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bandeira adufrjConstrução política não é algo trivial. É atitude delicada e difícil que exige diálogo, respeito e posições dispostas a ceder um pouco para ganhar muito. Pois bem. Na manhã de sexta-feira (11), tivemos nossa primeira assembleia do ano, a primeira conduzida pela atual diretoria da AdUFRJ. Foi um encontro intenso, produtivo e que começou a ser traçado há mais de 15 dias.

Após muitas conversas com professores da situação e da oposição, aceitamos encaminhar na assembleia um apoio crítico à proposta do Andes de “construir” um indicativo de greve nacional por melhores salários e condições de trabalho.  A ideia é unificar o movimento com outras categorias de servidores públicos federais — muitos deles, aliás, da elite do funcionalismo, e com situação salarial bem mais favorável que a nossa.

Abrimos a assembleia dizendo que o inimigo desta diretoria não é o Andes, a greve ou qualquer abstração dessa natureza. Nosso inimigo é o governo e o sufocamento econômico ao qual ele nos condena. Nosso inimigo são as perdas salariais, calculadas em 28% nos últimos desde três anos segundo o Dieese. Esse é o ponto que nos une e que nos parece muito maior do que nossas divergências, e por isso defendemos autorizar o Andes a começar a construir uma paralisação nacional e unificada. A forma dessa mobilização e se a AdUFRJ vai aderir a ela não está em questão agora.

Em março, teremos outra assembleia para votar ou um indicativo de greve ou uma paralisação de um dia, algo assim.  Todos nós sofremos perdas salariais nos últimos anos, mas os professores mais jovens foram mais atingidos.  Assim, não podemos rejeitar a priori um movimento que desemboque numa forte campanha salarial. Atuar nesse processo é nosso dever enquanto representantes dos professores, sufocados por um processo de desvalorização salarial que chega perto dos 30% nos últimos três anos.

Acreditamos que a greve tradicional (por tempo indeterminado) não é o melhor instrumento nessa conjuntura pandêmica e radicalizada. Isso não significa, no entanto,  que achemos que o contexto político brasileiro não esteja  propício para mobilizações. Ao contrário, vemos a conjuntura pré-eleições de outubro como uma janela de oportunidades  para apresentar nossas demandas e pressionar o atual Parlamento, fisiologista e ávido por renovar seus mandatos.

Nós, diretores da AdUFRJ, apostamos no potencial criativo e combativo dos professores da UFRJ. Estaremos nas ruas, nas reuniões e nas salas de aula em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Sabemos que não será fácil, mas contamos com todas, todos e todes para nos auxiliar a liderar esse processo, baseado em novas formas de luta e mobilização. Respeitamos a decisão da assembleia, convocamos um Conselho de Representantes para o dia 22, seguiremos lutando contra esse governo e apostando que decisões políticas, construídas de forma respeitosa e fraterna, são a melhor maneira de evitar vitórias de pirro.
Boa leitura!

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