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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

“Não basta as pessoas entrarem no ensino superior. Elas têm que entrar e sair”. A avaliação é do professor Flávio Carvalhaes, do IFCS, coorientador de um estudo inédito sobre evasão estudantil na UFRJ, tema de nossa matéria de capa, na página 4. De acordo com o estudo, feito pela doutoranda em Educação pela UFRJ Melina Klitzke, de todos os estudantes que ingressaram na graduação da UFRJ no início de 2014, 32% abandonaram o curso até o quinto período. Feito com os dados mais recentes disponíveis — ainda não há dados consolidados do período da pandemia —, o estudo registra o problema e já há na UFRJ alguns debates importantes sobre o tema, como a adoção de um sistema de reconhecimento e valorização da atividade de ensinar nos cursos de graduação e a necessidade de revisão dos conteúdos curriculares.
Se quase um terço dos estudantes que entram na UFRJ abandonam a universidade sem completar seus cursos, há um robusto percentual que espera, ansioso, pelo retorno às atividades presenciais. Mesmo com o avanço exponencial da variante ômicron, a reitoria da UFRJ, com base em parecer do GT Coronavírus, recomendou esta semana a retomada presencial das atividades de 2021.2, que haviam sido suspensas. Estudantes de fora do estado do Rio de Janeiro, que retornaram às suas casas no ensino remoto, vivem a expectativa — e a incerteza — dessa retomada. Esse complexo contexto, que mobiliza toda a comunidade acadêmica, é o tema de nossa matéria da página 5.
E por falar em mobilização, os professores da UFRJ têm um encontro marcado no dia 11 de fevereiro, às 9h30: a primeira assembleia da AdUFRJ de 2022 (veja quadro abaixo). Ela dará o pontapé inicial nas discussões sobre a conjuntura nacional, com enfrentamentos que vão desde a luta contra a reforma administrativa e a mobilização por reajustes dos servidores públicos federais. A assembleia vai também eleger a delegação da AdUFRJ ao 40º Congresso do Andes, que terá como tema “A vida acima dos lucros: Andes-SN 40 anos de luta”, e será realizado entre os dias 27 de março e 1º de abril, em Porto Alegre, de forma presencial e cercado de todos os cuidados sanitários contra a covid-19. Certamente um dos temas da assembleia e do congresso será o orçamento 2022, sancionado por Bolsonaro — adivinhe? — com novos cortes nas áreas de Ciência e Educação. Veja mais informações em nossa matéria da página 3.
O projeto de destruição de Bolsonaro segue seu curso nefasto em todas as áreas. Em entrevista na página 8, o diretor do Instituto de Geociências da UFRJ, Edson Mello, mostra o que está por trás do decreto presidencial que alterou as regras para contruções em regiões de cavernas. Interesses de grandes mineradoras, riscos a santuários únicos de fauna e flora, desprezo ao valor cultural de registros de povos ancestrais, tudo isso está em jogo. Mesmo com a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, de derrubar parte do decreto, o perigo continua. Já na página 7, o professor Diego Malagueta, do Instituto Politécnico do Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé, mostra como é possível reduzir a conta de luz aderindo a uma das modalidades de geração de energia solar disponíveis no mercado.
Em termos de destruição, marca do (des)governo Bolsonaro, a Capes é uma das instituições federais mais atacadas. Após a recente renúncia de vários coordenadores de área, com críticas e pleitos não respondidos pela direção da entidade, o Conselho Superior da Capes aprovou na última semana os nomes de cinco novos coordenadores. Eles serão responsáveis pela Avaliação Quadrienal 2017-2020, com divulgação de resultados suspensa pela Justiça. A escolha, contudo, não encerra a crise em um dos órgãos mais nevrálgicos para o ensino universitário do país: não se sabe o que será da Avaliação Quadrienal, fundamental para a aferição de qualidade dos cursos de pós-graduação no país. Confira na matéria da página 6.
Também na página 6, uma boa notícia. No concurso que será aberto com 242 vagas — sendo 49 para docentes —, a UFRJ vai aplicar, pela primeira vez, as regras aprovadas no Consuni em 2020 para efetivar as cotas para negros (20%) e para pessoas com deficiência (mínimo de 5% e máximo de 20%). Os editais estão previstos para março. Com isso, as políticas afirmativas entram para valer como critérios de acesso de novos professores e servidores na UFRJ. Em meio a tanto retrocesso, é um avanço a ser comemorado.
Boa leitura!

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