicas da universidade geraram mais problemas de infraestrutura, além dos que já existiam antes da pandemia, e podem comprometer a volta plena dos mais de 55 mil alunos, 9 mil técnicos e 4,5 mil professores. As inquietações dos professores geraram um conjunto de medidas a serem tomadas pela AdUFRJ e pela reitoria da universidade (veja quadro com os encaminhamentos).

“Ainda nos restam muitas dúvidas. O que vai acontecer com os professores com comorbidades e as pessoas compreendidas na IN 90?”, questionou a professora Mônica Cardoso, do Instituto de Química. A Instrução Normativa 90, do Ministério da Economia, de outubro de 2021, estabeleceu os critérios para o retorno gradual de servidores do Executivo Federal ao trabalho presencial. O documento aponta alguns grupos que estariam autorizados a manterem o trabalho remoto, como pessoas acima dos 60 anos, com comorbidades, gestantes e responsáveis por crianças em idade escolar e pré-escolar que não estejam em ensino presencial.

“Temos muitos prejuízos que ficaram piores na pandemia, mas precisamos voltar porque nossos cursos são presenciais. O prejuízo para nossos alunos é muito grande, eles se inscreveram para cursos presenciais”, defendeu a professora Mônica.

A infraestrutura predial foi o principal ponto levantado pelo professor Cláudio Ribeiro, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. O edifício Jorge Machado Moreira, que abriga a unidade, sofreu dois incêndios nos últimos anos e apresenta graves problemas estruturais já noticiados em outras edições do Jornal da AdUFRJ. “Em meados de janeiro, realizamos uma assembleia virtual, da FAU e da EBA, com mais de 300 pessoas”, revelou. “Há reformas sendo feitas, mas ainda não temos segurança do retorno presencial pleno em abril. O nosso receio é que não exista um plano B caso haja mais atrasos”.

A professora Thaís Motta, do Colégio de Aplicação, cobrou atenção às especificidades da educação básica. “Retornamos em fevereiro com muitas dúvidas. Estamos com todos os estudantes na escola e fazendo processo seletivo para professor substituto neste momento, porque a UFRJ não abriu seleção em tempo de atender ao nosso calendário”, criticou. “Estamos com carga triplicada. Há todo um cuidado para o recebimento de licenciandos, mas o calendário não conversa com a graduação. São muitos descompassos em virtude de um esquecimento da educação básica”.

Representante da Coppe, a professora Leda Castilho sugeriu constituir uma lista de problemas que impedem ou dificultam o retorno presencial seguro e separá-las em ações emergenciais, de médio e longo prazos. “A gente deve tentar separar o que impede o retorno seguro; o precário, que já existia e exige intervenções de médio-grande porte; e ações de pequeno porte que podem impactar na melhoria das condições para o retorno”, elencou. “Fornecimento de EPIs, força-tarefa para abrir janelas bloqueadas; instalação de ventiladores são alguns exemplos”, sugeriu. “Essa lista vai nos permitir indicar as condições para o retorno seguro”.

O que foi decidido pelo Conselho de Representantes

- Elaboração de questionário para que os membros do Conselho de Representantes respondam às questões prementes de cada unidade;

-  A reitoria deve produzir uma cartilha de volta às aulas, com orientações aos professores sobre pontos como passe vacinal, uso de máscaras e demais recomendações de segurança; 

-  Força-tarefa emergencial para tornar adequada a ventilação das salas;

- Fornecimento de máscaras pela Universidade;

- Cobrança do passe vacinal de forma explícita de alunos, professores e técnicos;

- O GT Coronavírus deve acompanhar as condições epidemiológicas em tempo real;

- A diretoria da AdUFRJ fará campanha de valorização dos professores e da universidade pública; 

- A IN90 precisa ser revogada para que a universidade tenha condição de voltar plenamente às aulas presenciais.

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