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Em menos de cinco semanas, choramos a tortura e a morte de Moïse, sentimos dor e revolta por mais uma tragédia humana e ambiental em Petrópolis e, desde a última terça-feira, dormimos e acordamos com medo dos efeitos dramáticos da Guerra na Ucrânia. Todo esse labirinto de notícias terríveis multiplicado por dois anos de pandemia, com quase 650 mil mortos, e quase quatro de governo Bolsonaro, fragiliza nossa saúde mental, mas precisamos encontrar formas de resistir. Há batalhas urgentes que precisamos travar na universidade. Devemos caminhar juntos, minimizando diferenças e somando nossas capacidades criativas.

Estamos nos preparando para retornar às aulas presenciais em abril, mas os cortes orçamentários castigam a estrutura da UFRJ e ameaçam nossas condições de trabalho. Há problemas graves nos prédios do campus da Praia Vermelha, danos estruturais sérios que comprometem a segurança na Escola de Belas Artes e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, no Fundão, além da gigantesca demanda por melhorias de ventilação nos enclausurados laboratórios do CCS e nas salas do CT.
Na última terça-feira, em reunião com o Conselho de Representantes da AdUFRJ, ouvimos os relatos angustiados de nossos colegas com a situação da universidade. De um lado, a falta de condições sanitárias se soma a um cenário vigoroso de desgaste de nossos salários, que já acumulam quase 20% de perdas apenas nos três anos do governo Bolsonaro. Do outro, vemos uma vontade gigante de retornar às aulas presenciais e acolher nossos alunos, muitos deles jovens que venceram enormes obstáculos para entrar no ensino superior, mas que ainda não experimentaram a maravilhosa aventura universitária.

Na mesma terça-feira, participamos de uma reunião da diretoria do Andes com as seções sindicais das universidades federais. A direção da AdUFRJ era a maior delegação, com quatro diretores. Representantes de entidades docentes de várias partes do país relataram a insegurança com a possibilidade de deflagração de uma greve em um contexto de desmobilização e desgaste junto à sociedade civil em virtude do ensino remoto. Ao final do encontro, a direção do Andes encaminhou um indicativo de greve por tempo indeterminado para o dia 23 de março: 33 seções sindicais concordaram, nenhuma foi contra. Três se abstiveram. Nós entre elas.

A direção da AdUFRJ concorda com a pauta salarial, mas discorda da eficácia de uma greve neste momento, em que nos preparamos para o retorno presencial após dois anos de ensino remoto. E, por isso, decidimos convocar uma assembleia para o próximo dia 18 com o objetivo de debater com todos os colegas se essa é uma boa hora para paralisarmos a universidade por tempo indeterminado. Achamos que essa não é a melhor estratégia neste momento e vamos encaminhar na assembleia a nossa posição de não aderir à greve nacional dos servidores públicos federais a partir do dia 23. Entendemos que há outras formas de nos mobilizarmos pela reposição salarial e contra os ataques que sofremos desse governo fascista.

Além dos temas que mobilizaram a UFRJ nesta semana, o Jornal da AdUFRJ traz também reflexões ricas de professores e pesquisadores sobre a tragédia de Petrópolis e a guerra na Ucrânia. São leituras instigantes que procuram interpretações diferenciadas sobre realidades que estão na mídia, mas que, por vezes, escapam de olhares mais analíticos. Esperamos que o leitor aprecie e também envie outras sugestões de pauta para nossos jornalistas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Lembramos que na próxima semana não haverá jornal, em virtude do feriado de Carnaval.
Bom feriado e boa leitura.

WhatsApp Image 2022 02 25 at 22.36.491PS: Por fim, uma boa notícia. Estamos preparando um debate para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Quatro diretoras da AdUFRJ vão conversar com as reitoras da UFRJ e da Universidade Federal do Sul da Bahia, em debate virtual no dia 8, às 10h, pelos canais da AdUFRJ no Facebook e no Youtube. Será um debate intenso sobre os desafios e as conquistas de liderar universidades num contexto tão adverso como o nosso. Participe!

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