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WhatsApp Image 2022 01 28 at 18.07.49A UFRJ vai retomar na próxima segunda-feira (31) as atividades presenciais de 2021.2 que estavam em curso no começo de janeiro e foram interrompidas, ou transferidas para o remoto, em função do aumento de casos causado pela variante ômicron. A recomendaçao foi anunciada por meio de nota publicada pela reitoria, e confirmada pelo vice-reitor, professor Carlos Frederico Leão Rocha, ao Jornal da AdUFRJ. O encerramento das atividades de 2021.2 está previsto para março.
“A reitoria vai recomendar o retorno e vai retomar a programação para a volta das aulas presenciais no próximo semestre letivo, em abril”, explicou o vice-reitor. A decisão parece controversa, em um momento em que a taxa de transmissão da covid-19 na cidade do Rio de Janeiro chega a 2,61, segundo dados do Covídimetro, instrumento elaborado pelo GT Coronavírus para monitorar os índices da pandemia e orientar as decisões da reitoria. “Na conversa que tivemos com o GT, eles nos mostraram que a taxa de letalidade da doença para pessoas entre 19 e 59 anos foi zero em dezembro e janeiro”, explicou o professor. Os servidores com mais de 60 anos estão liberados por uma resolução do Consuni para continuar em atividade remota.
Carlos Frederico defendeu a interrupção feita em janeiro, e afirmou que a universidade está caminhando no sentido de retomar todas as atividades presenciais, desde que não haja nenhuma mudança significativa no cenário epidemiológico. “O passo atrás dado em janeiro foi diante de um risco, e diante do risco nós sempre vamos poder recuar. Com a informação que tínhamos na época, tomamos a decisão de preservar a comunidade”, explicou o professor, que ainda reiterou que a comprovação do esquema vacinal completo continua sendo obrigatória para quem acessar a universidade.
Em entrevista ao Conexão UFRJ, o professor da Coppe Guilherme Horta Travassos, vice-coordenador do GT Coronavírus, explicou que é preciso observar outros índices além da taxa de transmissão, como a ocupação hospitalar, o número de casos por 100 mil habitantes e a cobertura vacinal. “Diferentes indicadores podem e devem ser utilizados para avaliar a evolução da pandemia e, com eles, apoiar uma tomada de decisão baseada em evidência”.
Esta semana, o Covidímetro foi objeto de polêmica. Com a divulgação da alta taxa de transmissão aferida pelo instrumento, a imprensa noticiou que a UFRJ recomendava a adoção de lockdown na cidade. O GT se manifestou por meio da assessoria da universidade, esclarecendo que não foi feita a recomendação de lockdown. “Não existe recomendação imediata de lockdown por parte da universidade. Há consenso, entretanto, de que, quando o “R” está muito alto (acima de 2 – atualmente o índice é 2,6), medidas são necessárias visando à redução da taxa de transmissão do coronavírus: usar máscaras, evitar aglomerações, higienizar as mãos e ter o esquema vacinal completo, por exemplo”, dizia um trecho da nota.

IDAS E VINDAS PREJUDICAM ESTUDANTES QUE MORAM EM OUTROS ESTADOS

No fim do ano passado, com a recomendação do retorno facultativo de algumas atividades presenciais na UFRJ, Ana Raquel Rodrigues, que é natural de Manaus e estudante do Bacharelado em Física Médica, tomou a decisão de aderir ao retorno e se inscreveu em um laboratório que seria ministrado presencialmente. “Eu moro no Amazonas e vir para o Rio é atravessar o Brasil inteiro, então é muito complicado. É um custo alto: teve viagem, teve o aluguel, tive que consertar a mala”, conta a estudante. No início deste mês, a reitoria recomendou a suspensão das atividades presenciais, e Ana Raquel está cursando a disciplina remotamente, mas agora instalada no Rio de Janeiro: “Eu voltei exclusivamente por causa dessa matéria, que eu pensei que seria presencial, mas acabou que voltaram atrás e suspenderam. Fiquei até um pouco chateada mesmo entendendo a situação, que a pandemia ainda não acabou e os casos começaram a crescer de novo. Enfim, todo esse agravamento me prejudicou”.
Ludmila Rancan é estudante de Jornalismo e veio de Guarulhos (SP) para o Rio no final do ano passado. Ela não chegou a se inscrever em atividades presenciais da universidade, mas voltou para se preparar caso as aulas retornem. “Eu acabei ficando desempregada no meio da pandemia e para eu voltar ao Rio para estudar, no semestre que vai começar em abril deste ano, eu necessariamente precisava de um estágio. E consegui”, conta ela. “Ainda estou me organizando aqui no Rio de Janeiro. Desde que eu voltei, estou na casa de um amigo”.
O pró-reitor de Políticas Estudantis (PR-7), Roberto Vieira, explica que há um programa de retorno ao Rio para os moradores da Residência Estudantil: “Bancamos as despesas de retorno para a casa deles em outras cidades e estados e, quando eles retornarem, se quiserem fazer uma disciplina presencialmente, vamos custear o retorno deles para a residência se eles aderirem ao programa”. Ele também conta que esse é um número menor de estudantes, já que a maioria optou por permanecer no Rio, na Residência Estudantil. “Certamente vamos ter estudantes com vulnerabilidade socioeconômica que não aderiram ao auxílio, alguns podem ter dificuldades de voltar. Se isso acontecer, pode ser que um ou outro entre com pedido de auxílio”, completa. (Estela Magalhães)

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